Artigo – Rompido o pilar de sustentação do emprego na Construção Civil
Carlos Eduardo Lima Jorge é presidente da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da CBIC
Setor da Construção foi o que mais gerou empregos em 2020! Construção Civil, como atividade essencial, ajuda a dinamizar a economia!
Essas manchetes da mídia provavelmente não se repetirão em 2021. O motivo: as sucessivas e extraordinárias altas nos preços de vários materiais, sem o respectivo reconhecimento de seus impactos nos contratos de obras.
Não falamos aqui daquelas variações de preços consideradas ordinárias e que, portanto, estariam previstas de serem suportadas pelas empresas durante o intervalo dos reajustes contratuais (12 meses no caso das obras públicas). Falamos de variações que já beiram o intervalo de 70 a 100% em menos de 12 meses, ocorridas durante a pandemia da Covid-19. As razões que têm levado a esses aumentos são as mais diversas e acontecem não só no Brasil: alta do dólar, valor das commodities, fechamento de fornos, redução da produção, oportunismo, entre outras.
Tão preocupante quanto essas razões, são as consequências desses aumentos: total desequilíbrio econômico-financeiro de todos os contratos, um claro prenúncio de seu rompimento e paralisação.
A expressiva maioria dos administradores públicos vem ignorando seu dever legal de reequilibrar os contratos. E os órgãos de Controle entendem que só depois de configurado prejuízo (lucro zero), poderão ser analisadas as solicitações de reequilíbrio de todo o contrato.
Ambas as posturas devem estar baseadas no distorcido e irreal conceito de que “essa turma aguenta, tem margem para isso”.
Pois bem. Afirmamos categoricamente que não aguentamos e nem temos margem para suportar esses aumentos!
O setor da construção dá seu último alerta. May Day!! E quando despencarem os empregos, não percam tempo fazendo “perícia técnica” para identificar as causas. Os responsáveis estão identificados desde já nesse artigo.
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