Construtoras têm dia de alívio

As ações do setor de construção civil registraram alta em bloco na quinta feira após registrarem perdas por três semanas consecutivas. No topo, PDG avançou 5,12%, a R$ 6,37; Brookfield evoluiu 2,15%, a R$ 5,69; MRV se valorizou 1,59%, a R$ 10,25; Gafisa se apreciou 1,05%, a R$ 5,76; Cyrela ganhou 0,92%, a R$ 12,11 e Rossi subiu 0,65%, a R$ 9,32.

 A Brookfield anunciou na noite da quarta-feira a venda de 80% – num total de R$ 372, 8 milhões – da Torre Sigma e do Mall do projeto Torres. A empresa pretende manter os 20% restantes até a entrega do projeto e locação, que está localizado na região sul de São Paulo. A decisão trará uma entrada de caixa imediata de aproximadamente R$ 75 milhões.

 "Reter os 20% remanescentes permitirá a Brookfield capturar sua valorização, que deverá se beneficiar não apenas da melhoria da infraestrutura da região e do crescimento de São Paulo nesta direção, como também da mais valia agregada pelo fato de vender um imóvel pronto e alugado ao invés de vende-lo na planta", disse o diretor executivo da unidade de negócios de SP, Alessandro Vedrossi.

 Para Francisco Kods, analista da Planner Corretora, a quinta-feira foi um dos raros dias de alívio para as construtoras no mês. "As ações estão entre as mais penalizadas do ano o que desmentiu as estimativas que eram de recuperação.

 Acredito que o mercado já está precificando uma nova queda da taxa de juros – que beneficia os papéis no curto prazo – mas não é o bastante para reverter o cenário do setor", acredita. Gafisa ON amarga 52,16% no acumulado do ano. Este é o quarto pior resultado de uma lista com 68 membros.

 HERING E BR MALLS. Além das construtoras, outras ações voltadas para o cenário doméstico e sensíveis a uma possível redução de juros registraram bom desempenho na quinta-feira. BR Malls ON se valorizou 3,21%, a R$ 19,30 e Hering ON avançou 2,63%, a R$ 32,75. A corretora Ativa acredita que os papéis da companhia de shopping center irá se beneficiar no curto prazo porque o consumo interno deve se manter aquecido nos próximos meses. O portfólio da empresa – que atinge diversas classes econômicas – é outro ponto favorável para a ação.

 CCR ON se elevou 2,8%, a R$ 47,39.O resultado foi possivelmente impactado pelo aumento da recomendação do papel pelo analista Rodrigo Góes, do Banco BTGA Pactual, de neutra para compra.

 O preço alvo por ação é de R$ 57, no prazo de 12 meses.

 Na ponta vendedora, Hypermarcas ON recuou 4,13%, a R$ 9,74, e no acumulado do ano registra um tombo de 56,77%. "Depois que uma grande instituição rebaixou a recomendação do papel, ele vem sofrendo uma forte pressão vendedora.No atual momento o mercado não vai apostar na ação de uma empresa que representa dúvidas. O cenário continua amargo", disse Kops. O BTG Pactual diminuiu a nota dos papéis da companhia de compra para neutra no dia 19 de setembro, sob alegação de receio no crescimento da empresa devido ao aumento da concorrência.

 Engrossando as quedas de quintafeira, Usiminas PNA declinou 2,68%, a R$ 10,90 e Usiminas ON perdeu 0,72%, a R$ 20,66. A siderúrgica teve a sua perspectiva da nota de crédito rebaixada pela Moody"s de estável para negativa. A agência disse que manteve os ratings em escala global em Baa3 e em nacional em Aa1.br. Completando o setor,Gerdau PN se desvalorizou 1,51%, a R$ 13,67;Metalúrgica Gerdau PN caiu 0,93%, a R$ 17,11 e CSN ON, foi na contramão, e fechou em alta de 0,47%, a R$ 15,02.

 "Tenho visão positiva para as ações das siderúrgicas devido ao recente avanço do dólar – que viabilizou a exportação e uma possível inibição da importação do aço – e também pelo impacto favorável no faturamento das companhias", acredita o analista da Planner.