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AGÊNCIA CBIC

27/03/2025

Rodada de Negócios da CII debate desafios e oportunidades do mercado imobiliário

O cenário econômico e suas implicações para o mercado imobiliário estiveram no centro das discussões durante a Rodada de Negócios de Mercado Imobiliário, promovida pela Comissão de Indústria Imobiliária (CII) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Realizado de forma online e transmitido via Zoom nesta quarta-feira (26), o evento reuniu especialistas do setor para analisar os desafios impostos pelos juros elevados e as estratégias para manter a competitividade e viabilidade dos projetos.

O impacto das taxas de juros no planejamento financeiro das incorporadoras foi um dos pontos centrais do debate. A necessidade de um planejamento cuidadoso das planilhas de viabilidade e da atenção aos prazos de aprovação dos projetos foi enfatizada, dada a influência direta do custo do crédito sobre os investimentos imobiliários. “Os juros altos impõem desafios significativos ao setor, exigindo um planejamento cuidadoso das planilhas de viabilidade e atenção redobrada aos prazos de aprovação de projetos”, afirmou Ely Wertheim, vice-presidente da CII. Ele também destacou a importância de encontros presenciais da comissão, mencionando a recepção calorosa que tiveram em Fortaleza.

As condições macroeconômicas e seus desdobramentos para o setor foram analisadas sob diversas perspectivas. A guerra comercial entre potências internacionais, os efeitos da política econômica dos Estados Unidos e a valorização do dólar frente ao real são fatores que impactam diretamente o Brasil. “A situação fiscal do Brasil segue desafiadora, com o aumento da dívida pública reforçando a necessidade de ajustes fiscais”, pontuou Fernando Machado Gonçalves, superintendente de pesquisa macroeconômica do Itaú Unibanco. Ele também alertou para o efeito da inflação dos alimentos na popularidade do governo federal, apontando que as oscilações no custo de vida têm impacto direto na economia doméstica e, consequentemente, no setor imobiliário.

A escassez de recursos na poupança e os desafios do crédito imobiliário foram temas amplamente debatidos. Com os bancos cada vez mais dependentes de letras financeiras para manter o financiamento habitacional, o mercado de médio e alto padrão enfrenta obstáculos adicionais. “Enquanto o segmento de baixa renda se mantém protegido pelo programa habitacional, os imóveis de médio e alto padrão enfrentam desafios devido ao custo elevado do crédito”, analisou Milton Davila, Superintendente de Crédito Imobiliário do Banco Itaú. Ele destacou ainda que, apesar dos desafios, o mercado imobiliário permanece resiliente e estratégico para os bancos.

O endividamento das famílias e seu reflexo no setor imobiliário também foram abordados. O crescimento do crédito consignado foi identificado como um fator que pode comprometer a capacidade de pagamento e, consequentemente, dificultar a aquisição da casa própria. “Precisamos acompanhar de perto o crescimento desse tipo de crédito e seus efeitos na capacidade de pagamento das famílias”, alertou Clausens Duarte, VP da área de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, reforçando a necessidade de um monitoramento rigoroso das tendências de endividamento.

Os dados sobre financiamento imobiliário trouxeram perspectivas otimistas para o setor. O crescimento registrado no financiamento habitacional em janeiro e a estabilidade da poupança foram apontados como indicadores positivos. “Janeiro registrou um crescimento no financiamento imobiliário, e a poupança se mantém estável. O setor continua sendo um pilar fundamental para os bancos, especialmente devido à baixa inadimplência”, explicou Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP.

A ampliação do acesso ao crédito habitacional também foi destaque na discussão. O orçamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi executado de maneira estratégica para permitir a criação de uma nova faixa estendida, aumentando o número de unidades financiadas. “Essa ampliação busca aumentar o acesso ao crédito habitacional, garantindo mais moradias para a população”, destacou Luís Fernando, consultor econômico da CBIC. Henriqueta Arantes, consultora da CBIC e membro do conselho curador do FGTS, complementou ressaltando que as mudanças nos tetos de renda dentro do programa habitacional são fundamentais para ampliar seu alcance. “Esses ajustes são fundamentais para ampliar o alcance do programa e atender melhor às necessidades habitacionais da população”, afirmou.

A Rodada de Negócios proporcionou um espaço valioso para que empresários, investidores e especialistas compartilhassem percepções sobre o setor em diferentes regiões do Brasil. A troca de experiências ofereceu um panorama diversificado do mercado imobiliário, permitindo uma análise aprofundada dos desafios e oportunidades enfrentados atualmente.

 



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