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07/11/2018

Construtoras de MT aderem à plataforma BIM

O uso da plataforma tecnológica BIM já é uma realidade na construção civil em Mato Grosso. Uma das pioneiras no estado na adoção do BIM, o Grupo Echer  iniciou em 2018 a utilização desse sistema na elaboração dos projetos de empreendimentos e no planejamento de obras na capital e interior. BIM é uma sigla internacional para Building Information Modeling e consiste num processo inteligente baseado em modelo 3D que oferece aos profissionais de engenharia e arquitetura um conjunto de informações que permite planejar, projetar, construir e gerenciar projetos construtivos e de infraestrutura de forma mais integrada e eficiente.

Na prática, o BIM é um instrumento para estimular a competitividade e a produtividade das construtoras no alcance de um bom desempenho com uso de uma ferramenta de projetos e planejamento adequados na execução de obras com qualidade, dentro dos custos previstos e entregues dentro do prazo. As vantagens oferecidas pela modelagem atraíram o Grupo Echer nesse passo importante em direção ao futuro. O diretor de Engenharia da empresa, Michel Echer, relata que a construtora está na fase de transição do modelo tradicional para o BIM e que o desejo da empresa foi estimulado com a mudança de sede da empresa de Rondonópolis (a 190 km ao sul do estado) para Cuiabá.

A decisão de migrar da faixa 1 para a faixa 2 na construção de unidades habitacionais do Programa Minha Cassa Minha Vida (PMCMV), do governo federal, foi o start que a empresa precisava para mudar o sistema construtivo tradicional de (alvenaria) para o semi-industrializado (paredes de concreto). Com a mudança, a necessidade de qualificar melhor os projetos foi de extrema importância a fim de conferir qualidade no desenvolvimento e compatibilização do projetos com o uso da nova ferramenta.

Dos empreendimentos desenvolvidos pelo arquiteto Fausto Echer, do mesmo grupo, dois deles já utilizam a modelagem BIM. Mesmo com pouco tempo de uso da plataforma, a empresa já consegue perceber os resultados positivos que essa tecnologia permite: a integração de todos os profissionais de áreas de conhecimento distintas (arquitetura, engenharia estrutura, elétrica, sanitária e infraestrutura), no mesmo objetivo.

“A gente analisava um projeto de infraestrutura avaliando as curvas de níveis manuais. Hoje temos os diagramas em 3D do terreno que mostram o ponto crucial que precisa de reforço estrutural, onde tem corte de aterro, onde precisa de compensações, tudo ‘virtualizado’. A economia começa no projeto linkado ao planejamento, por uma execução mais assertiva. Um ponto a favor é que temos nossos próprios projetistas, o que agiliza as consultas, as simulações e as variáveis. Os ajustes são mais rápidos e eficazes do que se fosse via escritório contratado”, relata.

Segundo o diretor, o primeiro passo para a adoção do BIM foi a contratação de uma empresa especializada em BIM: a que o Grupo Echer opera é a AutoDesk. Há outras disponíveis no mercado. A partir dali a construtora definiu sua linha de trabalho de acordo com as pretensões da empresa junto à indústria da construção e mercado da incorporação:  adquiriu pacote de softwares para o sistema e promoveu o treinamento de equipe para domínio da ferramenta. Com base nos produtos da empresa e na linha de atuação, o Grupo Echer definiu inicialmente que iria trabalhar com as plataformas em 3D e 4D.

Michel Echer conta que a adesão ao BIM não trouxe apenas a possibilidade de um trabalho final de qualidade de uma obra ou empreendimento entregue, mas uma motivação maior entre os profissionais da empresa: projetistas, atendimento, área comercial e marketing.  A empresa acaba de enviar às regionais da empresa no estado óculos de realidade virtual, capazes de mostrar ao cliente a projeção do que será, ao término da obra, o produto adquirido. O uso dessa tecnologia é uma consequência do emprego do BIM na empresa.

O interesse pela modelagem BIM levou sócios do Grupo Echer a participarem de seminários, simpósios e treinamentos por todo o país. Em outubro do ano passado, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sindicato das Indústrias da Construção (Sinduscon-MT) promoveram em Cuiabá um seminário sobre o tema. “Dali em diante a gente percebeu que as empresas estão cada vez mais dispostas a utilizar esse recurso tecnológico. É um sistema que envolve o cruzamento de informações multidisciplinares. O BIM não é uma tendência, é uma verdade em nosso mercado e quem ficar de fora perde em competitividade”, analise a engenheira civil Sheila Marcon, assessora técnica do Sinduscon-MT.

O investimento em BIM pela empresa trouxe tanto otimismo que já alimenta outro sonho. “Nosso desejo é que a execução de uma obra ocorra com uso de uma impressora 3D. Isso já é uma realidade mundial. Quanto tempo vamos precisar para alcançar esse sonho? Só o tempo dirá, porque o BIM é passaporte para a industrialização e já iniciamos nosso caminho nessa direção. A sequência do BIM na construtora inclui a compatibilização nas pontas: projeto 3D, planejamento e acompanhamento da obra em 4D. Estamos falando em projetar, quantificar e colocar no planejamento e acompanhar a evolução física e o curso da obra dia a dia. Nossa competição de mercado não é só local, pois o BIM é uma decisão estratégica para alta performance”, conclui Michel Echer.

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