Sicepot-MG revê expansão em 2011

 A indústria de construção pesada do Estado deve crescer neste ano menos do que o previsto inicialmente pelo Sindicato da Indústria da Construção Pesada no Estado de Minas Gerais (Sicepot-MG). De acordo com o presidente da entidade, Alberto Salum, a estimativa anterior previa aumento de cerca de 15% em 2011 ante o ano passado. No entanto, em razão da queda no volume de contratos, a expectativa é que a expansão chegue próximo a 10% até o fim deste exercício.

 Conforme Salum, a crise instalada no Ministério dos Transportes em razão de irregularidades e indícios de superfaturamento de obras foi a principal causa da queda no ritmo de crescimento da atividade. O setor público, segundo ele, responde por aproximadamente 65% das contratações na indústria da construção pesada de Minas.

 "Muitas licitações e projetos que já deveriam ter saído do papel foram postergados por conta da situação que foi deflagrada no Ministério dos Transportes e no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit)", explica Salum. No dia 5 de julho, a pasta determinou a suspensão cautelar, por 30 dias, de "todos os procedimentos licitatórios de projetos, obras e serviços de engenharia em curso, bem como os aditivos com impactos financeiros".

 "Diante destes problemas no governo federal, as circunstâncias para a liberação de editais de obras de infraestrutura ficaram indefinidas. Ainda não sabemos em que condições as licitações serão divulgadas e se o processo deve demorar mais ou menos tempo", argumenta o presidente do Sicepot-MG.

 AGÊNCIA PETROBRAS

 As empresas privadas, segundo o Sicepot-MG, estão mantendo o ritmo dos investimentos em obras

 Ele ressalta, porém, que as contratações foram apenas suspensas e não canceladas. E que, portanto, mesmo não havendo até agora a definição de novos prazos, os projetos do governo certamente serão retomados e alavancarão os resultados do setor de construção pesada em 2012.

 "Há uma demanda urgente por investimentos e obras em razão da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Por isso, esperamos que, tão logo a situação na administração pública esteja sob controle, os procedimentos sejam novamente colocados em prática com a maior agilidade possível", afirma Salum.

 Quanto às contratações por parte de empresas privadas, ele revelou que o ritmo verificado neste ano é igual ao registrado em 2010. Apesar da estabilidade em relação ao exercício passado, o presidente da entidade acredita que os efeitos da nova crise econômica internacional ainda não atingiram o setor.

 "O desaquecimento foi causado pela diminuição de contratos com órgãos públicos. As empresas privadas estão mantendo o ritmo de investimentos, não houve retração. Até agora, ainda não fomos impactados pela conjuntura externa, mas ainda é cedo para concluir se seremos ou não afetados negativamente", pondera Salum.

Ele argumenta ainda que a realização de grandes investimentos em infraestrutura pelos executivos federal, estadual e municipal é uma alternativa à estagnação que pode ocorrer no país diante do conturbado cenário econômico mundial.

 "Trata-se de uma forma de manter o mercado interno aquecido, já que o setor é intensivo em mão de obra. Isso quer dizer que, durante a execução dos trabalhos, mais empregos continuarão a ser criados, contribuindo para o aumento do consumo pela população. Além disso, melhores condições de infraestrutura eliminam graves gargalos do país, como, por exemplo, a dificuldade logística em razão das más condições de transporte", avalia o presidente do Sicepot-MG.