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AGÊNCIA CBIC

02/09/2011

Construção civil e sustentabilidade

"Cbic"
02/09/2011 :: Edição 171

 

DCI OnLine/SP 02/09/2011
 

Construção civil e sustentabilidade

Estudos apontam que desde os anos 80 a demanda da população mundial por recursos naturais é maior do que a capacidade do planeta em renová-los. Dados mais recentes do Green Building Council (GBC) – organização não-governamental que surgiu para auxiliar no desenvolvimento da indústria da construção sustentável no mundo – demonstram que estamos utilizando 25% a mais do que temos disponível em termos de recursos naturais. Em outras palavras: para manter o estilo de vida atual seria necessário um planeta e mais um quarto dele. – Na construção civil os dados são alarmantes. O setor consome 42% da energia disponibilizada, 21% da água tratada, é responsável por 25% da emissão de gases, além de gerar de 60 a 70% do entulho no Brasil. E a conta também sai cara: o desperdício de recursos na construção civil representa entre 11 e 15% do custo total da obra. Porém, estamos falando de um segmento que movimenta 9,2% do PIB e canaliza 43% dos investimentos nacionais. Por isso, se por um lado é necessário seguir impulsionando o setor, por outro fica claro que é imprescindível que as construtoras busquem outros caminhos para manter os índices – em tempos de Olimpíadas, Copa do Mundo, Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e programas habitacionais, como o Minha Casa, Minha Vida.
 Para o vice-presidente de Sustentabilidade do Secovi-SP, Ciro Scopel, existe sim uma mobilização – por parte do Governo e com apoio de setores acadêmicos em geral – na busca de soluções concretas para construções sustentáveis no Brasil. Em parceria com a Fundação Dom Cabral, o Secovi-SP elaborou a Pesquisa de Indicadores de Sustentabilidade no Desenvolvimento Imobiliário Urbano. O objetivo do estudo é apresentar recomendações aos setores privado e público para a promoção de cidades mais sustentáveis no País.
 O crescimento do segmento e as construções sustentáveis são temas de dois importantes encontros em São Paulo no mês de agosto. Entre os dias 10 e 12 de agosto aconteceu o 83º Enic – Encontro Nacional da Indústria da Construção. O evento reuniu profissionais de construção civil e áreas correlatas, além de autoridades dos governos municipal, estadual e federal. Entre os temas discutidos por comissões nacionais e internacionais, Cidades e Sustentabilidade e Inovação na Construção. Alternativas para construções sustentáveis também foram alvo do Green Building Brasil Conferência Internacional & Expo, entre os dias 29 e 31 de agosto. A disseminação e a atenção que esses encontros recebem tanto de órgãos públicos como da mídia deixa claro que a fase do greenwashing no segmento da construção civil está com os dias contados. Greenwashing é um termo para designar um procedimento de marketing de uma organização com o objetivo de dar à opinião pública uma imagem ecologicamente responsável dos seus serviços ou produtos mesmo que – de fato – essa corporação não pratique nenhuma ação sustentavelmente responsável. Segundo pesquisa realizada pela Market Analysis, os produtos brasileiros são os que usam menos apelos em suas embalagens para dar ao consumidor uma falsa impressão de preocupação ambiental.
 É inaceitável que no início da segunda década do século 21, argumentos sustentáveis figurem apenas em discursos. Para fechar essa conta, os fornecedores da construção civil devem começar a investir em pesquisa e desenvolvimento de produtos que se comprovem tecnicamente sustentáveis. Isso não é fácil e nem barato como no caso de tintas e vernizes, agentes poluentes por natureza.
 Estampar nas embalagens frases politicamente corretas e verdes é fácil. Difícil é traçar novos caminhos evitando o uso de matérias-primas base petróleo e lançar mão de fontes renováveis. Esse tem sido o desafio da indústria e de toda a cadeia de fornecimento. O que ainda parece nebuloso no setor é que sustentabilidade rima sim com lucratividade. E não apenas porque o planeta ganha bônus quando se polui menos. Mas porque uma construção que siga os parâmetros da sustentabilidade valoriza o imóvel após um verdadeiro efeito dominó: um apartamento sustentável é mais confortável, com cômodos mais iluminados.
 Essa iluminação natural gera menos consumo de energia elétrica, que – por sua vez – reduz o valor da conta tanto da unidade como do condomínio. Essas vantagens são argumentos irrefutáveis no momento da comercialização e (ou) aluguel e tem por consequência a valorização monetária do imóvel. Por isso, podemos afirmar que temos de trabalhar em dois sentidos: agir e pensar de forma sustentável.
"Cbic"

 

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