Confira os finalistas do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade na categoria Materiais e Componentes
A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio da sua Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade da (Comat), e o Senai Nacional, realizam na próxima terça-feira (11), em Brasília, a solenidade de entrega da 22ª Edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade. A iniciativa tem o objetivo de reconhecer, premiar e divulgar soluções relacionadas à tecnologia e gestão de produção em construção civil, com foco em sustentabilidade dos empreendimentos. Que tal conhecer um pouco dos projetos finalistas?
Ontem (5), o CBIC Hoje iniciou uma série de matérias com informações sobre os três concorrentes que chegaram à final em cada uma das cinco categorias: Sistemas Construtivos, Materiais e Componentes, Pesquisa Acadêmica, Gestão da Produção e Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e Tecnologia de Informação para a Construção (TICs).
Hoje (6) é a vez de você conhecer os finalistas da categoria Materiais e Componentes, seguindo a ordem alfabética.
Bloco acústico de concreto
A Glasser Pisos e Pré-Moldados LTDA, de São Paulo (SP), estudou a criação de um material para construção de paredes que permitisse um isolamento acústico em apartamentos dentro dos requisitos exibidos pela legislação brasileira. O objetivo foi alcançado com o projeto ‘Desenvolvimento de um novo modelo de bloco de concreto – Bloco Acústico, uma solução para isolamento acústico segundo exigência da ABNT NBR 15575’, segundo a empresa, para a qual a ideia trata-se de uma inovação viável técnica e economicamente e que não traz impactos ambientais negativos nem de cunho produtivo.
A solução encontrada foi um bloco de geometria idêntica à já utilizada em blocos estruturais, mas com modificações na massa e a inclusão de aditivos especiais, inclusive pigmentos para alterar a tonalidade do concreto e diferenciá-lo para aplicação em paredes com maior exigência de isolamento acústico. Os testes em laboratório e em campo mostraram que o produto permite alcançar a redução de ruídos exigida pela norma, em decibéis.
Além de propor solucionar uma demanda o mercado com um preço economicamente viável e sem dilatação de cronogramas, a Glasser acredita ter racionalizado o uso de recursos, ao evitar o aumento de espessura de revestimentos ou de preenchimento das paredes. O material ainda dispensa condições especiais de logística para sua aplicação, apresenta resistência suficiente para ser utilizado para alvenarias de vedação e estruturais e se inserir na ‘logística reversa’ que a empresa já pratica, conforme o próprio fabricante.
Argamassa com flocos celulósicos
Focada em promover o uso inteligente dos recursos e as mudanças das formas de produção, a Riomix, de Itaboraí (RJ), desenvolveu um estudo laboratorial em parceria com uma universidade e chegou ao projeto ‘Eternizando Suas Embalagens na Fabricação das Argamassas’. Trata-se de um material aditivado de flocos celulósicos provenientes da própria embalagem, que, para a empresa, foi idealizada com base no conceito da economia circular.
A ideia de é eliminar o descarte das sacarias, um grande entrave no setor. O reaproveitamento das embalagens de argamassa, que seriam jogados no lixo, pode gerar ganhos significativos para o fabricante e também comerciantes e consumidores, que têm incentivos ao devolverem os sacos vazios, podendo receber da Riomix, por exemplo, uma unidade nova do produto, como brinde, a cada quantidade de embalagens vazias retornadas. Pessoas que residem em ‘moradias socialmente desfavorecidas’ também são beneficiadas com a doação de argamassa, à medida que o programa social avança.
O projeto realizou estudos das propriedades mecânicas, de durabilidade e retração de misturas, que apresentaram resistências à compressão, flexão e aderência à tração similar àquelas apresentadas por argamassa de referência utilizada no mercado pela empresa.
A argamassa aditivada de resíduo celulósico da sua própria embalagem foi utilizada no assentamento e emboço de centros de treinamento de dois times de futebol no Rio de Janeiro, com acabamento desejável, e em diversas outras obras. Ela é comercializada em cerca de 50 lojas de materiais de construção, que propagam a redução, reutilização, recuperação e reciclagem de materiais e energia.
Linha de Vida e Guarda-Corpo e Rodapé
A Universidade Estadual de Maringá (UEM), no Paraná, desenvolveu um ‘Sistema de Linha de Vida e de Guarda-Corpo e Rodapés para Proteção contra queda em altura de trabalhadores na construção de edifícios’ que pode ser utilizado na fase de execução de estrutura de concreto armado desde o início da montagem de fôrmas e armaduras. O objetivo é que ele fosse viável tecnicamente e financeiramente e que não prejudicasse a estabilidade dimensional das fôrmas e nem a durabilidade da estrutura pós-concretagem.
Segundo os autores do projeto, a utilização de abraçadeiras permite a colocação de linhas de vida em diferentes alturas na periferia do pavimento em execução. Outra funcionalidade é a compatibilidade da linha que passa na periferia da edificação com os varais no interior da edificação. Já os guarda-corpos e rodapés também podem ser colocados desde o início da montagem das fôrmas.
Para sua fixação, o sistema dispensa elementos que perfurem as vigas de fachada ou prejudiquem a execução de fôrmas e ferragem, e contém base de apoio que elimina o uso de métodos tradicionais de fixação, como cunhas, tirantes ou barras de ancoragem. O material também é leve, de fácil deslocamento e não exige transporte por equipamento mecanizado.
Além de representar maior segurança, sua aplicação em quatro edificações verticais mostrou que ele é viável em termos financeiros, apresenta baixo custo de produção e pode ser reutilizado para diversas obras, sem a necessidade de descarte do material.