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07/12/2018

Diálogo TCU/CBIC amplia debate em Curitiba sobre obras públicas

Evento possibilitou a troca de ideias para solucionar entraves em obras nacionais

O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI Nacional), promoveram, na última segunda-feira (3), em Curitiba, a primeira edição regional do Diálogo TCU/CBIC para o período 2018-2019. O evento possibilitou a troca de ideias entre representantes da construção civil e órgãos de controle a fim de buscar soluções para entraves em obras nacionais e melhorar o desenvolvimento de infraestrutura no Brasil.

O encontro é um projeto da Comissão de Infraestrutura (COP) da CBIC e foi realizado no auditório do Sindicato da Indústria da Construção do Paraná (Sinduscon-PR). Após a abertura, pela manhã, com a presença dos presidentes da CBIC, José Carlos Martins e do Sinduscon-PR, Sérgio Crema, o presidente da COP/CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, coordenou os três painéis do evento, que tiveram como temas:

• As especificidades das licitações por preço global e por preços unitários
• Orientações para reequilíbrio econômico-financeiro de contratos, motivado pela elevação no preço dos insumos
• Jurisprudência sobre anulação ou modificação de aspectos do contrato por defeitos na licitação

Para Carlos Eduardo, o debate entre os dois órgãos é essencial e a primeira edição regional do biênio cumpriu seu dever. “A aproximação entre os auditores e a realidade das empresas e dos canteiros de obras joga luz sobre questões relevantes para o bom desenvolvimento dos projetos de infraestrutura”, disse. “As análises e discussões que caracterizam as edições do Diálogo TCU/CBIC são do interesse de quem executa, de quem contrata e de quem fiscaliza obras e serviços de Engenharia nos três níveis de governo”, afirmou o presidente da COP/CBIC.

Os temas tratados nos painéis tiveram interface com o projeto Melhoria da Competitividade e Ampliação de Mercado na Infraestrutura, iniciativa da COP/CBIC e do SENAI Nacional. “Os três assuntos foram levantados regionalmente. Foram temas que a CBIC solicitou ao Sinducon-PR para verificar entre as suas associadas que assuntos gostariam de discutir com o TCU”, comentou o presidente Carlos Eduardo.

Presidente da COP/CBIC, Carlos Eduardo Lima Jorge, coordenou os painéis do evento

Preço global x unitário

Ainda pela manhã, o assessor da Secretaria de Controle Externo do governo do Paraná, Nivaldo Dias Júnior, e o ex-presidente do Sinduscon-PR e conselheiro da CBIC José Eugênio Gizzi apresentaram suas considerações sobre o tema ‘As especificidades das licitações por preço global e por preços unitários’.

Dias Júnior exemplificou casos em que é mais aconselhável o contratante optar por (empreitada por preço global) ou EPU (preços unitérios). Ele também divulgou o Informativo de Licitações de Contratos, disponível no portal do TCU, e que, segundo o gestor, pode ajudar os interessados no assunto.

Por sua vez, José Eugênio Gizzi destacou a importância da análise crítica dos contratos do início ao fim do projeto e sugeriu premissas para elaboração de proposta do licitante, como a necessidade de corrigir os quantitativos efetivos e verificar detalhadamente os custos diversos de insumos previstos.

O ex-presidente do Sinduscon-PR também observou a relevância de se atualizar os projetos quando se decorre muito tempo entre seu planejamento e sua execução, sob pena de perda de qualidade. Ainda de acordo com Gizzi, muitas das regras para coibir ilícitos estariam paralisado a administração pública. “Pediria uma análise para diferenciar o que é má gestão e gestão efetiva do contrato. Essa análise pelo poder público e pelos órgãos de controle deve também ser considerada”, defendeu o conselheiro da CBIC.

Preço dos insumos

Na parte da tarde, o auditor federal Rafael Carneiro Di Bello, da Secretaria Extraordinária de Operações Especiais em Infraestrutura do TCU, e o presidente do Conselho Setorial da Construção Civil do Paraná, Marcos Mauro Moreira Filho, debateram a respeito das ‘Orientações para reequilíbrio econômico-financeiro de contratos, motivado pela elevação no preço dos insumos’.

Di Bello revisou o conceito de empreitada para execução de obra pública, na Lei Nº 8.666/1993, e os conceitos de justa remuneração, isonomia na licitação entre os competidores e matriz de riscos. “O orçamento detalhado favorece a isonomia no processo licitatório, pois permite identificar e sanear dúvidas dos competidores”, lembrou.

Ele também referendou o BIM (Building Information Modeling – em português, Modelagem da Informação da Construção) como um modelo favorável para racionalizar o processo de quantificação de serviços, especialmente em obras complexas e recomendou os processos de levantamento e quantificação, definição de custos unitários e de formação do preço de venda para se alcançar o equilíbrio desejável em contratos.
Já Moura Filho abordou o anseio do setor da construção pela uniformização dos conceitos entre os órgãos de controle nas esferas federal, estadual e municipal. “Os acórdãos do TCU, os regramentos, são interpretados de forma diferente em cada região do país”, opinou Filho, que também é presidente do Sinduscon do Noroeste do Paraná.

Ele também citou pontos da legislação sobre a base legal para o equilíbrio e levou exemplos em que o intervalo entre o orçamento e a licitação ou aspectos regionais permitem a ocorrência de alterações no valor de insumos de forma que os preços de materiais precisam ser reconsiderados.

Representantes da construção civil e órgãos de controle discutiram formas de melhorar o desenvolvimento de infraestrutura

Defeitos na licitação

Além de participar dos dois painéis anteriores, debatendo com os participantes, o coordenador-geral de Controle Externo de Infraestrutura do Tribunal de Contas da União, Nicola Khoury, encerrou o evento tratando do tema ‘Jurisprudência sobre anulação ou modificação de aspectos do contrato por defeitos na licitação’. Também participou do terceiro painel o advogado Fernando Vernalha, consultor da CBIC.

Sob pontos de vista diferentes, Khoury e Vernalha apresentaram detalhes da legislação revogação e anulação de contratos por irregularidades na licitação, da jurisprudência histórica e sua evolução sobre invalidação e o desfazimento do contrato, imputação de responsabilidade ao contratado privado por defeitos na licitação, responsabilização dos privados e controle de preços. Ambos também discorreram sobre aspectos de falhas da licitação, do contrato e da execução, além de fazerem vasto relato sobre a atuação dos órgãos de controle.

“O tribunal tem buscado esse papel de indução do diálogo, de contribuir com as soluções. Não é um acórdão do TCU que vai resolver os problemas. O TCU está chamando para discutir, para fazer com que as canetas funcionem. Entendemos que esse é o melhor caminho”, afirmou Khoury. O TCU tem uma diretriz institucional para um diálogo mais frequente, não só processual como extraprocessual e temos buscado estar presentes nos mais variados fóruns de discussão com os mais variados agentes, que sejam do setor estatal ou do setor produtivo”, reforçou.

Retomada do Diálogo

O encontro Diálogo TCU/CBIC foi criado nos anos de 2013 e 2014, quando contou com debates nas cinco regiões do País, nas cidades de Belo Horizonte (MG), Recife (PE), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO) e Belém (PA).

Como resultado, foi criada a Cartilha TCU/CBIC – Orientações para Elaboração de Planilhas Orçamentárias de Obras Públicas, que vem ajudando gestores públicos e privados a eliminar entraves Brasil.

Todo o evento foi transmitido via Youtube pela CBIC e continuará à disposição do público interessado, assim como as apresentações dos convidados nos painéis.

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