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14/05/2018

Jovens brasileiros ainda encontram dificuldade para se inserir no mercado de trabalho

No dia 24 de abril, comemora-se o Dia Internacional do Jovem Trabalhador, que procura trazer visibilidade para o processo de inserção da juventude no mercado de trabalho. A ONU considera jovem a pessoa tem que entre 15 e 29 anos. Olhando para o caso do Brasil, observamos que a empregabilidade dos jovens vem diminuindo ao mesmo tempo em que aqueles que não estudam nem trabalham cresce, segundo o IBGE, ao observar o período de 2012 a 2016.

Por outro lado, o número de jovens que só estudam também cresce, ao passo que os que só estão empregados diminuem. Contudo, é necessário olhar os dados com maior profundidade. Segundo o Banco Mundial, a falta de oportunidade e a condição impostas pela classe social e pelo gênero estão no cerne desta questão. Em outras palavras, os jovens não veem o mercado de trabalho formal e a continuação da educação como perspectivas para si e este paradigma afeta principalmente as mulheres e os mais pobres.

Neste contexto encontra-se a Lei da Aprendizagem, que obriga empresas a cumprirem determinadas cotas de contratação de jovens aprendizes, a depender do seu porte. Esta, em muitos casos, é a porta de entrada de muitos jovens no mercado de trabalho formal e que ainda garante a continuidade dos seus estudos. Em 2017, segundo o Governo Federal, 310 mil jovens aprendizes foram contratados. É válido ressaltar que o Brasil tem um potencial de contratação de empregabilidade de mais de um milhão de jovens aprendizes, caso a legislação vigente fosse cumprida integralmente.

Além da oportunidade de trabalho, como a inserção de jovens aprendizes se relaciona com o trabalho infantil?
No Brasil, muito se avançou em relação ao trabalho infantil nos últimos anos, com maior fiscalização e também pelo incentivo de programas sociais para que as crianças não precisassem abandonar as escolas para trabalhar. Contudo, segundo a OIT, um problema persistiu: o de jovens trabalhadores que acabam deixando as escolas para trabalhar, muitas vezes informalizado. Os dados de evasão escolar no ensino médio chegam a quase 13% no ensino médio, segundo o MEC.

Neste ponto que os incentivos aos processos de jovem aprendiz se situam: ao incluir os jovens em empregos vinculados à continuação dos estudos, eles conseguem alcançar o objetivo de gerar renda, ao mesmo tempo em que obtém uma formação profissional. Apesar da legislação vigente, as empresas ainda não cumprem as suas cotas. Com este cenário em vista, o Ethos idealizou a Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil, que tem como objetivo incentivar empresas a inserirem mais jovens aprendizes e erradicar o trabalho infantil tanto na sua própria empresa quanto em sua cadeia de valor.

Para as empresas, esta é uma oportunidade para desenvolver uma mão de obra qualificada, de acordo com a demanda da companhia e de sua cultura organizacional, podendo este jovem aprendiz se tornar um funcionário da empresa ao final do seu contrato. Contudo, acompanhar essas ações e medir seu desempenho pode ser desafiador. Para apoiar empresas neste processo, o Ethos desenvolveu o Guia Temático de Promoção da Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil, uma ferramenta de autoavaliação que fornece dados concretos sobre os estágios de maturidade e é passível de comparação com outras empresas respondentes ao questionário.

“Este é um processo no qual todos ganham. As empresas são diretamente beneficiadas a curto e a longo prazo com a inserção de mão de obra com grande potencial, os jovens ganham a oportunidade de romper barreiras sociais, acessando trabalhos dignos, e a sociedade como um todo ganha com essas oportunidades concedidas que auxiliam na ruptura das desigualdades socioeconômicas hoje existentes”, comenta Sheila de Carvalho, coordenadora de práticas empresariais e políticas públicas do Instituto Ethos.

Conheça a Rede de Empresas pela Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil aqui.

Conheça o Guia Temático de Promoção da Aprendizagem e Erradicação do Trabalho Infantil aqui.

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Pexels

Fonte: www.ethos.com.br

 

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