
AGÊNCIA CBIC
Parque tecnológico representa oportunidade para inovação e sustentabilidade na construção brasileira
A instalação do Parque de Inovação e Sustentabilidade do Ambiente Construído (PISAC) em Brasília e os Jogos Olímpicos de 2016 no Rio de Janeiro são excelentes oportunidades para o Brasil alavancar suas expertises em inovação e sustentabilidade. A avaliação é do chefe executivo do Building Research Establishment (BRE) e membro da Autoridade Pública Olímpica dos Jogos de Londres, Peter Bonfield.
O inglês, que é engenheiro PHD em energia do vento, esteve no Brasil no mês de agosto, participando do 83º Encontro Nacional da Indústria da Construção – Enic. Como chefe do BRE, ele comanda uma série de projetos voltados à inovação e sustentabilidade na organização, que pesquisa e desenvolve novas tecnologias para a indústria da construção britânica.
Em sua permanência no Brasil, Peter Bonfield assinou o protocolo de intenções para a construção do PISAC – o projeto é uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB), Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e Governo do Distrito Federal. As instalações do local serão construídas em breve no campus da UnB do Gama, cidade-satélite do Distrito Federal.
Para o inglês, a questão central do projeto, que é o primeiro parque deste tipo a ser erguido na América do Sul, passa fundamentalmente pela busca da inovação. “O parque em Brasília é uma oportunidade muito importante para o Brasil responder às suas demandas sobre inovação tecnológica. Será um espaço que vai agregar conhecimento e expertise no sentido de desenvolver soluções para o país”, afirmou.
Segundo o chefe-executivo do BRE, uma pergunta que deve ser respondida é: como os futuros prédios a serem construídos no país, e também os já existentes, podem se adaptar às técnicas sustentáveis e contribuir para um uso eficiente do meio ambiente?
“A sociedade precisa de casas, hospitais, escritórios, parques. O PISAC será um espaço voltado à busca de tecnologias e procedimentos para que estes e outros locais possam ser inseridos em uma cultura de sustentabilidade, de maior eficiência para toda a população”, defendeu Bonfield.
Ele acredita que o Brasil está aberto à inovação. Na sua avaliação, esta é uma tarefa que deve ser empreendida em conjunto por governo, indústria, pesquisadores, cientistas e profissionais. “É preciso trabalhar em conjunto e empreender para que o país possa superar os obstáculos que virão pela frente”, afirmou. “Vejo que o presidente da CBIC, Paulo Simão, se preocupa com o tema (inovação). Com a implantação do PISAC em Brasília, esta demanda será atendida”, completou.
Jogos Verdes
Bonfield é um dos responsáveis pelos projetos sustentáveis para as Olimpíadas de Londres. Ele contou que os governos inglês e brasileiro têm estado em constante contato para debater e trocar experiências sobre projetos voltados aos jogos que privilegiem o uso do meio ambiente como parte integrada das construções.
“A parceria com os brasileiros é permanente, a cooperação tem sido muito boa. Este intercâmbio é de extrema importância para que possamos nos ajudar e para que tanto Londres como o Rio de Janeiro promovam excelentes Olimpíadas”, afirmou.
Na capital inglesa, uma das preocupações é que os jogos de 2012 sejam ambientalmente sustentáveis. Neste sentido, a primeira providência foi escolher uma área degrada da cidade para ser a sede do Estádio e Parque Olímpico. A região leste da capital inglesa foi totalmente reconstruída e reflorestada.
Lá, por exemplo, foram plantadas quatro mil árvores, 74 mil plantas e 60 mil mudas. O solo e os rios que cortam a região foram descontaminados. Durante as Olimpíadas, será possível chegar ao local apenas de trem, pelas linhas disponibilizadas pela prefeitura. A não circulação de carros resultará em menos poluição e mais espaços livres para a circulação do público.
Os estádios também terão sua capacidade adequada à necessidade de cada competição. O Estádio Olímpico terá 80 mil assentos nas festas de abertura e encerramento. Após os jogos, parte da estrutura poderá ser desmontada, o que implicará em economia de água, energia, etc.
Para Bonfield, a vantagem de se sediar uma olimpíada é observar como as inovações e novidades empreendidas para os jogos podem ser revertidas em benefícios para os cidadãos após o término da competição. O que poderá ser feito no Brasil, com a realização das Olimpíadas do Rio de Janeiro em 2016. E, em breve, contando com o auxílio do PISAC em Brasília, que funcionará como espaço para o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e sustentáveis para a indústria de construção de todo o país.