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09/11/2018

CBIC leva disseminação do BIM para Belém e avança no estímulo ao seu uso pelas empresas da construção civil

Em entrevista, a gestora dos projetos de inovação e tecnologia da entidade, Raquel Sad Seiberlich, trata da importância de democratizar a ferramenta

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em parceria com o Sinduscon-PA e correalização do SENAI Nacional, realiza em 12 de novembro mais um seminário de disseminação do Building Information Modelling, o BIM, em Belém (PA). O evento tem como objetivo apresentar esse conjunto de processos aos empresários e profissionais do setor, com vistas a fomentar a democratização da ferramenta.

A gestora dos projetos de inovação e tecnologia da CBIC, Raquel Sad Seiberlich Ribeiro participará do evento. Em entrevista, ela enfatiza a importância de divulgar o BIM e as vantagens que pode trazer para o setor de construção. “Convido os interessados no tema a estarem conosco no workshop, pois teremos uma oportunidade de aprofundar estas e outras importantes questões e de debater com experientes palestrantes a atualidade e o futuro desta inovação”, diz.

Quais são as suas perspectivas para o evento em Belém? Que desdobramentos podem ser esperados?

Raquel Sad Seiberlich – O objetivo da CBIC com este trabalho é democratizar a informação, sensibilizar a Indústria da Construção da região e provocar, por meio das entidades locais, a criação de um fórum permanente de discussão, disseminação do conceito e mobilização das partes interessadas para a efetiva implementação dos processos BIM no estado do Pará.

Com a chegada da Indústria 4.0, a senhora considera imperativo implementar de imediato o BIM nos Estados? Qual é a realidade das regiões nesse aspecto?

R.S.S – Considero que temos um caminho desafiador pela frente, levando-se em conta os saltos que a indústria da construção precisa realizar para absorver as potencialidades da indústria 4.0. Precisamos industrializar nossos sistemas construtivos, implementar os conceitos de cadeia de valor na nossa indústria e provocar o aumento da cultura de inovação em nossas lideranças. O sucesso desta caminhada dependerá de ações complementares por parte da iniciativa privada, governo e academia. Os processos BIM estão contidos nestes caminhos, sendo porta de entrada para a digitalização da construção.

Referente à realidade de cada região, como em praticamente todos os aspectos da indústria, temos uma grande diversidade nos Estados e até municípios em relação à adoção do BIM. O projeto de Disseminação do BIM, parceria da CBIC com o SENAI Nacional, iniciado em 2015, tem como principal objetivo a democratização do tema nacionalmente. Entre as ações, estão contidas a elaboração da Coletânea de Implementação do BIM para Construtoras e Incorporadoras, disponível gratuitamente no site da entidade, e a realização deste workshop, que já foi realizado em diversos estados do pais, sendo o Pará o 16º. E teremos continuidade desta ação, pois temos solicitações que não conseguimos atender e estamos programando para 2019.

Qual seria o nível de importância e grandeza dessa ferramenta hoje para o desenvolvimento da construção civil?

R.S.S – Alto nível de importância e de grande abrangência para o desenvolvimento da Indústria da Construção, considero. Destaco dois aspectos principais para isto: a implementação dos processos BIM tem em seus princípios a colaboração entre as partes envolvidas e o planejamento sistêmico, que devem resultar em aumento da qualidade e precisão. Na indústria nacional, temos oportunidades ainda maiores do que em outros países, pois temos necessidades de melhorias ligadas a estes e a outros processos de gestão, que vem “a reboque” em um processo de implementação do BIM nas empresas.

Qual a projeção de prazo para a absorção satisfatória pelo setor da construção em âmbito nacional?

R.S.S – Nos últimos dois anos, está nítido para a CBIC o aumento da movimentação em torno do tema, tanto pelo interesse e ações da iniciativa privada quanto do governo em suas diversas esferas. Destaco a iniciativa do governo federal, que mobilizou desde outubro de 2017, mais de 100 representantes dos diversos ministérios, da Indústria da Construção e academia, em um intenso trabalho, que culminou em maio deste ano, com o lançamento da Estratégia Nacional para a Disseminação do BIM e a publicação de um decreto instituindo um grupo interministerial para continuidade e execução do planejamento estratégico elaborado no referido trabalho. A relevância deste movimento refletiu nacionalmente e tem provocado desdobramentos a curto prazo, pois tem o primeiro marco já em 2021, com a obrigatoriedade do uso do BIM para determinadas contratações de obras públicas.

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