Reunião do Conselho da CBIC com senador Vanderlan Cardoso reforça articulação institucional e debate desafios do setor

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) realizou, nesta quarta-feira (14/05), reunião do seu Conselho de Administração com a presença do senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO). O encontro, em formato híbrido, aconteceu na sede da entidade, em Brasília, e teve como foco o fortalecimento da articulação institucional junto ao Congresso Nacional, além de debater os principais temas que impactam a construção civil e a infraestrutura do país.

Abrindo os trabalhos, o presidente da CBIC, Renato Correia, apresentou os informes da presidência, destacando iniciativas recentes como o lançamento do “Selo CBIC Somos Parte” — criado para fortalecer o vínculo institucional entre a entidade e seus associados — e os eventos regionais da entidade, como a edição Centro-Oeste dos Indicadores Imobiliários, realizada em Campo Grande. Renato também mencionou reuniões com entidades técnicas e financeiras, como a Associação Brasileira dos Fabricantes de Tubos de PEAD (ABPE) e o banco Goldman Sachs, e a participação da CBIC em eventos relevantes do setor, como a ExpoMafe e o Núcleo de Altos Temas do Secovi-SP.

Renato enfatizou a atuação classista da CBIC e o papel estratégico do setor na geração de habitação, emprego e infraestrutura. Ao saudar o senador, o presidente da entidade reconheceu sua atuação em prol da construção civil. “O senador Vanderlan trata as causas com espírito de Estado. Tem compreendido que o setor empresarial quer entregar benefícios à população. É um parceiro importante nas discussões que afetam nosso ambiente de negócios.”

Entre os principais temas levados ao senador, a CBIC demonstrou preocupação com o avanço da reforma do Imposto de Renda e com a insegurança jurídica relativa às garantias pós-obra. O vice-presidente jurídico da CBIC, Fernando Guedes, destacou a importância do Projeto de Lei 3997/2024, que trata da fixação de prazos para essas garantias. O parlamentar, relator da matéria, afirmou que pretende entregar o parecer ainda antes de tirar uma licença programada, reforçando o compromisso com a tramitação célere da proposta. “O objetivo é trazer mais segurança. Hoje, uma construtora pode ser acionada judicialmente até 10 ou 15 anos após a entrega do imóvel, o que gera incertezas e encarece seguros e contratos públicos. Vamos trabalhar para regulamentar esse prazo”, disse.

O coordenador de Relações Institucionais da CBIC, Luis Henrique Cidade, reforçou a necessidade de participação da entidade nas audiências públicas do PLP 108, que trata do ITCMD e do ITBI. Segundo ele, a CBIC solicitou ao senador Eduardo Gomes sua inclusão nas discussões, e uma indicação direta do senador Vanderlan seria estratégica nesse sentido. O parlamentar sinalizou positivamente e relatou que o trâmite das audiências públicas foi temporariamente suspenso devido a questões pessoais do senador Gomes, mas que deve ser retomado em breve.

A entidade também alertou para outros temas sensíveis que tramitam no Congresso, como a reformulação do Código Civil — que pode afetar diretamente a responsabilidade civil das empresas —, a tramitação do projeto de licenciamento ambiental e os impactos da reforma tributária no setor. Sobre esta última, Vanderlan foi enfático ao defender uma atuação coordenada nos estados. “Em ano pré-eleitoral, dois terços do Senado e toda a Câmara vão se renovar. É o momento de trabalhar politicamente com as bancadas estaduais. O Senado está atento, mas é essencial que as demandas estejam bem organizadas e respaldadas nas bases.”

Outro ponto de atenção citado pelo senador foi a recente exigência de laudos arqueológicos e antropológicos para liberação de obras, caso haja suspeita de presença indígena na área. A norma, segundo ele, tem paralisado empreendimentos em vários estados, e os órgãos responsáveis, como o Iphan, não têm estrutura para atender à demanda. “Temos que resolver isso com urgência. Não é falta de vontade, é falta de pessoal. E estamos tratando disso porque virou um gargalo novo, que está inviabilizando obras importantes”, alertou.

Ao final, o senador Vanderlan Cardoso reiterou seu compromisso com a agenda da CBIC, reforçando que seu gabinete está à disposição do setor. Ele comentou também sobre os desafios macroeconômicos do país, criticou os elevados juros reais e defendeu a necessidade de uma reforma administrativa focada na eficiência do Estado. “A sociedade não aguenta mais juros tão altos. Precisamos discutir, sim, a eficiência do Estado e repensar o modelo de arrecadação e gasto público. É parte da solução para destravar o crescimento”, afirmou.

ENIC 100 alcança recordes e reforça protagonismo da CBIC

Na ocasião, a gerente de eventos e parcerias da CBIC, Lídia Sampaio, apresentou os resultados do ENIC 100, realizado em São Paulo em conjunto com a Feicon, e destacou o sucesso da edição. Em quatro dias de evento, foram promovidos 117 temas com 258 palestrantes nacionais e internacionais, totalizando 117 horas de conteúdo.

Realizado em um espaço de 4 mil metros quadrados no Pavilhão 8 do São Paulo Expo, o evento contou com a curadoria das nove comissões da CBIC e com arenas temáticas organizadas por patrocinadores. As salas receberam grande volume de público, com destaque para a Sala Internacional (quase mil visitantes), Arena de Conteúdo (877), Sala de Inovação (826), Sala de Tecnologia (832) e Sala de Sustentabilidade (449).

O ENIC 100 recebeu cerca de 17 mil visitantes ao longo dos quatro dias, com 11 mil visitantes únicos registrados. Mais de 50 marcas expositoras marcaram presença no evento, entre patrocinadores e parceiros. O público foi majoritariamente formado por profissionais de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, mas também houve presença internacional de participantes da América do Norte, Europa, Ásia e África. 

Os dados do aplicativo oficial do evento também chamaram atenção: 42% do público eram formados por dirigentes, 43% por técnicos, 5,8% por representantes do governo e 5,8% da academia. A geração Y (nascidos entre os anos 1980 e 1990) representou 42% dos participantes no app, com destaque para o público masculino (65%).

Segundo Lídia, a estratégia de divulgação foi essencial para atrair público. A utilização de um aplicativo intuitivo e a distribuição de folders nos espaços da Feicon também ajudaram a guiar os visitantes às salas do ENIC. “Foi uma edição histórica, em um ambiente controlado, com uma rua cenográfica atrativa e conteúdo de altíssimo nível. A expectativa é de fazer uma edição ainda maior em 2026”, afirmou.