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AGÊNCIA CBIC

29/09/2011

Colocar a mão na massa

"Cbic"
29/09/2011 :: Edição 187

 

Jornal Diário de Cuiabá/MT 29/09/2011
 

Colocar a mão na massa

  Parceria entre a UFMT e o Senai está oferecendo valiosas experiências práticas a vários estudantes   Martha Baptista  Da Reportagem  Ninguém ensina o que não sabe    a célebre frase do cacique xavante Ceremecê está inscrita na história da criação da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), também conhecida à época (o início dos anos 1970) como a Universidade da Selva. Quarenta anos depois, a sabedoria indígena é colocada em prática por um grupo de alunos do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFMT, que está participando de uma experiência pioneira: o curso de pedreiro no Centro de Treinamento de Mão de Obra, mantido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), no Distrito Industrial de Cuiabá.
 Realizado entre os meses de agosto e outubro, o curso envolve estudantes de vários semestres e até uma arquiteta já formada que pediu para integrar a turma piloto. A iniciativa é dos professores José Afonso Botura Portocarrero e Dorcas Araújo, que perceberam algumas lacunas na formação dos alunos. Eles entraram em contato com o Senai-MT no ano passado, por conta do Prêmio de Design e da realização de uma palestra. Daí surgiu a ideia de abrir uma turma especial de um curso oferecido rotineiramente pelo Senai, que tem como foco a qualificação de mão de obra para a indústria da construção civil.
 Como o curso ainda não terminou e a experiência não tem avaliação completa. Mas os professores Portocarrero e Dorcas estão animados e pretendem continuar a parceira com o Senai-MT. A iniciativa tem como referência uma escola que revolucionou a arquitetura no século XX: a Staatliches-Bauhaus, mais conhecida como Bauhaus, que funcionou entre 1919 e 1933 na Alemanha. Segundo Portocarrero, uma das filosofias da Bauhaus era justamente  o aprender fazendo  e os alunos, inclusive, moravam na escola.
 Quando você conhece, sabe executar, pode cobrar mais na execução do projeto. Hoje, vemos muitos problemas na execução de obras de todos os portes. Há muita tolerância com o erro , comenta o arquiteto. Na avaliação de Portocarrero, o curso de pedreiro vai contribuir para melhorar a formação dos futuros arquitetos e terá reflexos na execução das obras de construção civil.  Queremos também quebrar a ideia de que o arquiteto só trabalha para gente rica. Ele trabalha para a sociedade , acrescenta.
 TROCA DE EXPERIÊNCIAS
 A professora Dorcas Araújo diz que em conversa com os alunos do curso de pedreiro constatou que eles estão percebendo que o fato de botar a mão na massa está  enriquecendo a forma de projetar um ambiente . Segundo ela, o objetivo do curso é  despertar o interesse do arquiteto pela obra , tirar o estudante de arquitetura do escritório (muito deles já estagiam desde os primeiros semestres) e ajudá-los a se relacionar melhor com outros profissionais envolvidos numa construção, como engenheiros, mestres de obra e pedreiros.
 E troca de experiências tem sido salutar e rica.  Durante a execução do meu projeto do Espaço do Conhecimento (obra realizada para o Sebrae-MT no ano passado), fiz questão de me reunir com os pedreiros. Foi incrível: eles me deram muitas sugestões , conta Portocarrero. Ele acredita que o fato de aprender o trabalho do pedreiro pode proporcionar o surgimento nos futuros arquitetos de ideias sobre como usar a tecnologia em favor dos trabalhadores da construção civil e fazer com que o conceito de sustentabilidade deixe de ser apenas um modismo, evitando-se o desperdício.
 Para o engenheiro Mílton Justo Ferreira, professor do Senai-MT, responsável pela turma de estudantes de arquitetura, trabalhar com futuros arquitetos tem sido uma experiência muito interessante.  Tanto os arquitetos quanto os engenheiros saem da faculdade muito crus, conhecendo muita teoria e pouca prática , diz Ferreira.
 Apesar de todas as tecnologias digitais que facilitam a vida dos arquitetos (como AutoCAD e Sketchup), o saber executar uma obra, como os antigos mestres artesãos, continua fundamental.  Nós, arquitetos, fomos nos distanciando das raízes da profissão , lamenta Portocarrero. Fazer o curso de pedreiro é uma forma de resgatar essas raízes e agregar  um valor importantíssimo ao exercício profissional , conclui.
"Cbic"

 

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