
AGÊNCIA CBIC
No ENIC, especialistas mostram que inovações tornam as obras mais rápidas, limpas e eficientes

A adoção de novas tecnologias e formas de construir pode trazer muitos benefícios para as empresas e os consumidores finais. A industrialização da construção tem se tornado cada vez mais essencial para o aumento da produtividade e redução do desperdício nas obras. O tema pautou debate no painel Como preparar sua empresa para as Plataformas Abertas de Produto, durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC), na tarde da quarta-feira (09/04). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.
“A inovação e adoção de novidades só são possíveis com parcerias entre entidades e empresas inovadoras, de todos os portes e tamanhos, que possibilitam a criação de novas formas de construção. As plataformas abertas, por exemplo, têm sido adotadas em diversos tipos de construção, e podem ser mais um diferencial para o sucesso de uma obra bem feita, com velocidade, segurança e bom custo”, afirma o vice-presidente de Inovação e presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC, Dionyzio Klavdianos, mediador do painel.
Uma das parcerias que a CBIC mantém é com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), essencial para a apuração de dados e tendências, que resultou na criação do Guia de Desenvolvimento e Adoção de Plataformas de Produto na Construção, elaborado pela entidade com instituições parceiras. O material tem como objetivo apresentar estudos de como as empresas podem se preparar para a transição do modelo tradicional para o industrializado.
O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.
Novos materiais – Segundo o professor titular da UFPE, Fábio Queda, o trabalho iniciado em 2018 tem a missão de mostrar soluções e novidades para as empresas do setor. E isso tem sido feito em consonância com com o Construção 2030, projeto que organiza o futuro para as empresas do setor. “O material aponta algumas inovações, como o uso de plataformas abertas, que estão detalhadas e foi baseado nas indústrias que mais inovam em todo o mundo. A ideia é mostrar como as empresas se preparam ou se transformam para adotar as plataformas abertas e outras novidades, e como ao longo do tempo vão sendo incorporadas informações e atualizações dos produtos e suas usabilidades para tornar as obras mais rápidas, limpas e eficientes”, afirma.
Uma das linhas de estudo do programa é promover a adoção de novos materiais e formas de construção, possibilitando a redução de custos, a utilização de novos componentes padronizados, trazendo uma mudança da mentalidade do negócio. “As empresas passam a atuar também como uma montadora de produtos, usando plataformas que aumentam a confiança de todo o setor na cadeia de valor e induz a inovações sistêmicas”, opina Fábio Queda.
Uma das grandes novidades em todos os setores, as startups podem ajudar a mostrar como as empresas estão se adaptando a estas novidades e na jornada da industrialização. “Muitas empresas buscam uma mudança de mindset, mas existe a pressão por ganho de produtividade e diminuição dos custos. Neste novo modelo, as construtoras precisam se adaptar e mudar de papel, pois podem passar a ser montadoras, inclusive com mudança no perfil dos profissionais, passando a ter projetistas em seus quadros”, conta Paulo Sérgio de Oliveira, CEO da Aratau e presidente do Conselho do Clube da Construção Civil (C3).
Entidade reconhecida nacionalmente como disseminadora de conhecimento e inovação, o Senai apóia o setor na construção da visão do caminho da tecnologia na construção. Assim, atua na capacitação profissional, especialmente com os novos processos, que são constantemente atualizados e utilizados pelas empresas do setor. “O desenvolvimento tecnológico é um processo em constante evolução, e os processos estão sempre sendo desenvolvidos e aprimorados, para que possam estar disponíveis para a cadeia no Brasil”, conta Flávio Marinho, gerente de Negócio de Inovação e Tecnologia do SENAI.
Para Ricardo Mateus, fundador e CEO da Brasil ao Cubo, a adoção de novidades tem algumas particularidades importantes. Padronizar os projetos é essencial, principalmente para que as empresas possam oferecer opções para acelerar as obras. Isso perite que as construções sejam feitas de forma mais rápida, pois existem estruturas pré-prontas, que podem ser montadas de acordo com as necessidades. É exatamente isso que faz a Brasil ao Cubo, que tem se especializado no fornecimento de estruturas para obras que tem se tornado mais rápidas e eficientes. “Conseguimos ampliar o número de clientes, e o perfil destes clientes mudou muito, pois passaram a privilegiar construções mais limpas e rápidas, com qualidade, usando obras modulares, acoplando as partes já prontas”, afirma o executivo.
O tema tem interface com o projeto “A Conformidade no Setor da Construção”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI).