
AGÊNCIA CBIC
Pesquisa revela queda no índice de pobreza das famílias com trabalhadores do setor
O índice de pobreza das famílias brasileiras com trabalhadores que atuam no setor da construção caiu cerca de 50% de 2003 a 2009.
De acordo com o economista e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), Marcelo Neri, pesquisa realizada em 2010 pela FGV, em conjunto com o Instituto Votorantim, releva que houve uma mudança no pensamento e na situação dos trabalhadores do setor.
Segundo Neri, a escassez de mão de obra no setor é consequência do desenvolvimento e da elevação do nível de educação das famílias do setor. "O jovem de origem humilde que passou a estudar nos últimos 20 anos não quer o trabalho braçal realizado nos canteiros de obras, ou seja, se a educação melhorar, este problema irá se agravar", ressaltou Neri.
O tema foi apresentado durante o seminário “Novos Caminhos para a Capacitação e Qualificação Profissional de Mão de Obra na Construção Civil", realizado pelo Sinduscon-SP, em parceria com a Fiesp e o Senai-SP, no 5º Concrete Show, em São Paulo.
O economista também analisou a importância da capacitação profissional na construção. Dos trabalhadores que atuam nos canteiros de obras, apenas 17,8% frequentaram cursos deste tipo. "A cada três profissionais que fizeram algum curso do setor, dois se mantêm na construção e por este motivo a qualificação é uma excelente oportunidade de abaixar a rotatividade da mão de obra nos canteiros e atrair cada vez mais trabalhadores", afirmou.
A pesquisa também mostrou que, apesar de ter melhorado, a escolaridade do trabalhador da construção ainda é 25% menor que a de profissionais de outros setores da economia brasileira.
O vice-presidente da CBIC e presidente do Sinduscon-SP, Sergio Watanabe, destacou, na ocasião, que os novos processos construtivos exigem uma mão de obra qualificada.
"É preciso promover a qualificação de toda cadeia da construção, que apresenta grande crescimento e necessita expandir seu contingente. Só nos últimos sete anos, o setor contratou mais de 1,5 milhão de trabalhadores, alcançando a marca de 3.026.011 profissionais ativos em 2011", afirmou.
Para o vice-presidente de Relações Capital-Trabalho do Sinduscon-SP, Haruo Ishikawa, é preciso qualificar não apenas os profissionais iniciantes, mas, também, os engenheiros, mestres e encarregados de obras. "São eles que vão liderar a introdução das novas técnicas construtivas, mais industrializadas", destacou. Fonte: Sinduscon-SP.