Setor debate impactos e desafios da Covid-19 para o mercado imobiliário
A Campanha Vem Morar da Caixa Econômica Federal e a Medida Provisória 946/2020, que libera saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), foram os destaques da concorrida reunião realizada pela Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção nesta quinta-feira (23), via online, com a participação de 100 empresários e profissionais do setor da construção.
Ao detalhar a campanha, que seria lançada após a reunião em coletiva de imprensa conjunta da CBIC e da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), o vice-presidente da área de Habitação de Interesse Social da CBIC, Carlos Henrique de Oliveira Passos, convocou os empresários a aderirem ao Vem Morar. “A medida tem como objetivo a venda de unidades, mas também manter a relação das empresas com o mercado. Devemos abraçá-la e disputá-la”, menciona Carlos Henrique.
“É importante o engajamento de todos”, reforçou o presidente da CBIC, José Carlos Martins.
Com duração de 60 dias, a campanha contempla todos os segmentos imobiliários e visa potencializar o efeito das medidas de estímulo ao mercado imobiliário anunciadas pela Caixa para a manutenção e geração de novos empregos durante a pandemia do coronavírus (Covid-19), com benefícios oferecidos pelo incorporador/vendedor ao cliente a partir de 3 mil reais sobre o valor do imóvel. Além disso, a Caixa irá conceder carência de 6 meses para pagamento de financiamentos. Veja como aderir à campanha.
Sobre a Medida Provisória 946/2020, que libera saques de até R$ 1.045 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) a partir de 15 de junho até 31 de dezembro de 2020, a consultora técnica da CBIC, Maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves, alertou sobre a necessidade de um estudo detalhado sobre os saques e monitoramento sobre o que vem ocorrendo com o saque-aniversário, o que foi reforçado por Abelardo Campoy Diaz, ambos do Conselho Curador do FGTS. “A nossa preocupação é com a incerteza do que vai ocorrer com relação a disponibilidade para honrar os orçamentos que já estão aprovados”, mencionou Diaz.
O sócio dirigente da Brain, Fábio Tadeu Araujo apresentou pesquisa sobre ‘Intenção de Compra em Tempos de Endemia’, desenvolvida entre os dias 20 e 27 de março junto a 600 pessoas para medir o sentimento do comprador de imóveis e a 362 empresas para saber como estão se ajustando e se adaptando.
Na avaliação das empresas, dentre as medidas que o estado poderia adotar para reduzir o impacto da pandemia, 68% indicam a abertura de crédito para capital de giro junto a bancos, com taxas especiais, seguida pela dilação de prazo de pagamento de imposto (65%) e garantia de emprego mediante subsídio salarial direto (59%). A próxima sairá no final de abril.
Durante a reunião também foram trados assuntos referentes à ‘Central de Recebíveis – Block Alienação Fiduciária’ e ‘Bancos Privados – Atuação na pandemia’.
Os temas abordados têm interface com o projeto ‘Melhorias do Mercado Imobiliário’ realizado pela CBIC, por meio das Comissões da Indústria Imobiliária (CII) e de Habitação de Interesse Social (CHIS), com a correalização do Serviço Nacional da Indústria (SENAI).