
AGÊNCIA CBIC
CBIC descarta pessimismo na construção civil
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31/07/2012 :: Edição 370 |
www.vidaimobiliaria.com.br – 31/07/2012 cbic descarta pessimismo na construção civil O desaquecimento na indústria da construção civil, conforme movimento apontado na "Sondagem Indústria da Construção" divulgada nesta semana, ainda não deve ser interpretado como pessimismo, afirma o economista da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) Luís Fernando Mendes. Segundo ele, o setor está percebendo a desaceleração que atinge a economia brasileira em geral, em reflexo à crise mundial. Mas ele acredita que a retomada de investimentos públicos em obras é um fator que tem capacidade de acelerar novamente a construção civil, fazendo com que o setor resgate índices positivos de percepção. Conforme pesquisa divulgada, o nível de Utilização da Capacidade de Operação da Indústria de Construção (UCO) ficou em 69% em junho, ante 71% em maio. Outros indicadores, sobre nível de atividade, situação financeira, acesso ao crédito e expectativas também apresentaram retração. Segundo o economista da CBIC, houve uma desaquecimento recente nas contratações de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), incluindo projetos vinculados ao Minha Casa, Minha Vida, principalmente os que são voltados para a população de menor renda. "O que a gente vê, de fato, é que recursos do orçamento da União têm diminuído bastante", explicou. Mendes ressaltou também que o acesso ao crédito, pelas empresas, ficou mais restrito este ano. "Os empresários estão sendo mais exigidos quando fazem contratos novos", destacou. Os bancos têm sido mais rigorosos, por exemplo, ao exigir garantias, especialmente das empresas de menor porte. Na pesquisa "Sondagem Indústria da Construção", o indicador sobre condições de acesso ao crédito marcou 46,7 pontos no segundo trimestre de 2012, ante os 47,1 pontos registrados no primeiro trimestre. Os índices variam de zero a cem. Valores acima de 50 pontos representam atividade aquecida e, abaixo disso, atividade desaquecida. A pesquisa foi realizada em parceria entre a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a CBIC. A pesquisa foi realizada entre os dias 2 e 13 de julho com 426 empresas, das quais 138 de pequeno porte, 136 médias e 102 grandes. Para a CNI, os resultados da pesquisa evidenciam atividade desaquecida na indústria da construção civil. "Isso mostra que a economia brasileira, pelo menos neste momento, tem um crescimento muito baixo", disse o gerente executivo de pesquisa da CNI, o economista Renato da Fonseca. Ele acredita que há risco de esse cenário se agravar, com reflexos em outros segmentos. Fonseca destacou que atrasos em execução de obras vinculadas a projetos da Copa do Mundo e da Olimpíada do Rio de Janeiro afetam, negativamente, a percepção dos empresários do setor. Ele destaca que não são problemas nas obras dos estádios, mas em projetos paralelos, como estradas e outras ações de mobilidade urbana. Para Fonseca, a política de Parcerias Público-Privadas (PPP) ainda apresenta entraves, o que impede obter maiores avanços nesses projetos. "O Brasil fez isso, mas não conseguiu decolar", disse. Fonseca concorda com Mendes, da CBIC, que um fôlego maior do setor público na execução de obras seria bastante importante para voltar a impulsionar o setor da construção civil. |
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