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AGÊNCIA CBIC

17/05/2019

91º ENIC: Inovação dentro das empresas é tema no Congresso Técnico de Engenharia

Como trazer inovação para dentro da empresa? A pergunta norteou o debate no último dia do Congresso Técnico de Engenharia, no 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (ENIC), nessa sexta (17), no Rio de Janeiro (RJ).

O head de operações da Construtech Ventures, Bruno Loreto, mediou o encontro, que reuniu representantes de empresas tradicionais do setor que investem em iniciativas para melhorar a margem e explorar novos negócios. Entre os participantes estavam o gestor executivo de inovação da MRV Engenharia, Flávio Vidal; o CEO da Credimorar, Andreas Yamagata; o head de inovação e sustentabilidade da Vedacit, Luis Fernando Guggenberger; e o diretor de novos negócios da Softplan, Fabricio Schveitzer.

Confira a galeria de fotos do congresso

Congresso Técnico de Engenharia: Inovação na Construção. Foto: Thiago Ribeiro/CBIC

Flávio Vidal disse que a MRV criou um time específico só para desenvolver iniciativas inovadoras. Uma das missões da equipe é acompanhar o que acontece no Brasil e no mundo em termos de tecnologia. A empresa também criou um hub de startups voltadas para o setor da construção e um centro de inovação, para desenvolver ações internas focadas na qualidade do serviço, atendimento ao cliente e na redução de custos. “A inovação precisa dispor de um processo estruturado na empresa. Se há ideias sem organização, não há inovação”, afirmou.

O propósito de ajudar os clientes a concretizar o sonho da casa própria engajou a equipe da Credimorar a encontrar soluções que facilitassem esse acesso. “Revisamos sistemas e processos e implementamos uma nova cultura voltada para tecnologias digitais”, ressaltou Andreas Yamagata, afirmando que as ações resultaram no crescimento do faturamento da empresa, que hoje uma das maiores em financiamento imobiliário no Brasil. Os desafios, segundo o executivo, é manter o ritmo de inovação. “A competição no mercado está cada vez mais forte, mas queremos crescer sem perder os nossos princípios”.

A Vedacit colocou em prática uma estratégia que dispõe de três pilares (‘inovação de fora para dentro’, ‘inovação de dentro para fora’ e ‘inovação de dentro para dentro’). A empresa convidou startups para desenvolver soluções – o foco do trabalho é a deficiência habitacional no Brasil, que segundo dados da McKinsey, é de 8 milhões de moradias, além da existência de 16 milhões de casas insalubres, e o alto índice de descarte de resíduos sólidos provenientes da indústria da construção. “Implementamos o conceito de design thinking internamente e selecionamos colaboradores para tornarem-se intraempreendedores”.

Fabricio Schveitzer diz que o melhor termo para definir a Softplan atualmente não é empresa de construção civil e, sim, empresa de tecnologia para construir. A companhia investiu em soluções inovadores que vêm gerando bons resultados: “Reduzimos a quantidade de mão de obra para fazer o mesmo trabalho que fazíamos há alguns anos. A margem final de empreendimentos subiu 26% e o custo fixo da construtora foi reduzido”, destacou.

Exemplos bem-sucedidos

O encontro também reuniu empreendedores do setor da construção que apostam em soluções inovadoras. Danilo Paramis, CEO da Expeer, criou uma plataforma que permite que pequenos investidores tenham acesso a oportunidades no setor imobiliário. “Nosso objetivo é viabilizar o investimento inicial de projetos residenciais sem que esses empreendimentos dependam de recursos de grandes players”.

A Prevision criou uma plataforma para facilitar a gestão de obras. A CEO Paula Lunaderlli explicou: “A solução foi desenvolvida em função da própria demanda do mercado. Em geral, 97% dos gestores não têm domínio sobre o planejamento ou do programa físico-financeiro de uma obra”. A ferramenta mostra todo o perfil da obra em uma tela de computador ou celular e atualiza as necessidades levando em consideração o cronograma e o orçamento disponível.

A Engelink é uma ferramenta digital que aproxima contratantes e fornecedores de produtos para condomínios, gestores de facilities e construtoras. A ideia é que os contratantes possam encontrar fornecedores pelo melhor preço, e fornecedores possam abrir um novo canal para vendas. “A solução foi criada para resolver algumas dificuldades e preocupações de empresários como a redução das vendas e de capital de giro”, informou o diretor Ricardo Maciel de Castro.

Enio Queijada, do Sebrae, finalizou o Congresso Técnico de Engenharia dando um panorama das pequenas e médias empresas do setor da construção no Brasil. São cerca de 1 milhão de companhias optantes pelo Simples Nacional no país, sendo 792 mil classificadas como microempreendedoras individuais (MEIs). “Uma de nossas preocupações é o fato de 40% das empresas hoje não saberem o que é Building Information Modeling, o BIM. Essa ferramenta é fundamental para o futuro da construção”, ressaltou.

Promovido pela CBIC, o evento é uma correalização do Sindicato da Indústria da Construção no Estado do Rio de Janeiro (Sinduscon-Rio), da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi-Rio) e do Serviço Social da Indústria da Construção do Rio de Janeiro (Seconci-Rio).

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