Jornal Estado de Minas/BR – 03/05/2011
contra o apagão da mão de obra
Governo cria Rede Mineira do Trabalho com o objetivo de formar
profissionais para atender carências do mercado
Geórgea Choucair
Uma escola para formar pedreiros, eletricistas e pintores vai começar a
funcionar em 60 dias. Pelo menos este foi o prazo estipulado pelo governo mineiro para dar início às
atividades da Escola da Construção Civil, no Centro Público de Promoção do
Trabalhador (CPPT), na Gameleira. A meta é que a unidade forme cerca de 10 mil
profissionais ao ano com diversas habilidades que podem ser aproveitadas nos
canteiros de obras de todo o estado. Em área de 50 mil metros quadrados, a
escola promete ser uma das maiores do setor no país. "Corremos o risco de
ter apagão de mão de obra na construção civil. Por isso, temos que qualificar o
pessoal", afirma Carlos Pimenta, secretário do Trabalho e Emprego em Minas
Gerais.
O projeto da Escola da Construção Civil faz parte da Rede Mineira do
Trabalho, programa lançado ontem pelo governo,
com o objetivo de potencializar as ações voltadas para a geração de emprego e
renda, por meio de parceria com instituições privadas, organizações de classe e
sociedade civil. "Estamos vivendo momentos importantes no país e em Minas
em relação à geração de emprego e renda, com forte aquecimento da economia. Há
uma grande oferta de vagas, com baixa qualificação do profissional",
destaca Pimenta.
A meta, segundo ele, é que o Sistema Nacional de Empregos (Sine-MG) insira
120 mil trabalhadores no mercado de trabalho neste ano, contra 113 mil em 2010.
Em março, o Sine abriu 60 mil postos, mas só foram inseridos 20 mil
trabalhadores nas vagas. "Ou seja, 40 mil vagas ficaram em aberto por falta
de qualificação", ressalta o secretário. O setor da construção civil é o
mais crítico, na sua avaliação. "Agora mesmo eu estou com a demanda de 750
pedreiros refratários para a construção do alto-forno da Usiminas, lá em
Ipatinga. Não temos esses profissionais", afirma.
A meta da Rede Mineira do Trabalho, segundo Pimenta, é melhorar a oferta de
vagas de trabalho e a qualificação dos profissionais. A Secretaria do Trabalho
e Emprego vai criar até julho 10 regionais com postos de qualificação: em
Montes Claros, Lavras, Ipatinga, Teófilo Otoni, Uberlândia, Divinópolis, Juiz
de Fora , em Salinas ou Almenara e, ainda, duas na Região Metropolitana de Belo
Horizonte.
Neste mês, o governador Antonio Anastasia também pretende instituir o Comitê
de Relações de Trabalho e Sindicais, fórum de debates e acompanhamento das
ações a serem implementadas pela Rede. De acordo com Anastasia, serão
desenvolvidas ações em várias frentes para aumentar as oportunidades de quem
tem qualificação e já está no mercado e para incluir os mais pobres, que não
tiveram chance de estudar e se capacitar. "Estamos lançando aqui a
primeira ideia de fazermos uma grande integração entre governo, empresários e
trabalhadores. A geração de empregos não pode ser responsabilidade única de
nenhum desses segmentos", disse.
O QUE SERÁ FEITO
Trabalho formal
Apoio à formalização dos empreendimentos individuais e microempreendimentos
Ensino médio e profissional
Diminuição da evasão e melhoria da qualidade do ensino médio
Aprimoração e expansão o programa de ensino profissionalizante
Estímulo ao empreendedorismo
Ampliação da oferta de crédito, inclusive para micros, pequenas e médias
empresas
Qualificação primária
Constituição da Escola da Construção Civil no CPPT Gameleira
Apoio à inclusão produtiva e à economia popular solidária
Agricultura Familiar
Habilitação e formalização de empreendimentos rurais de pequeno porte
Promoção de destinos turísticos mineiros prioritários
Formação de trabalho para a Copa de 2014
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