Instituto de Cardiologia de Santa Catarina apresenta caso prático de licitação em BIM em agenda prévia do 90º Enic
As significativas mudanças nos fluxos de trabalho que foram necessárias para a implantação do BIM (Building Information Modeling – Modelagem de Informações da Construção) no novo Instituto de Cardiologia de Santa Catarina foram apresentadas nesta quarta-feira (16/05) no 90° ENIC – Encontro Nacional da Indústria da Construção.
Em parceria com o Sistema Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) e da Secretaria de Planejamento do Estado de Santa Catarina, a Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e produtividade (Comat) da CBIC e o Senai Nacional, realizou o evento “Caso prático de licitação em BIM – Instituto de Cardiologia de Santa Catarina”, na sede do Sindicato da Indústria da Construção Civil em Florianópolis (Sinduscom/SC). O evento contou ainda com o apoio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-DN).
O primeiro processo de licitação de projetos executivos em BIM feito pelo Governo do Estado foi realizado pelo escritório EA+ Studio Arquiteturae contou com entregas quinzenais em formato eletrônico dos projetos em andamento a fim de acelerar o processo de aprovação. O edital e o acompanhamento da evolução dos projetos em BIM, atestando inclusive as entregas, foi desenvolvido pela Secretaria do Estado da Saúde de Santa Catarina.
Segundo o engenheiro da Secretaria de Planejamento de Santa Catarina, Bruno Conquioni Hillesheim, a construção do Caderno BIM foi a principal mudança necessária para a implantação do modelo no Instituto de Cardiologia de Santa Catarina. De acordo com Hillerheim, o caderno também foi usado como anexo do edital. “Ele esclarece como o estado gostaria de receber as entregas e norteia as empresas que participaram da licitação. Além disso, o Caderno BIM também revela o andamento do projeto detalhando que empresas já entregaram e o que ainda deverá ser entregue”, detalhou.
A engenheira da Secretaria da Saúde de Florianópolis, Ana Emília Margotti, reforça que as benfeitorias do projeto realizado em BIM foram percebidas desde o início do projeto. “Toda a organização do fluxo de trabalho é diferenciada. A evolução dos projetos é toda encaminhada com a equipe, o que favorece e reduz retrabalho e revela a qualidade do projeto e de informações constantemente”, explicou.
Para o presidente da Comat/ CBIC, Dionyzio Antonio Martins Klavdianos, promover e difundir processos de utilização do BIM no Brasil contribui para inovar a indústria da construção e aumentar a transparência das compras públicas no País. “A utilização do BIM em instituições públicas reduz custos e aumenta a eficácia no mercado de construção. O BIM evita retrabalho, aditamentos de contratos, da maior agilidade e qualidade”, destacou Klavdianos.
Setor privado
O responsável pela empresa de projetos vencedora do edital, Studio EA+, detalhou a experiência na elaboração dos projetos do Instituto de Cardiologia e a visão desta iniciativa, por parte do setor privado. Ronaldo Martins explicou que 90% dos projetos que a empresa atua são na área privada mas, que ele sempre percebeu possibilidades no setor público.
Ele conta que o projeto do Instituto de Cardiologia de Santa Catarina apresentou algumas dificuldades no início do projeto como a localização de um olho dágua no terreno, o que limitava o desenvolvimento do projeto. “Recebemos um terreno que não tinha avaliação ambiental e, com isso, ficamos com apenas 1/3 da área para utilizar. Usamos o BIM mostrando a volumetria inicial e todas as necessidades mostrando que ainda era possível construir os 28 mil metros de obra verticalizando o edifício sem interferir na área da mata que é preservada’, concluiu.