Brasil Econômico/BR
Membros do CDES criticam plano de logística
Alguns apontam falta de diálogo com setor privado e criticam taxa de retorno estabelecida
Pouco antes da reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social ( CDES), os membros do Conselhão, como é conhecido o órgão, criticaram os modelos de concessão na área de logística lançados pelo governo no ano passado.
O presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Simão Safady, disse que faltou diálogo com o setor privado antes de lançar o Plano Nacional de Logística (PNL), que prevê investimentos de aproximadamente R$ 130 bilhões na concessão de trechos rodoviários e ferroviários.
Desde o lançamento do PNL, o governo tem feito ajustes para atrair o interesse do setor privado, mas ainda há críticas entre os empresários.
?O governo desenhou um modelo que não foi aceito pelo mercado, que preservou pouco a lucratividade e aí não adianta. No momento que ele percebeu que as concorrências estavam vazias e que não havia interesse nem interno e nem externo e que o risco era muito grande, mudou o modelo?, disse Safady.
O presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e das Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy, aposta ainda que o governo terá que fazer mais mudanças para atrair os investidores e até mesmo o financiamento dos projetos pelo setor financeiro privado. ?Essa lógica da rentabilidade estava distorcida, não adianta focar só na modicidade tarifária. Se focar só nisso não tem investidor. Não adianta só trabalhar na alavancagem. Precisa também melhorar a rentabilidade dos projetos?, afirmou.
Desde o lançamento da carteira de projetos de logística, o governo tem resistido a ampliar as taxas de retorno do investimento, mesmo sob pressão dos empresários. Em vez de ampliar o retorno dos projetos, o governo prefere ampliar o montante da obra que pode ser financiado e dar mais prazos na concessão.
Godoy disse que a taxa de retorno para projetos desalavancados gira em torno de 5,5% ao ano. ?Precisamos levantar isso até uns 7% ao ano. Isso o governo não mexeu. Eu acho que aos poucos vai mexendo nisso?.
Reuters
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