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02/07/2021

Milhares de pessoas contraíram hepatite e não sabem, alerta Seconci-SP

O Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais, celebrado no dia 28 de julho, é o ponto central da campanha do Julho Amarelo, que visa alertar a população sobre essa doença frequentemente assintomática. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as hepatites B e C afetam 325 milhões de pessoas no mundo e, dessas, 290 milhões desconhecem que têm a doença, ou seja 9 em cada 10.

“Esses números são alarmantes, considerando que a hepatite é evitável, tratável e tem cura”, afirma o gastroenterologista do Serviço Social da Construção Civil do Estado de São Paulo (Secovi-SP), Moacir Augusto Dias.

Antes da pandemia da Covid-19, a hepatite era a segunda causa de morte entre as doenças infecciosas, com a tuberculose em primeiro lugar.

“O termo hepatite refere-se a uma inflamação do fígado, que pode ser provocada por vírus, consumo abusivo de álcool, drogas e medicamentos; além de causas genéticas, metabólicas e por doenças autoimunes”, explica o médico.

A transmissão da hepatite A e E está muito relacionada a condições inadequadas de saneamento básico, pois é decorrente da ingestão de alimentos e água contaminada por fezes de pessoa com hepatite.

“Os tipos B, C e D ocorrem pela troca de fluidos corporais, como no contato sexual e de sangue, pelo compartilhamento de alicates de unha, lâminas de barbear e agulhas, caso das tatuagens, piercings e drogas injetáveis. Além da transmissão materno-fetal. As hepatites A e B são as únicas para as quais existem vacinas. Como a hepatite D necessita do vírus da B para se desenvolver, a vacina contra a hepatite B acaba por também proteger contra o tipo D”.

Os sintomas das hepatites são cansaço, febre, mal-estar, tonturas, enjoo, vômito, dor na parte superior do abdômen, na região do fígado; urina escura e fezes claras, como massa de vidro.

O sinal mais característico é a icterícia, que corresponde à coloração amarelada dos olhos e da pele. “A questão é que algumas pessoas não apresentam esse quadro e são designadas como anictéricas, ou seja, não desenvolvem esse ‘amarelão’. Daí convivem com a hepatite sem saber”, destaca dr. Moacir. Segundo o Ministério da Saúde, este é o caso de mais de 500 mil pessoas no Brasil contaminadas pela hepatite C e que desconhecem essa condição.

Em alguns casos, como nas hepatites A e E, a cura pode ser espontânea, sem necessidade de medicação. O Seconci-SP realiza os testes para detectar a doença. Uma vez confirmada, a notificação é compulsória e o paciente é encaminhado para um dos Centros Estaduais de Referência para Tratamento de Hepatite, onde serão feitos outros exames, como o da carga viral e distribuídos os medicamentos gratuitamente.

“A complicação mais temida da hepatite é se tornar crônica ou se apresentar na forma fulminante. Os tipos B e C podem ainda evoluir para cirrose e câncer no fígado. Nos exames de rotina, como os periódicos, por exemplo, pode-se incluir o exame de sangue para detectar se a pessoa teve ou tem hepatite. Diante do resultado, o médico pode tomar a conduta adequada para tentar evitar que a doença traga consequências indesejadas”, destaca o dr. Moacir.

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