Artigo – O que nos espera em um futuro próximo?
Raquel Sad Seiberlich Ribeiro, gestora dos Projetos de Inovação & Tecnologia da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC
A frase que marcou a 23ª Edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade foi “Sua inovação Constrói o Futuro de Todos”. Mas que futuro é este?
Chegando ao fim de um ano sem igual, que fez organizações e pessoas se transformarem em todo o mundo, pode-se notar a adaptabilidade do ser humano a um novo processo a partir de uma necessidade. Pessoas e empresas absorveram mudanças estruturais pelo fato de não poder ser como antes.
As inovações vencedoras desta que foi uma edição especial, com todo o processo de avaliação realizado virtualmente e que contou, pela primeira vez, com a votação aberta ao público trazem sinais do futuro próximo que a construção vivenciará.
Em entrevista à CBIC, os 10 vencedores respondem sobre os desafios de inovar no nosso setor e em nosso país e sobre as motivações e benefícios ligados às suas inovações e deixam à mostra a parte externa deste iceberg de mudanças!
Qual foi a principal motivação em desenvolver seu projeto?
Dentre as respostas: planejamento e controle da produção; contribuir com transformação digital; acelerar o processo construtivo e melhorar o desempenho da edificação; reduzir retrabalho; desenvolver um produto que seja socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto; buscar alternativa de materiais de construção mais sustentáveis; construir de forma manufaturada e acabar com o desperdício de materiais e recursos; acabar com os desvios de prazos e custos, com um sistema construtivo industrializado com o mesmo custo de uma obra convencional; encontrar uma maneira de capacitar (educar) por meio de uso de tecnologias; aproximar o conceito das modelagens de informação (BIM) e desmistificar o conceito de conforto ambiental.
Qual o principal benefício da sua inovação para a indústria da construção?
Dentre as respostas: aumento da produtividade com uso de algoritmos de inteligência artificial; contribuição para a industrialização da construção; menor impacto ambiental; industrialização considerando-se aspectos logísticos de distribuição e comercialização; precisão e segurança com relação ao prazo e custo final do empreendimento; escalabilidade; agilidade de construção; padronização dos processos; redução de desperdícios, retrabalhos e patologias; construção mais segura, limpa, organizada e com menor impacto a vizinhança; qualidade e durabilidade do produto final; capacitação dos gestores das obras, entendidos como protagonistas nas tomadas de decisões; simuladores ambientais para a concepção de projetos com imersão na representação do modelo de informações; maior conforto ambiental nas edificações e menor gasto de energia.
Qual o maior desafio para inovar, de forma sustentável, na indústria da construção no Brasil?
Dentre as respostas: peculiaridades e fluxos de trabalho do setor; união de metodologia com tecnologia aderente a realidade das obras; paradigmas pré-estabelecidos; encontrar empresas abertas à inovação para testar e validar os produtos inovadores; a baixa aproximação do segmento com o meio acadêmico; a mudança de cultura do segmento; o desenvolvimento de soluções e tecnologias nacionais; a baixa disponibilidade de linhas de crédito para projetos que fomentem a industrialização da construção; carência de fomento e de apoio de atores públicos e privados no desenvolvimento de pesquisa, ciência e tecnologia; a na maneira que projetamos.
Neste novo contexto, a expectativa desta edição do Prêmio, se mantinha em reconhecer, premiar e divulgar iniciativas que contribuem para a modernização da construção civil brasileira, no entanto, as incertezas do momento, se estendiam ao processo, pelas incontáveis variáveis. Chegado ao final, a organização pôde considerar a missão cumprida, com projetos inovadores, pertinentes e viáveis como vencedores que terão ampla divulgação pela entidade.
A cerimônia de premiação, realizada por videoconferência, foi iniciada com uma homenagem aos profissionais da saúde que estão na incansável luta contra a Covid-19 com uma apresentação da Orquestra Sinfônica de Brasília. Contou com a participação dos 10 finalistas e, também pela primeira vez na história do prêmio, teve o pronunciamento dos vencedores de cada categoria. O evento foi transmitido pelo Canal da CBIC no YouTube e pela plataforma do 92º ENIC.
A partir desta semana será divulgada a íntegra das entrevistas. Para conhecer mais sobre os projetos vencedores e examinar as potencialidades de inovações como estas serem predominantes em um futuro próximo, acesse o site do Prêmio.
A 23ª Edição do Prêmio CBIC de Inovação e Sustentabilidade integra o projeto “Inovação e Tecnologia”, realizado pela CBIC, por meio da sua Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat), com a correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).
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