Logo da CBIC
14/08/2020

Leilões definem concessões de iluminação pública de três municípios

Os consórcios Conecta Aracaju, Conecta Feira e Consórcio Luz de Franco da Rocha arremataram nesta sexta-feira (14), em leilões na B3, em São Paulo, as concessões de iluminação pública de Aracaju (SE), Feira de Santana (BA) e Franco da Rocha (SP), respectivamente. Os municípios são os primeiros do país a concederem esses serviços com o apoio do Fundo de Apoio à Estruturação e ao Desenvolvimento de Projetos de Concessão e Parcerias Público-Privadas (FEP), criado pelo Governo Federal e administrado pela Caixa Econômica Federal.

Os três consórcios foram os vencedores dentre 34 propostas inscritas e vão prestar serviços com o objetivo de desenvolver, modernizar, expandir e promover a eficientização energética, além de operar e realizar manutenção nas redes locais pelos próximos 13 anos.

 

Os projetos de Feira de Santana (BA), Aracaju (SE) e Franco da Rocha (SP) são parte dos 25 projetos em carteira no fundo atualmente, com capacidade de gerar R$ 8,3 bilhões em investimentos. Mas esse número vai quadruplicar até 2021.

De acordo com a vice-presidente de Governo da Caixa, Tatiana Thomé, responsável pela gestão do fundo, o plano é que o FEP tenha até o final do ano que vem 138 projetos em carteira, com capacidade de gerar R$ 45 bilhões em investimentos em mais de 700 municípios.

O FEP foi concebido no mesmo momento do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) para apoiar o processo de estruturação de projetos para concessões e PPPs. Seu público são prefeituras de pequeno e médio porte que têm dificuldades na análise de projetos desse tipo de parceria, o que é considerado essencial para que as parcerias gerem bons resultados.

Ao longo desse três anos, a Caixa faz chamamentos públicos para escolher as prefeituras que querem ter concessões. O banco, que gere o fundo, faz toda a estruturação – dos estudos iniciais ao leilão – sem cobrar do município. Após o leilão ser concluído, o vencedor reembolsa o custo dos estudos.

 

Mais chamamentos

Segundo Thomé, os chamamentos até agora realizados estão nas áreas de iluminação pública, e há projetos pilotos em estruturação para resíduos sólidos urbanos e saneamento ambiental (drenagem). Mas, segundo ela, o FEP já está estruturando-se para ampliar esse leque.

Há pilotos programados para concessão de uma unidade socioeducativa em Minas Gerais. E já está programada uma chamada pública para saneamento básico, que será publicada até o fim do ano. Para essa, os detalhes sobre tipos de municípios que vão ser beneficiados e os formatos, por exemplo, estão em análise.

Segundo Thomé, o FEP não vai concorrer com o BNDES na área de estruturação de saneamento, já que o banco de desenvolvimento está trabalhando em concessões de grande porte. A vice-presidente acredita que a capilaridade da Caixa será uma vantagem para a velocidade e a qualidade da estruturação dos projetos nessa área.

“Temos 72 filiais espalhadas pelo país para apoiar a estruturação. Nossa equipe conhece os municípios e, às vezes, está trabalhando neles’, disse Thomé.

 

Adaptação para PPPs

A vice-presidente da Caixa afirmou que nos últimos três anos a equipe do banco teve que se adaptar à forma como lidar com esse tipo de projeto – antes a Caixa lidava praticamente só com projetos de obras públicas, sendo a responsável pelo repasse da maior parte dos recursos orçamentários para contratação de obras em municípios.

Com mais experiência, o banco está levando cerca de um ano para finalizar as estruturações dos projetos de Iluminação, por exemplo, o que criou uma “linha de montagem de projetos”, nas palavras da vice-presidente. Outra mudança, segundo Thomé, está ocorrendo nas cidades, que estão reduzindo a desconfiança em relação às PPPs.

“As PPPs eram obscuras para as cidades, o que gerava insegurança. Agora ela já está sendo vista como uma boa solução pelos gestores e temos tido mais procura”, disse a vice-presidente.

 

Modelagem testa PPP de 13 anos para maior segurança de governo e investidor

Segundo a vice-presidente de Governo da Caixa, Tatiana Thomé, a estruturação foi feita dessa maneira para tentar dar uma maior segurança para os investidores – que terão que precificar apenas o chamado primeiro ciclo de investimentos do contrato.

Os contratos de PPP em geral têm um tempo maior, entre 20 e 30 anos, mas segundo Thomé havia o risco de que, na renovação do parque de iluminação, a tecnologia atual já estivesse muito defasada, o que poderia gerar problemas para o gerenciamento dos contratos no futuro.

Mesmo de menor prazo, os contratos de IP das três cidades têm previsão de investimentos como melhorias de iluminação em pontos turísticos, eficientização energética e sistemas de telegestão. O contrato também saiu com previsão para compartilhamento de ganhos futuros com implantação de sistemas de smart cities, por exemplo.

A vice-presidente do banco disse ainda que a modelagem feita em parceria com o internacional Finance Corporation (IFC), órgão do Banco Mundial, tentou levar ao contrato as regras para evitar problemas durante a execução do projeto, já que não há para a iluminação pública agências que possam atuar na mediação de conflitos entre as empresas e as prefeituras.

As inovações trazidas parecem ter sido bem aceitas pelo mercado. Cada uma das concessões será disputada por entre nove e 15 empresas ou consórcios que se habilitaram para a disputa de modelo envelope único (não haverá pregão, segundo Thomé, para tentar evitar mergulho de propostas). A expectativa dela, agora, é pelo sucesso também nos descontos nas proposta.

(Com informações da Agência Infra e da Caixa)

COMPARTILHE!

Agenda COINFRA

Este Mês
Comissão de Infraestrutura
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.