Construção civil e governo buscam melhores condições para o Casa Verde e Amarela
Diante do aumento de custo dos materiais de construção na pandemia, do descasamento entre a demanda e a oferta de imóveis no programa Casa Verde e Amarela e da pressão sobre os preços, o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, informou, nesta quarta-feira (21/09), que a entidade está trabalhando junto com o governo federal e o Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), buscando a melhoria das condições de compra das famílias.
Ao público jovem que participou do painel ‘A importância do crédito imobiliário e como incentivá-lo em um cenário de Selic alta’, no Conecta Imobi 2022, no Expo Transamérica, em São Paulo, Martins frisou que as medidas anunciadas pelo governo federal no dia 20 julho já resultaram, em agosto, a cerca de 40% de crescimento na contração do Casa Verde e Amarela em relação a julho de 2022. Algumas delas relacionadas a queda na taxa de juros, aumento do subsídio e melhoria do índice regional.
“Temos uma curva de subsídio muito mais aderente à realidade econômica social do país. Passou de duas variáveis, que era o local e a renda, para cinco variáveis que espelham muito mais a realidade e a capacidade de compra dos nossos adquirentes”, salientou o presidente da CBIC.
O setor aguarda o fechamento dos meses de setembro e outubro para checar se o resultado diz respeito a um estoque represado ou se realmente vai manter o ritmo de crescimento. “Diferente do início do ano, quando imaginávamos que fosse estar longe de cumprir o orçamento, em 2022 deve faltar recurso do orçamento no FGTS”, mencionou.
Mediado por Marcelo Dadian, vice-presidente de Negócios do ZAP+, o painel também contou com a participação de Filipe Pontual e Luiz Antonio França. O evento reuniu os principais players do mercado, parceiros inovadores, associações, influenciadores, imobiliárias, incorporadoras, corretores de imóveis, startups e profissionais do setor.
Sandro Gamba, diretor de crédito imobiliário do Santander, chamou atenção para o fato de que, se anteriormente se falava do Casa Verde e Amarela apenas no mercado primário, atualmente é crescente o desenvolvimento de ofertas no mercado secundário para o CVA. “É muito importante que as equipes de vendas observem isso”, disse.
Sobre as novidades, José Carlos informou que a CBIC, em conjunto com as entidades associadas, está trabalhando em um projeto para o mercado imobiliário, semelhante ao do mercado de automóveis. A ideia é criar um crédito rotativo, no qual você pode deixar o imóvel como garantia, o que melhora a concessão do crédito e a venda do imóvel. “Se investirmos na cultura da troca de imóveis teremos 10% de financiamento do crédito imobiliário de percentual do PIB. Países vizinhos, como o México, tem cerca de 20%. Só vai chegar nesse ponto quando nós aquecermos o mercado secundário e ele vai alavancar o nosso mercado primário”, destacou Martins.
Durante o evento, o presidente da CBIC pediu engajamento em busca da redução dos custos de construção, através da industrialização, de novas tecnologias e da simplificação da burocracia. Citou estudo da entidade que revela que 12% do valor do imóvel está relacionado ao excesso de burocracia. “Somente com vocês cobrando as dores que têm e nós, do lado de cá, ajudando a resolver essas coisas é que vamos transformar esse mercado. Não é possível que a construção no Brasil seja 40% do que ela já foi há um tempo, ou seja, o mercado que nós temos para crescer é enorme”, disse.
Mediado por Marcelo Dadian, o painel também contou com a participação de Filipe Pontual e Luiz Antonio França.
O evento tem interface com o projeto “Melhorias para Mercado Imobiliário”, das Comissões da Indústria Imobiliária (CII) e de Habitação de Interesse Social (CHIS) da CBIC, em correalização com o Senai Nacional.