Encontro Nacional da Construção debaterá alternativas para alavancar infraestrutura
Devido à crise fiscal, a administração pública reduziu bastante sua capacidade de investimentos. Entre 2014 e 2018, a retração chegou a 30%. Nesse cenário, buscar alternativas para viabilizar projetos de infraestrutura torna-se ainda mais urgente. Por isso, esta será uma das prioridades do 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), que ocorre de 15 a 17 de maio, no Rio de Janeiro. O vice-presidente de Infraestrutura da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) — promotora do evento —, Carlos Eduardo Lima Jorge, adianta um pouco de como serão os debates.
Ao todo, serão quatro painéis da Comissão de Infraestrutura (Coinfra) da entidade, que abordarão assuntos como Parcerias Público Privadas (PPPs), obras paralisadas, expansão de saneamento e opções de financiamento. “Procuramos trazer o interesse e a contribuição para construtores, poder público, agentes financeiros, e principalmente para a sociedade, que demanda ações urgentes nos campos de geração de empregos, de saúde e de segurança”, ressalta Lima.
Ele explica que Brasil mantém um nível muito baixo de investimentos em infraestrutura — cerca de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB), quando o ideal seria 5,0%. As carências estão presentes em todas as áreas, desde logística até a social, e, por isso, é necessário que as empresas discutam soluções para alavancar o setor. “Para as construtoras cabe um novo papel: o de empreendedores, estruturando projetos, buscando financiamentos e consorciando-se com operadores”, enfatiza Lima.
O trabalho integrado entre governo e empresas é essencial para encontrar novos caminhos para a infraestrutura. “Essa interlocução deve sempre estar pautada em dois princípios: transparência e isonomia. Esses dois princípios estarão presentes nos quatro painéis que a Coinfra promoverá no 91º Enic”, diz Lima.
Nesse sentido, a CBIC desenvolve diversas iniciativas, como o ciclos de debates entre o Tribunal de Contas da União e a entidade, projetos de compliance para o setor, contribuições na discussão sobre a nova Lei de Licitações e o programa de apoio às concessões municipais.
Lima também destaca a importância de o setor da construção estar atento às demandas da sociedade que precisam ser atendidas. “Quando desenvolvemos projetos e ações objetivando geração de empregos, quando nos debruçamos em levantamentos e sugestões para a retomada de obras paralisadas, quando buscamos auxiliar os municípios a desenvolverem projetos de obras prioritárias estamos dialogando com as carências e os anseios da sociedade brasileira”, resume.
Lima acrescenta que o Enic é o lugar propício para tratar desses temas e estudar alternativas. “A multiplicidade de atores que estarão presentes no evento dará força e amplitude a esse diálogo”, conclui.