Caixa reduz juros e aumenta cotas de financiamentos imobiliários
A Caixa Econômica Federal reduziu os juros nos financiamentos imobiliários, com entrada em vigor a partir desta segunda feira (10). A taxa para empréstimos do Sistema Financeiro de Habitação (SFH) caiu de 8,75% para 8,5% e a do Sistema Financeiro Imobiliário (SFI) passou de 11% para 9,75%. O anúncio foi feito em reunião na Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), nesta quinta-feira (7).
Os novos valores têm validade até 31 de julho. A taxa do SFH vale para imóveis residenciais até 1,5 milhão, com possibilidade de utilização do FGTS. Já a taxa do SFI é referente a imóveis residenciais e comerciais desenquadrados do SFH, sem limite de valor.
Durante a reunião, a Caixa Econômica Federal informou que já executou, até maio, 52% do orçamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) para este ano. Ao todo, foram alocados R$ 40,1 bilhões, de um total de cerca de R$ 80 bilhões. Também foram investidos R$ 7,1 bilhões em descontos para pessoa física.
O Superintendente Nacional da instituição, Daurim Goulart, encarregou-se da apresentação. “A previsão é que nossa meta de execução para o primeiro semestre seja superada”, afirmou. Ele informou também que a taxa de inadimplência geral de habitação do agente financeiro é de 1,26%, enquanto a do programa Minha Casa Minha Vida – mercado – é de 1,13%.
Outro assunto abordado foi a situação dos pagamentos do Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). De acordo com a Caixa, o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) fez os repasses e o banco efetuou os pagamentos até 3 de maio. Os outros pagamentos serão regularizados à medida que o banco receba novos recursos.
Foi tratado ainda o andamento da retomada de obras paradas. O vice-presidente da área de Habitação de Interesse Social, Carlos Henrique Oliveira Passos, sugeriu que seja feita uma reunião conjunta entre Caixa, o MDR, e a CBIC, para avaliarem a situação em conjunto, devido a demora para destravar a retomada dos empreendimentos paralisados. As empresas têm gastos com orçamento, que ficam muito defasados, e às vezes até com implantação de canteiros de obras e trabalhadores, sem que a contratação se consume.
Sobre o Feirão Caixa, Daurim informou que caberá às empresas e sindicatos da indústria da construção civil a decisão quanto a realização do evento, não havendo patrocínio do banco. Apesar disso, ele informou que será disponibilizada equipe e tecnologia para auxiliar na realização do feirão, e será autorizada a utilização da marca Caixa.
Banco do Brasil foca atendimentos na Faixa 3 do MCMV
Pela manhã, a reunião foi com representantes do Banco do Brasil, que trouxeram atualizações sobre as operações do agente financeiro dentro do MCMV. Quanto aos pagamentos atrasados, o órgão informou que recebeu as verbas do governo federal e foi montada uma força-tarefa para equalizar as liberações e quitar as parcelas pendentes.
De acordo com o gerente de soluções do banco, Fabiano Falcão, também estão sendo feitos ajustes estratégicos em relação ao direcionamento dos recursos do programa. “O foco é atender clientes da Faixa 3, já que o banco não conseguiu chegar no grau de acurácia necessário para trazer outros clientes com menos inadimplência”, explicou. Também serão prioridades os financiamentos com recursos da caderneta de poupança – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE).
Associações e sindicatos presentes no encontro chamaram a atenção para problemas operacionais enfrentados pelas construtoras sobre os contratos com o agente financeiro. Segundo o assessor Eric Donatini, o banco está procurando simplificar os processos para dar mais agilidade. Atualmente, o prazo de análise para pessoas físicas é de dez dias e a meta é que seja ainda mais curto.
CHIS celebra primeira reunião oficial desde sua criação
Também pela manhã, ocorreu a primeira reunião oficial da Comissão de Habitação de Interesse Social (CHIS) desde sua criação, na qual foram tratados assuntos institucionais. Além disso, o vice-presidente da área, Carlos Henrique Oliveira Passos fez exposição sobre as mudanças que o governo federal está planejando para o Minha Casa, Minha Vida, apresentadas pelo ministro do Desenvolvimento Regional (MDR), Gustavo Canuto, em audiência na Câmara dos Deputados na terça-feira (4).
O vice-presidente da CBIC ressaltou a importância de o setor participar no debate e desenvolvimento da nova proposta. “Trata-se não apenas de um novo programa habitacional, mas de uma política habitacional. Ela será transformada em projeto de lei para ser encaminhada ao Congresso”, disse. A entidade e a Caixa Econômica se reunirão oportunamente com o MDR para tratar da questão.
Conselho Curador do FGTS revisa diretrizes de aplicação do fundo
Ainda durante a reunião, a consultora da CBIC e integrante do Conselho Curador do FGTS Henriqueta Arantes informou que está sendo realizada uma revisão da Resolução nº 702. A norma estabelece as diretrizes para a elaboração das propostas orçamentárias e aplicação dos recursos do fundo.
“O objetivo é aprofundar os estudos relativos a renda per capita, como reequilibrar o fundo, quanto contratar ou não, de forma a garantir a disponibilidade para pagamento de todas as obras contratadas”, explicou a consultora.
Nos próximos encontros da CHIS, serão apresentados os avanços na revisão.
A reunião faz parte do projeto da CBIC “Continuidade e Melhoria dos Programas Habitacionais”, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).