
AGÊNCIA CBIC
INCC registra segunda maior alta do ano em junho

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou, em junho, a segunda maior alta do ano, com variação de 0,69%, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (7) pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O aumento só ficou atrás do registrado em janeiro, que foi de 0,83%. O principal responsável pelo avanço no mês foi o custo com mão de obra, que subiu 1,32%.
De acordo com a economista-chefe da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ieda Vasconcelos, a elevação já era esperada para o período, por conta das datas-base das convenções coletivas do setor. “Maio e junho costumam concentrar os maiores reajustes no custo com a mão de obra. Neste ano, isso se repetiu, com destaque para as capitais Brasília, Recife e São Paulo, que apresentaram as maiores altas”, explica.
Além da mão de obra, os custos com materiais e equipamentos também registraram leve aumento de 0,12%, revertendo a queda de 0,27% verificada em maio. Já os serviços tiveram uma alta mais expressiva, de 1,26%. No acumulado do primeiro semestre de 2025, o INCC já subiu 3,45%, enquanto a alta dos últimos 12 meses alcançou 7,21%.
Entre os principais itens que pressionaram o índice no mês estão operador de máquinas (3,25%), engenheiro (1,60%) e eletricista (1,53%). Por outro lado, produtos como tela de aço soldada para concreto (-2,06%) e bloco cerâmico (-1,18%) ajudaram a conter um avanço ainda maior do indicador.
Para Ieda Vasconcelos, o aumento dos custos se soma a outros desafios enfrentados pelo setor. “Estamos em um cenário de incerteza econômica, com juros elevados, possibilidade de aumento de impostos e projeções de inflação acima da meta. Isso tudo dificulta o planejamento de investimentos, especialmente em um setor que demanda previsibilidade no médio e longo prazo”, avalia.