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27/03/2019

Artigo: Como nasce o projeto de uma obra industrial

Angelo Ricardo Rech é engenheiro civil e diretor técnico das empresas REFE Engenharia e BIM Estrutural. Exerce as funções de coordenação, gerenciamento, orçamento, planejamento e consultoria em projetos industriais de médio e grande portes.  É especialista em engenharia de estruturas. Utiliza há mais de 9 anos a plataforma BIM nesses parques industriais.

 

 

Frequentemente nós, profissionais da construção civil, da qual somos contratados para viabilizar a implantação de um parque industrial, percebemos que o cliente não tem ideia de quais as soluções, materiais e especificações técnicas gostaria de aplicar em sua obra.

É justamente neste momento em que nós podemos sugerir soluções com a experiência vivida ao longo dos anos, medindo e avaliando o que deu certo e obviamente o que deu errado, para apresentar a melhor solução com a melhor relação de custo/benefício.

Alguns parâmetros iniciais nessas definições técnicas devem serem consideradas e dentro desse contexto cito alguns:

  • Qual o tipo de subsolo existe na local da obra? Dependendo dessa informação, a solução estrutural deve ser analisada. Pórticos rotulados ou engastados em sua base serão definidos de acordo com a melhor solução de fundações aplicadas ao local.
  • Quais os carregamentos da estrutura serão atuantes? Pontes Rolantes, utilização de painéis fotovoltaicos, exaustores, insufladores e demais instalações sustentadas pela estrutura de cobertura devem estar claramente identificadas e quantificadas antes da análise estrutural do conjunto.
  • Qual a utilização do prédio e qual exigência normativa se aplica? Intensidade de iluminação natural, quantidade de renovação de ar por hora e conforto térmico esperado devem estar considerados nas definições arquitetônicas da edificação.
  • Qual o nível de manutenção futura o cliente pretende dispender ao longo dos anos? Especificação de materiais e tratamento de superfícies juntamente com a localização geográfica da construção levam às soluções mais ou menos onerosas ao cliente. Provar em números que o maior investimento inicial nesses quesitos acarreta menor custo de manutenção ao longo os anos, pensando em economia em médio ou longos prazos, deve ser apresentada.
  • Qual o nível de apelo estético a obra necessita? Um produto de alta tecnologia agregada da indústria que ocupará o prédio industrial deve refletir em qual o padrão estético a obra deve acompanhar. Com pequenos detalhes e materiais simples pode-se levar ao modelo de obra com linhas mais modernas e bonitas, saindo-se do trivial.
  • Flexibilização de layout é muito importante. O processo industrial é uma atividade viva, ou seja, constantemente o layout industrial se altera e a utilização de vãos maiores com menores colunas internas facilitam estas modificações. Demarcações definitivas no piso como corredores e áreas de trabalho devem ser evitadas.
  • Segurança na operação. A estabilidade estrutural de um prédio é algo obvio. Porém a continuidade da operação industrial em casos extremos deve também serem preservadas. Exemplo são prédios com calhas pluviais internas. O transbordamento de calhas pluviais internas em casos de chuvas intensas pode acarretar além de prejuízo de dano à materiais e produtos, ocasionam também o prejuízo de cessão da operação industrial.
  • A indústria vem evoluindo ao longo dos anos em uma velocidade maior do que a construção está se evoluindo. Portanto, temos que buscar cada vez mais soluções que venham ao encontro dessa evolução.

Nós, profissionais da construção envolvidos em ajudar o nosso País a ter maior competividade industrial, temos as condições para auxiliar nesse objetivo comum dos dois segmentos, indústria e construção, e sermos mais assertivos em nossas decisões técnicas.

 

Angelo Ricardo Rech participará do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que será realizado de 15 a 17 de maio, no Rio de Janeiro. Ele é convidado da Comissão de Obras Industriais e Corporativas (COIC) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e ministrará a palestra BIM e Planejamento 4D, no primeiro dia do evento (16/05), dentro do painel Caminhos para viabilizar Projetos Industriais: Planejamento e Inovação. Participe do evento e acompanhe esse importante debate. 

 

*Artigos divulgados neste espaço, não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

 

 

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Comissão de Obras Industriais e Corporativas
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