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26/06/2025

Obras industriais ganham destaque como vetor de inovação no 13º Roadshow da COIC, em São Paulo

Com foco no fortalecimento, inovação e desenvolvimento do setor de obras industriais, a Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) promoveu, nesta terça-feira (25), a 13ª edição do seu tradicional Roadshow. O evento foi realizado em formato híbrido, com transmissão ao vivo no YouTube e programação presencial na sede da Fundação Dom Cabral (FDC), em São Paulo. 

A abertura contou com a presença de lideranças do setor, como Ilso Oliveira, presidente da COIC/CBIC, que destacou a importância estratégica do segmento de obras industriais e corporativas. “Geramos cerca de R$ 50 bilhões em obras por ano e 800 mil empregos formais nos canteiros de obra em todo o país”, afirmou. Ele ressaltou ainda a relevância do evento: “Temos uma agenda bastante rica hoje, com debates que impactam diretamente a inovação e a produtividade do nosso setor.” 

Em sua primeira participação como presidente-executivo da CBIC, Fernando Guedes reforçou o papel do setor como vetor de crescimento. “Esse é um setor plenamente formalizado, muito industrializado e atualizado em relação às tecnologias. A CBIC está comprometida com seu desenvolvimento e em melhorar o ambiente de negócios para as nossas empresas”, afirmou.

Presente na abertura do encontro, Yorki Stefan, presidente do Sinduscon São Paulo, ressaltou a importância da correalização do evento e o papel do Sindicato no fomento ao setor. “É uma grande satisfação para o Sinduscon a correalização desse 13º Roadshow da Comissão de Obras Industriais e Corporativas da CBIC. Nada mais oportuno do que discutirmos o desenvolvimento e as inovações em obras industriais”, afirmou. 

Yorki destacou também a criação recente do Comitê de Obras Industriais (COI) do Sinduscon, liderado por Tiago Rossi, que apresentou durante o evento um case de inovação na construção de um data center. “São 54 diretores técnicos que compartilham suas experiências mensalmente em uma reunião que começa às 7h30 da manhã e vai até às 11h, uma vez por mês. Nosso objetivo é fortalecer empresas de todos os portes, especialmente as médias, que agora passam a integrar a agenda do COI”, explicou.

O presidente do Sinduscon São Paulo ainda reforçou os desafios enfrentados pelas empresas e a importância das associações: “É muito difícil empreender no Brasil. Sem as associações, nossas empresas estariam em grande dificuldade. Reformas tributárias e outras lutas conjuntas dependem do nosso engajamento coletivo.”

Complementando a mensagem, Leonardo Scarpelli, diretor de desenvolvimento de empresas de médio porte da Fundação Dom Cabral, deu as boas-vindas e apresentou a instituição parceira do evento. “É um prazer ver essa sala. A Fundação Dom Cabral completa 50 anos no próximo ano e está entre as 10 melhores escolas de negócio do mundo, ocupando atualmente o quarto lugar”, destacou.

Scarpelli enfatizou o trabalho da FDC com médias empresas, especialmente familiares, setor que recebe ampla atenção da instituição. “No ano passado, realizamos 6.800 horas de desenvolvimento e planejamento estratégico na construção civil, e para 2025 esperamos ultrapassar 8 mil horas, atuando em empresas de todo o Brasil e até fora do país.”

Ele também reforçou o compromisso da Fundação Dom Cabral com o setor: “A Fundação está à disposição do presidente Yorki, do Tiago e do presidente Fernando para continuar avançando nas ações de parceria entre Fundação Dom Cabral, CBIC e Sinduscon.”

Cenário econômico e soluções para o setor 

O primeiro painel foi conduzido pelo professor Paulo Vicente, da Fundação Dom Cabral, que apresentou uma análise profunda sobre o cenário global e os chamados ciclos tecnológicos de Kondratiev. Segundo o professor, a economia mundial passa por uma fase de crise prevista nesses ciclos, marcada por conflitos armados, pandemia, inflação e instabilidade política.

Ele apontou tendências de reindustrialização nos países desenvolvidos, como o retorno de fábricas aos EUA (reshoring), a encurtamento das cadeias globais de suprimentos e a crescente valorização da produção ocidentalizada. Nesse contexto, a América Latina — especialmente o Brasil — desponta como região estratégica, com potencial para atrair investimentos industriais por conta de sua posição geográfica e relativa estabilidade.

Contudo, ele fez alertas importantes: “O Brasil ainda precisa vencer obstáculos estruturais, como a insegurança jurídica e o sistema tributário complexo, para se tornar de fato atrativo.”

O segundo painel foi liderado pelos engenheiros Eduardo Silvino e Diego Pontes, da RETC Infraestrutura Industrial, que apresentaram o modelo de gestão compartilhada como solução para empreendimentos industriais complexos. A proposta, segundo eles, consiste em reunir empresas com competências complementares em consórcios bem estruturados, permitindo ganhos em produtividade, segurança e controle de custos.

Foram destacados dois grandes cases da empresa: um projeto de descaracterização de barragens da Samarco, e uma planta industrial farmacêutica. Nos dois exemplos, a união de forças entre empresas resultou em maior agilidade, redução de riscos, otimização de mão de obra e melhoria na qualidade das entregas.

“Consórcios não dividem escopos, multiplicam a capacidade de entrega”, sintetizou Silvino. Eles também alertaram que, para o modelo funcionar bem, é essencial que as empresas parceiras tenham culturas organizacionais alinhadas e compartilhem valores como ética, transparência e foco no cliente.

Fechando os painéis técnicos do evento, Tiago Rossi, da Racional Engenharia e coordenador do Comitê de Obras Industriais do Sinduscon São Paulo, abordou o processo de transformação digital nas obras industriais. Ele destacou que o setor ainda apresenta baixa maturidade digital, mas vem avançando com o uso de ferramentas como BIM 4D, ambientes comuns de dados e plataformas digitais integradas.

Rossi mostrou um estudo de caso real sobre a construção de um data center de alto investimento, no qual o uso dessas tecnologias permitiu maior controle de prazos, redução de retrabalho e transparência na gestão. “A digitalização do processo é a grande inovação que pode transformar o setor de construção”, afirmou.

Apesar dos benefícios, ele alertou para desafios importantes: resistência cultural, custo de implantação, necessidade de treinamento das equipes e integração de fornecedores. “É um processo gradual, mas inevitável. A colaboração entre todas as partes envolvidas é essencial para elevar a produtividade do setor.”

O debate que seguiu os painéis reforçou pontos centrais como a necessidade de maior apoio a pequenas e médias empresas, que muitas vezes não dispõem de estrutura para aderir rapidamente à digitalização e à industrialização. Também foi discutida a obrigatoriedade do uso de BIM em obras públicas a partir de 2026, o que deve impulsionar a modernização do setor como um todo.

O evento foi encerrado com a reafirmação do compromisso das entidades organizadoras — CBIC, COIC, Fundação Dom Cabral, Sinduscon-SP, SESI e SENAI — com a transformação do setor de obras industriais. 

“O futuro das obras industriais passa pela inovação, pela formação técnica e pela atuação conjunta. A CBIC seguirá atuando para valorizar essa jornada”, concluiu Fernando Guedes.

A íntegra do evento pode ser assistida no canal da CBIC no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=tzjHH47mhk4

O tema tem interface com o projeto “Engenharia e Educação como Vetores da Sustentabilidade”, com a correalização do Serviço Social da Indústria (SESI) e o projeto “Sustentabilidade das Empresas de Obras Industriais e Corporativas”, com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), da COIC/CBIC.



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Comissão de Obras Industriais e Corporativas
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