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06/12/2021

Artigo – Rápida abordagem da manutenção na revolução 4.0 x 5.0

Kaio Majewski Monteiro é engenheiro de confiabilidade da Qualidados Engenharia

A chegada da indústria 5.0 não substitui tudo que se conhece da 4.0 e tão pouco a torna obsoleta. A principal ideia da indústria 5.0 é usar a tecnologia desenvolvida na indústria 4.0 e se beneficiar do comportamento humano. Devido à informação e digitalização existe a necessidade de um ambiente virtual totalmente seguro e efetivo, com segurança da informação. Os softwares industriais são caros e de interface complexa, portanto nasce a necessidade da consultoria para casos de curto e longo prazo para utilização dos mesmos.

Um grande passo para adaptação e correta utilização dos softwares e sistemas em rede será a integração da sociedade 5.0 que consiste na valorização e parceria do ser humano com os equipamentos.

A indústria 4.0 mostra grandes avanços tecnológicos conquanto a 5.0 mostra que a tecnologia não é tudo. O objetivo da indústria 5.0 é a aproximação do humano com a máquina, ênfase nas interações humanas. Segurança e conforto passam a ser mais visadas, enquanto os serviços tecnológicos permitem o aumento de produtividade e o serviço na área industrial sem impactar o ser.

Um ponto de atenção é que os processos industriais estão exigindo assertividade em resultados de inspeção, manutenção, planejamento e gestão. Parte desses resultados, atualmente, são transformados em indicadores e informações vindas de sistemas integrados.

Com o advento da indústria 4.0, a utilização de sensores inteligentes, internet das coisas, armazenamento em nuvem passam a ser tópico principal em todas as indústrias. Neste momento da evolução, todos os objetos físicos e virtuais dentro de um ambiente industrial passam a estar conectados.

Alguns setores industriais estão na revolução 4.0 enquanto a sociedade migra para o 5.0, onde tudo já se apresenta de forma conectada e com interação do ser humano. Visível quando centenas de drones, iluminaram o céu de Tokio durante as olimpíadas.

A sociedade 5.0 retira o medo causado pela indústria 4.0 e traz a união e sinergia do homem e máquina.

Atualmente, a função manutenção é garantida pela disponibilidade de equipamentos com apoio de tecnologias, robôs autônomos, simulações, internet das coisas aprendizado de máquinas, computação em nuvem, big data e realidade aumentada.

Com o apoio dessas ferramentas, a manutenção tende à redução de corretiva e melhora no gerenciamento de ativos, pois na mesma medida que aumenta o controle da manutenção deve-se aumentar o conhecimento técnico para apoio, portanto a pirâmide de gestão fica mais estruturada internamente, permitindo a suportação da gestão de ativos.

Com a necessidade de treinamentos e evolução profissional, a manutenção passa a ser mais integrada, de forma trazer a manutenção, engenharia de manutenção, confiabilidade, projeto e gestão para o mesmo nível e mesmo foco.

A manutenção baseada em condição é apoiada por todos os aspectos acima e totalmente apoiada pela indústria 4.0 e inserida na 5.0. Através de análises de equipamentos, seleção de dados, processamento adequado será feito a modelagem para apoio a uma decisão. Portanto, muito mais que uma revolução em si, é a possibilidade de agregar valor e tornar as decisões gerenciais mais rápidas e práticas, pois em toda mudança de padrão existe a possibilidade de atuação.

Contudo, a manutenção preditiva tem sido, não obstante uma das prioridades da indústria, desde que a falha de ativos críticos é extremamente impactante no risco operacional. A manutenção preditiva é indispensável no aspecto de indústria 4.0. Está além das corretivas e preventiva.

A manutenção no contexto da indústria 4.0 é totalmente estratégica pois utiliza histórico de informações em tempo real, a fim de detectar futuras anomalias e comportamento dos equipamentos, para apoiar na previsibilidade da “saúde do equipamento” e possíveis modos de falha.

Em adição, por outro lado, devido as interpretações e definições a manutenção preventiva deve ser baseada em manuais ou tempo estimado entre falhas. E a manutenção corretiva é a consequência da quebra ou falha.

Mas um ponto de mudança estratégico da indústria é o que pode ser chamado de machine learning da inteligência artificial (MLAI) ou seja aplicação da manutenção focada nos padrões comportamentais dos equipamentos. O que permite a exclusão de modelos matemáticos, que antes era usados em preventivas e preditivas. Abrindo possibilidade para uma atuação em qualquer momento do ativo.

Independentemente do tipo de manutenção e ferramentas, o que maior parte da manutenção preza é o prolongamento de vida útil, redução dos custos de manutenção, redução do downtime, aumento de capacidade técnica do time de especialistas, supervisores e manutentores assim como otimização do processo de produção e dos recursos para apoio a manutenção.

Mas sabendo que o todo esse avanço está acontecendo muito rápido claramente partimos do pressuposto que existem algumas situações que devem ser de conhecimento básico como a curva PF.

A curva PF representa o comportamento do ativo antes da falha funcional ter ocorrido. Mostra que a condição do equipamento sofre declínio ao longo do tempo até ocorrer a falha funcional. Com a indústria 4.0 a manutenção preditiva maximiza o intervalo PF para o início da degradação, ou seja, onde inicia a curva, mas somente com o emprego de tecnologias pode-se observar e prever possíveis sintomas antes deles tornarem-se visíveis aos humanos. Moubray, afirma que técnicas de monitoramento de condições podem ser efetivas quando usadas apropriadamente, mas quando usadas incorretamente, podem ser caras e gerar perda de tempo.

Conclui-se que mesmo que a revolução 4.0 e 5.0 esteja acontecendo e as manutenções e inspeções estejam avançando com a tecnologia e se apoiando nas possibilidades geradas pelas revoluções é necessário que o conhecimento básico de ferramentas e conceitos sejam disseminados e as pessoas se beneficiem de crescimento técnico para apoio ao desenvolvimento.

*Artigos divulgados neste espaço são de responsabilidade do autor e não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

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