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02/03/2018

BIM: Oportunidade para inovar a indústria da construção e aumentar a transparência das compras públicas

Evento terá palestra de um dos maiores especialistas no assunto em nível mundial, Bilal Succar, e apresentará as experiências de sucesso no Brasil

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Senai Nacional, dando continuidade à sua estratégia conjunta e coordenada de promover e difundir o Building Information Modeling (BIM) no Brasil, unem seus esforços com o Comitê Estratégico de Implementação do BIM (CE-BIM), do governo federal, para a realização do evento “BIM: Oportunidade para inovar a indústria da construção e aumentar a transparência das compras públicas”. O encontro será em Brasília, no próximo dia 15 de março. Embora fechado para 100 convidados – entre representantes do governo, de órgãos de controle e da construção civil –, terá transmissão ao vivo pela página no Facebook da CBIC Brasil, a partir das 9 horas.

Dividido em três painéis, cada um com seu respectivo debate, o evento trará da Austrália um dos maiores nomes mundiais dentre os especialistas em BIM: o consultor estratégico Bilal Succar. Da mesma forma, grandes especialistas brasileiros no assunto e líderes da indústria da construção e do governo foram convidados para apresentar os principais cases de aplicação do BIM no País, tanto no setor público quanto no privado. Ao fim dos debates, o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) falará sobre a política nacional de governo relacionada à inovação, enquanto a CBIC elucidará quais as próximas medidas que serão executadas em apoio à disseminação do BIM.

“Esse é um evento que pretende destacar a importância que tem a parceria entre o poder público e o setor privado na implementação do BIM na cadeia da construção. O evento só faz sentido agora, após a experiência de um ano inteiro de realização do roadshow de disseminação do BIM, que passou por 14 cidades e atingiu cerca de 2.500 pessoas”, ressalta Dionyzio Klavdianos, presidente da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (Comat) da CBIC. Tanto roadshow quanto evento são ações do projeto “Tendências e melhorias de gestão, tecnologia e inovação na construção”, correalizado com o Senai Nacional.

A partir das discussões do evento, será feito um report com tudo o que foi debatido e que contribui e converge para a determinação da política de governo. Esse documento será formalmente entregue durante o 90º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), em Florianópolis/SC. O painel sobre “Política Nacional de Disseminação do BIM” acontecerá no dia 18 de maio e, para participar, os interessados podem realizar suas inscrições pelo site oficial do Enic.

BIM COMO POLÍTICA DE ESTADO

Os esforços da CBIC são para disseminar o conhecimento sobre a inovação e democratizá-la no setor da construção civil. A entidade também apoia o governo federal no intuito de que o setor público passe a exigir o BIM, gradualmente, na contratação de suas obras, devido aos claros benefícios que a inovação traz a todas as partes interessadas. No entanto, para que os resultados venham em longo prazo, essa exigência deve se tornar uma política de Estado, não de governo. “É preciso que alguma entidade supragovernamental assuma o papel de convencimento interno para que os próximos governos entendam a importância do BIM”, comenta Wilton Catelani, consultor da CBIC para o tema.

O Brasil tem como referência a implantação do BIM no Reino Unido – “um dos casos de sucesso mais reconhecidos no mundo”, segundo Catelani – e a estratégia utilizada será a de “puxar e empurrar”. O consultor explica: “Puxar é o governo usar seu poder de compra para induzir o mercado a mudar. Por sua vez, empurrar é remover as barreiras ao uso dessa tecnologia, cuidar dos detalhes para que seja possível que a indústria adote o BIM”. Também a exemplo do Reino Unido, provavelmente serão definidos quatro níveis de maturidade BIM – de 0 a 3. “Faz sentido até para que os envolvidos consigam entender a evolução, identificar o estágio em que estão e o que precisam fazer para mudar de estágio”, comenta.

O governo mostra-se comprometido com essa empreitada. Por decreto presidencial, foi criado o CE-BIM, que estabeleceu cinco grupos de trabalho: Regulamentação e normalização, infraestrutura tecnológica, plataforma BIM, compras governamentais e capacitação de pessoas – estes dois últimos tópicos como tema do evento da CBIC.

ESPECIALISTAS E CASES DE SUCESSO

O primeiro painel do evento da CBIC, com foco em “Educação & Capacitação”, terá como palestrante Bilal Succar, uma das principais autoridades em medidas de capacitação BIM, tendo dado consultorias para empresas, pessoas, governos e países. “Ele foi pioneiro no mundo em propor uma metodologia para avaliar os níveis de capacitação e maturidade em BIM, a fim de diagnosticar em que nível um local se encontra e, assim, ser possível antever os próximos passos necessários para a efetiva implantação do BIM”, destaca Catelani. Além de sua estrutura teórica, Succar tem o conhecimento prático dos resultados obtidos na implantação da inovação por nações que vivem ou viveram o mesmo momento do Brasil. “Succar trará experiências importantes e reconhecidas de implantação do BIM enquanto política pública em alguns países”, reforça Klavdianos.

Completando o primeiro painel, o Exército brasileiro contará como conseguiu disseminar a cultura BIM internamente em um curto período de tempo. Para o debate, se juntará ao grupo a TI Lab, uma empresa que há 18 anos oferece cursos, incluindo de BIM, utilizando como metodologia o “ensino à distância (EaD) ao vivo”. Do ponto de vista da educação, para o consultor da CBIC, o ideal seria mudar a maneira como se ensina Arquitetura e Engenharia no Brasil: “Os estudantes deveriam simular na universidade a maneira colaborativa de trabalhar em projetos com o BIM. No cenário atual, é preciso ser pragmático quanto à capacitação BIM, que tem sido feita apenas com cursos complementares e EaD”.

“Implementação na indústria da construção” é o tema do segundo painel do evento. Como palestrantes estão a Itaúba Incorporações e Construções, uma pequena empresa do setor (como parte dos associados CBIC) que apresentará um caso de infraestrutura – a modelação de uma ponte com BIM; e a Sinco Engenharia, que utiliza o BIM na fase de construção em suas obras.

Com o terceiro e último painel, “Oportunidade do BIM em compras públicas”, a CBIC buscará mostrar a perspectiva do mercado para o governo, bem como entender as lições e dificuldades do setor público nessa mudança organizacional. Serão apresentadas ainda diferentes estratégias para exemplificar que há opções de caminhos para a implantação dos processos BIM, cada um com vantagens e desvantagens. Os maiores cases ligados ao governo serão apresentados nesse painel: o Metrô SP, como uma das organizações públicas mais avançadas e formalizadas em relação ao BIM; e o Governo de Santa Catarina, como o estado brasileiro que mais avançou nessa questão. Já no debate, a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) falará de sua experiência de aculturação dessa inovação, enquanto a Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE) comentará como desenvolveu suas bibliotecas de objetos BIM.

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