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AGÊNCIA CBIC

04/10/2011

Construção civil está tão aquecida que existe até fila de espera por profissionais

"Cbic"
04/10/2011 :: Edição 190

 

Jornal Rede Bom dia/BR 03/10/2011
 

Construção civil está tão aquecida que existe até fila de espera por profissionais

Período é tão bom para os profissionais em Sorocaba que muitos tornaram-se artigo de luxo
 
A escassez de profissionais no setor da construção civil em Sorocaba os valoriza. Tanto que, no momento em que muito se diz a respeito das vagas de emprego na indústria, Anderson Antônio Leme, 30 anos, decidiu pedir demissão da fábrica na qual trabalhava para voltar a fazer o que aprendeu com o avô: construir imóveis.
O assédio por sua mão de obra é grande no Wanel Ville 5, bairro onde ele trabalha atualmente e onde há duas empreiteiras em operação, além de centenas de pedreiros e outros profissionais autônomos. “Quem me vê assentando os tijolos para e quer saber quando estarei livre para pegar um novo serviço. Agora só tenho disponibilidade após janeiro”, relata. 
O primeiro emprego de Leme foi como servente, ao lado de familiares. Com a industrialização de Sorocaba e região veio a tentativa nas linhas de produção, porém o tempo lhe mostrou que era no canteiro de obras que ele ganharia mais. “Tenho mais flexibilidade de horário e os clientes, literalmente, vão até minha casa para me contratar.”
Como pedreiro, Fábio Gonçalves, 38, perdeu a conta de quantas moradias levantou. Autodidata, é graças ao trabalho braçal que ele paga a mensalidade do curso superior de Serviço Social, seu grande projeto de realização profissional. O diploma vem já no próximo ano. “A vida me colocou em caminhos que não escolhi, mas tudo deu certo. Quando era mais jovem não tive a oportunidade de fazer uma faculdade, mas hoje estou pagando os meus estudos com o meu trabalho”, diz.
Gonçalves afirma que se a nova área que escolheu não der lucro financeiro, continuará trabalhando como pedreiro. “Pelo menos realizei um desejo pessoal. O lucro, na construção, sei que é certo”, afirma.
Apesar do registro em carteira atrair aqueles profissionais que querem contar com um dinheiro certo no fim do mês, o trabalho como autônomo atrai pela flexibilidade de horários e pelo fato do próprio profissional poder tabelar seus preços. Leme e Gonçalves, por exemplo, cobram R$ 250 por metro  quadrado sem acabamento. Com serviço completo o metro sobe para R$ 320.
Cimento e batom
A casa em que a empregada doméstica Cristiane Maciano, 28, mora hoje foi construída por suas próprias mãos delicadas e de unhas feitas. Para viver do ramo da construção, ela está fazendo o curso de pedreiro assentador.
Ela conta que em uma sala de dez pessoas, duas são mulheres. “Isso mostra que a mulherada está entrando no setor. Tenho uma amiga que deixou de ser faxineira e se tornou profissional da construção civil. Ela ama o que faz e ainda ganha muito mais do que limpando casa. Foi por isso que decidi me arriscar também.”
84 mil
trabalhadores formais trabalham na construção civil em Sorocaba, o que faz da cidade o município do Interior com o maior número de trabalhadores registrados. A cidade deixa para atrás cidades muito maiores, como Campinas, que possui cerca de 81 formais.
Salários 
Segundo a Convenção Coletiva do Sindicato da Construção, os pisos são: servente (R$ 869); e pedreiro, armador, carpinteiro, pintor e gesseiro (R$ 1.034,00). Segundo o sindicato da categoria há 800 mil trabalhadores da construção no país.
Sindicato confirma: faltam profissionais 
Economia aquecida motiva construções e alavanca demanda de trabalho
Nesse ano o vigilante Francisco Dantas conseguiu juntar dinheiro para mexer na casa. Mandou construir uma edícula e está subindo um segundo andar. “O pedreiro está em casa há três meses. Consegui fazer sobrar um dinheiro para fazer as alterações.”
O caso de Francisco é um exemplo da construção sendo diretamente afetada pela economia aquecida. O presidente do Sindicato da Indústria e da Construção Civil, José Sarracinni Jr., explica que com a instalação de novos empreendimentos e indústrias na cidade, muitas famílias estão vindo morar em Sorocaba. Aquelas que não querem construir a própria casa, reformam algum imóvel usado. 
O boom no setor deve durar até as Olimpíadas de 2016, prevê:  “Muitos trabalhadores daqui irão para outras cidades, porque há a escassez de mão de obra  em todo lugar. Em Sorocaba  também teremos de recorrer a profissionais de fora”, explica.
José Sarracinni ressalta que nesse cenário de escassez, empreiteiras promovem leilões por profissionais. “Em Sorocaba é comum profissionais deixarem uma empresa ao serem assediados por outras que oferecem salário maior”. Isso beneficia até mesmo profissionais de pouca qualificação, como serventes.
Segurança do trabalho
Se as vagas de trabalho só crescem, o mesmo não se observa no que diz respeito às condições de segurança. 
Segundo o Corpo de Bombeiros, são 100 incidentes com feridos ao mês nos canteiros de obras de Sorocaba. O Ministério do Trabalho fez o acordo com as construtoras Alavanca, Sérgio Cardoso, TMS Comercial, Empreendimentos Imobiliários Vieira & Andrade e Paulo Afonso, que terão de fornecer equipamentos de segurança, instalação de andaimes e elevadores e fiscalização. A multa no caso de descumprimento às normas varia entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.
"Cbic"

 

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