
AGÊNCIA CBIC
Caixa e BB vão disputar com o BNDES empréstimos para novas concessões
O governo deve colocar a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil em um novo filão: o financiamento ao programa de concessões em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos.
A tradicional fonte de empréstimos para o setor é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A ideia é ganhar agilidade e tentar tirar do papel os projetos de infraestrutura que têm patinado.
Na avaliação do governo, um dos entraves é a demora na concessão de financiamento.
Técnicos comentam que, em alguns casos, a liberação de um empréstimo para infraestrutura pode demorar de dois a três anos. O tempo é consumido na análise da condição financeira do empreendedor, em como o negócio impactará seu caixa e assim por diante. Ninguém nega a importância desses cuidados, mas a avaliação na Esplanada dos Ministérios é que esse tempo pode ser radicalmente encurtado.
O BNDES já elaborou um plano de financiamento expresso para os investimentos do programa de concessões. "Os recursos poderão ser liberados em questão de semanas após a assinatura dos contratos", garantiu o chefe do Departamento de Logística do banco, Cleverson Aroeira.
A análise dos pedidos de empréstimo de longo prazo continuará detalhada e por isso consumirá em torno de seis meses, explicou. Mas o empreendedor poderá tomar um empréstimo-ponte, de liberação mais rápida, para iniciar os investimentos.
Essa possibilidade já existe hoje. A novidade é que o empréstimo-ponte terá o mesmo custo da linha de financiamento principal.
Normalmente, ele é mais caro. O BNDES também quer ganhar tempo na análise de documentos. Assim, vai permitir que os vencedores dos leilões submetam seus pedidos de empréstimo tão logo o resultado seja conhecido. Normalmente, é preciso aguardar pela assinatura do contrato de concessão, um processo que levará até 90 dias segundo o cronograma do governo.
Os investimentos em infraestrutura estão acelerando, informou Aroeira. Em 2012, o banco liberou R$ 7,5 bilhões em recursos para projetos em ferrovias e rodovias, o que significou um salto de 60% sobre 2011. Para este ano, a estimativa é de R$ 9,5 bilhões. Por isso, ele classifica como positiva a entrada de outros bancos oficiais nesse filão. As novas regras serão aplicadas já para os leilões das BRs 116 e 040.
Fonte: O Estado de S.Paulo.