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Consumo, Vale e Petrobras são maiores apostas para 2013
SÃO PAULO
A perspectiva é positiva para o mercado acionário em 2013, segundo especialistas, que apostam que o Ibovespa ultrapasse os 70 mil pontos. A justificativa está na retomada do crescimento econômico brasileiro e recuperação do cenário internacional, principalmente na China e Estados Unidos. Os setores em destaque serão de consumo, agronegócios, industrial e blue chips (Vale e Petrobras). O destaque negativo, entretanto, pode vir com os papéis do segmento de energia elétrica, construção civil e bancos.
Em 2012, o Ibovespa acumulou ganho de 7,40%, em 60.052 pontos. O BB Investimentos estima que o índice feche 2013 em 70 mil pontos. Já a SLW Corretora prevê 75 mil pontos.
Nataniel Cezimbra, gerente da equipe de pesquisa do BB Investimentos, detalha que o principal problema em 2012 foi o setor externo com a estagnação econômica dos Estados Unidos, desaceleração da China e problemas de dívida soberana da Espanha e Grécia. "A indústria ficou lenta e houve volatilidade do câmbio, o que afetou resultados da bolsa".
O cenário para esse ano, contudo, tende a melhorar, na opinião de Cezimbra. "Vemos no Brasil uma recuperação da indústria e consumo será o mais positivo".
A aposta do BB Investimentos está no setor de consumo, industrial , mineração e petroquímico. "As ações da Petrobras são negociadas abaixo do valor patrimonial. Esse será o primeiro ano que terá melhora no nível de produção, há um plano de eficiência e o reajuste do combustível, que ainda não precificou os papéis", disse o gerente de pesquisa.
No caso da Vale, o analista Victor Penna, afirmou que o benefício vem com a China, principal importadora de aço e minério de ferro. "O preço do minério ficará em US$ 120 por tonelada".
Segundo Priscila Tambelli, analista do BB Investimentos especializada em consumo e varejo, o viés está positivo e as principais empresas são a Natura e RaiaDrogasil. "A redução do IPI continua de forma regressiva até junho, mas as compras de bens duráveis já ocorreram. Há ainda a inadimplência em alta. Optamos por empresas não tão vinculadas a bens duráveis e crédito".
A visão positiva para 2013 também é vista nesses setores pelo analista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi. No entanto, Galdi prevê prejuízo no resultado da Vale do quarto trimestre.
O segmento de siderurgia com a Gerdau é promissor nos próximos anos, segundo o analista. "Há a Copa do Mundo, Olimpíadas, construção de portos, rodovias e ferrovias, então a construção com aço longo cresce e beneficia a Gerdau".
Agronegócios e alimentos estão nas recomendações para 2013. Na opinião de Galdí, a Marfrig, Minerva e Brasil Foods são empresas bem estruturadas e com desenvolvimento para esse ano. "Bom cenário para Souza Cruz e Ambev também, porque em qualquer ambiente cigarro e cerveja estão favoráveis".
Negativos e neutros
Os segmentos de construção civil e energia elétrica são unanimidade entre os analistas como os menos promissores para 2013. De acordo com Pedro Galdí, da SLW Corretora, as ações do setor elétrico amargaram quedas de 40% a 50% em 2012. "Houve a renovação das concessões e menores tarifas. A Eletrobras, que renovou, virá com prejuízo medonho no quarto trimestre".
Wesley Bernabé, analista do BB Investimentos, disse que o momento não é propício para a construção civil. "As empresas não vão crescer e haverá acomodação da demanda."
Outro segmento com viés neutro, segundo a equipe do BB Investimentos, é o de bancos. "Não temos muita certeza sobre as estratégias que serão traçadas no novo cenário, com Selic em patamar baixo, elevados índices de inadimplência e desafio da redução dos spreads bancários", declarou Nataniel Cezimbra. Por ser do grupo Banco do Brasil, a companhia não comenta o desempenho do BB e indica o Bradesco.
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