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20/05/2021

Artigo: Os prejuízos do corte no FAR  

Patriolino Dias de Sousa é vice-presidente da CBIC e presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado do Ceará (Sinduscon-CE)

O Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon/CE) recebeu com perplexidade a decisão de corte de R$1,5 bilhão nos recursos que estavam reservados no orçamento ao Fundo de Arrendamento Residencial (FAR). A verba seria usada para bancar a continuidade das obras do faixa 1 do programa Casa Verde e Amarela (antigo Minha Casa, Minha Vida).

A medida vai afetar, principalmente, a população mais pobre, podendo até mesmo ter como consequência um aumento da população em situação de rua. Isto porque, além do cenário pandêmico atual e do crescente desemprego no país, o corte irá impedir a conclusão das obras.

Somente aqui no Ceará, cerca de 34 empreendimentos terão as obras paralisadas já a partir deste mês de maio. Um total de 13.302 unidades habitacionais, entre obras que estão prestes a ser entregues e outras que ainda estão pela metade.

O veto praticamente zera o que estava reservado, restando a sobra de apenas R$ 1 milhão para tocar o programa no Ceará. A situação torna impossível a continuidade do que já está contratado, afetando diretamente os postos de trabalho das respectivas obras.

A Câmara Brasileira da Construção Civil – CBIC está capitaneando o diálogo com os parlamentares e com o próprio governo federal para que voltem atrás com relação ao corte de recursos. O Sinduscon Ceará defende que essa seja uma política de Estado e não de governo, uma vez que é extremamente necessária para diminuir o déficit habitacional do nosso país.

Para se ter uma ideia, somente no Ceará, o déficit habitacional chega a 335,3 mil unidades. Até 2030, o Estado precisará de 507 mil casas. Sabemos que para milhões de brasileiros, o sonho da casa própria é uma prioridade e, apesar disso, pode estar cada vez mais longe de ser concretizado com a interrupção de uma política habitacional que prioriza os mais vulneráveis.

Agora, confiamos na sensibilidade do Congresso Nacional para uma atuação urgente a fim de reverter o veto e evitar as demissões em massa do setor, já tão afetado pela pandemia e aumento dos insumos. Queremos que a construção civil impulsione a retomada da economia no pós-pandemia.

* Artigos divulgados neste espaço são de responsabilidade do autor e não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

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