Rio Construção Summit debate participação feminina na construção
Para debater os desafios da participação feminina no mercado de trabalho, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) participou do painel “Inovação na gestão da construção: a perspectiva feminina”. O tema, discutido durante o evento Rio Construção Summit, ocorrido de 19 a 21 de setembro, no Rio de Janeiro, abordou o aumento da presença de mulheres em posições de liderança no setor e o impacto na gestão e na inovação nas empresas.
Moderado pela presidente da Comissão de Responsabilidade Social da CBIC, Ana Cláudia Gomes, o painel destacou as peculiaridades encontradas na indústria da construção e como as mulheres estão contribuindo para transformar barreiras e explorar oportunidades, sustentando a importância da equidade de gênero e da diversidade em uma atividade predominantemente masculina. “A presença feminina no setor da construção historicamente tem sido limitada, mas nos últimos anos tem havido um aumento gradual da participação das mulheres nesse setor. No entanto, ainda existem desafios significativos a serem superados”, enfatizou Ana Cláudia.
Fernanda Tauffenbach, sócia de Infraestrutura e Projetos de Capital da empresa Deloitte, mencionou a falta de rede de apoio para as mulheres como um dos principais desafios a serem superados. “A falta de uma rede de apoio sólida, incluindo familiares, parceiros ou serviços de cuidados infantis acessíveis podem tornar desafiador para as mulheres gerenciarem suas responsabilidades familiares durante viagens a trabalho, por exemplo”, disse.
Fernanda ressaltou que as mulheres já assumiram a liderança familiar, sendo muitas as principais responsáveis financeiras da casa e na organização de família e filhos. Contudo, lembrou que essas esferas não são vistas como projetos e, sim, como “responsabilidades das mulheres”.
A presidente do Sinduscon Sul Fluminense, Elissandra Cândido, enfatizou as dificuldades das mulheres em trabalharem no setor da construção por falta de incentivo. “A sub-representação de mulheres na construção civil pode desencorajar outras a ingressar na indústria, pois elas podem não ver modelos a seguir ou oportunidades claras de carreira”, pontuou.
Henriete Sartori Bernabe, vice-presidente de Riscos da Caixa Econômica Federal, contou sua trajetória durante o painel e enfatizou ter sido criada por mulheres que incentivaram seu crescimento, ponto que foi o diferencial de sua conduta. Segundo ela, a liderança da Caixa Econômica é composta por mulheres em sua maioria. “Criamos um programa que tem o objetivo de ouvir todos os setores da Caixa e lá debatemos vários temas. Este programa foi criado, pois as atuais líderes precisam ser exemplos para as equipes lideradas”, reforçou.
Ana Cláudia ressaltou a importância de investimento em capacitação para maior inclusão das mulheres no mercado. Segundo ela, pensando nisso a CBIC criou a Capacitação para Mulheres, um programa voltado para ampliar a participação feminina no setor e garantir maior equidade entre homens e mulheres nas empresas. A chamada Jornada do Conhecimento vai até novembro e está dividida em blocos voltados para formação de capacidades, participação feminina e representatividade.
O tema da reunião tem interface com o projeto “Responsabilidade Social na Indústria da Construção”, da Comissão de Responsabilidade Social (CRS/CBIC), com a correalização do Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).