Enic: Minha empresa sobrevive sem o uso do BIM?
Ferramenta é considerada o alicerce da transformação digital no setor de arquitetura, engenharia e construção
Para avaliar a Modelagem de Informação da Construção (Building Information Modeling – BIM, em inglês) e questionar a sobrevivência das empresas sem o uso desta ferramenta, o 93º Enic debateu o ambiente de negócios e a prosperidade dos empreendimentos, nesta quarta-feira (20).
Mediado por Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT/CBIC), o debate mostrou como o conceito já é realidade no mercado e na vida dos profissionais envolvidos na construção civil e tem mudado a forma com que as empresas percebem os custos e as projeções de uma obra.
De acordo com os participantes do painel, a implementação do BIM requer uma mudança de cultura nos métodos e relacionamento entre arquitetos, projetistas, consultores, contratantes e construtores. Neste aspecto, o desafio é reunir informações multidisciplinares sobre o empreendimento desde a concepção até as fases de uso e manutenção, incluindo todos os agentes participantes na concepção do projeto.
“Eu percebo que essa revolução que a gente está vivenciando com o BIM é profunda, pois a ferramenta está presente em diversas etapas do ciclo de vida dos nossos empreendimentos. O BIM hoje é um diferencial operacional nas construções”, avaliou André Quinderé, Sócio Diretor Aval Engenharia.
Neste contexto, Wilton Catalani, presidente da BIM Fórum Brasil, lembrou que a adoção da tecnologia pelas empresas mantém a sustentabilidade dos negócios. “A adoção do BIM é uma decisão estratégica de uma empresa. Os gestores fazem BIM para fazer mais barato, para ter mais controle, para ter menos riscos”, destacou.
Para os painelistas, um desafio para a implementação do BIM é a gestão e o planejamento. “Adotar ou não o BIM já não é a questão principal de debate dentro das empresas. Mas, sim, de como evoluir, desenvolver soluções e ferramentas que ajudem a empresa a ser mais eficiente, otimizada e competitiva usando o BIM”, salientou Murilo Blanco Mello – Gerente de Engenharia e Pesquisa & Desenvolvimento da Brasil ao Cubo.
Segundo Jefferson Dias Santos, coordenador estadual de Projetos de Construção do Sebrae, a implementação desta tecnologia requer uma mudança de cultura nos métodos e relacionamento entre os diversos profissionais envolvidos, além de treinamento da ferramenta. “Nós temos uma cadeia gigantesca em torno da construção civil, como indústria de materiais, arquitetura, empreiteiras e temos que manter a sustentabilidade dessas empresas, auxiliando com o uso da ferramenta”, afirmou.
Klavdianos complementou destacando que “não adianta só a construtora ter o BIM se a cadeia de fornecedores da empresa não dispõe do conhecimento da ferramenta”.
Enic – O 93º Enic é uma realização da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e conta com apoio do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional), do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional) e de entidades do setor, com patrocínio do Sebrae, OrçaFascio, Konstroi, Agilean, Brain Inteligência Estratégica, Mútua e Predialize.
A iniciativa tem interface com o projeto “Desenvolvimento sustentável na indústria da Construção” da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC, com a correalização do Senai Nacional.