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16/03/2018

8º Fórum Mundial da Água começa neste domingo com a participação do setor da construção

CBIC coordenará duas importantes sessões temáticas durante o evento

Brasília sediará de 18 a 23 de março, primeira vez no Hemisfério Sul, a 8ª edição do Fórum Mundial da Água, maior evento global sobre a questão hídrica. Organizado há cada três anos pelo Conselho Mundial da Água juntamente com o País e a cidade anfitriã, o fórum tem como principal objetivo contribuir para o diálogo do processo decisório sobre o tema, visando o uso racional e sustentável desse recurso.  A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), por meio da sua Comissão de Meio Ambiente (CMA), integra dois grupos de coordenação das Sessões Temáticas sobre os temas Urbano, com destaque para projetos de cidades com consciência hídrica, que ocorrerá no dia 19 de março, das 16h30 às 18h, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e Desenvolvimento, que abordará a eficiência no uso da água para gestão responsável: a indústria está ciente dos riscos e oportunidades relacionadas à água?, no dia 21 de março, das 16h30 às 18h, no mesmo local. Em entrevista exclusiva ao CBIC Mais, o presidente da CMA/CBIC, Nilson Sarti, aborda a importância de o Brasil sediar o evento, a expectativa da entidade com a realização dessas duas sessões temáticas no evento, entre outros. Confira a seguir:

 

CBIC MAIS: Qual a importância de o Brasil sediar o 8º Fórum Mundial da Água?

Nilson Sarti: A realização do fórum no Brasil, pela primeira vez no Hemisfério Sul, país com a maior reserva hídrica do planeta, permite o envolvimento da sociedade promovendo a conscientização, além de incentivar compromissos políticos e provocar ações em temas críticos relacionados à água para facilitar a conservação desta. Neste evento serão discutidas questões críticas relacionadas à água em todos os níveis, mobilizando ações com tomada de decisão de alto nível que desafiam o pensamento convencional.

C.M: Na sua opinião, o que o Fórum pretende com a realização do evento em nível global?

N.S: O Conselho Mundial da Água catalisa ações coletivas durante e entre cada Fórum Mundial da Água – o maior evento mundial sobre o assunto. Organizado a cada três anos em país anfitrião diferente, o Fórum oferece uma plataforma única onde a comunidade e tomadores de decisão podem colaborar e definir planos e metas a longo prazo para desafios hídricos globais.

C.M: Qual a expectativa da CBIC com a realização de duas sessões temáticas no evento?

N.S: O painel “Projetos de Cidades com Consciência Hídricapretende fortalecer uma nova visão sobre o planejamento e desenvolvimento das cidades e suas edificações, a ideia aqui é contribuir para uma mudança de paradigma onde a água esteja no centro das discussões visando a sustentabilidade, inclusão e resiliência. Já a sessão “Da Eficiência no Uso da água para Gestão Responsável: a Indústria está ciente dos riscos e oportunidades relacionados à água enfatizará os desafios e oportunidades de envolvimento na gestão responsável da água, que apesar de possuir um conceito simples, é desafiador para ser implementado de forma efetiva. Espera-se que o engajamento com o assunto contribua com a sustentabilidade e segurança hídrica das cidades e empreendimentos, de forma a promover um crescimento sustentável e inclusivo.

C.M: O que o setor da construção pretende apresentar na Sessão Temática sobre o Urbano?

N.S: Neste tópico será discutido a construção de cidades com uso consciente da água, o que requer planejamento e projetos integrados. Uma nova visão exige uma mudança de paradigma, considerando a água como um recurso fundamental e um link que favoreça uma visão abrangente da responsabilidade social e promova a participação de todos. Neste cenário a indústria da construção tem um papel fundamental, uma vez que empreendimentos geram interferências de longo prazo no meio urbano. Cada novo empreendimento ou reforma pode, ou não, fornecer as condições técnicas necessárias para o consumo consciente. A conservação de água na construção civil deve ser concebida já na etapa de projeto, seguindo na execução, até o uso e operação.

Além disso, é importante avaliar os desperdícios antes da entrada da água na edificação. O índice de perdas dos sistemas de abastecimento de água no Brasil, possuem valores médios que beiram os 40% e vem decrescendo em uma velocidade extremamente baixa. Pretende-se discutir soluções para este problema com a participação do setor privado através de PPP’s ou concessões.

O desenvolvimento urbano sustentável deve considerar a água como um elemento de suma importância nas intervenções urbanas, visando a capacidade de vida, inclusão e resiliência.

C.M E na Sessão Temática sobre Desenvolvimento?

N.S: Esta sessão incidirá sobre os desafios e as oportunidades de se engajar na gestão da água, incluindo a apresentação de iniciativas bem-sucedidas dos setores público e privado. Isso vai além da eficiência individual dos negócios, exigindo uma visão mais ampla do recurso hídrico. A gestão da água deve ser realizada de forma conjunta na gestão da demanda, redução do consumo de água, sem comprometer a qualidade das atividades de consumo e gestão da oferta, utilizar água menos nobre para fins menos nobres é uma alternativa para reduzir o consumo de água potável. Na edificação deve se buscar a eficiência dos sistemas hidráulicos de alimentação, reserva e distribuição, considerando dispositivos economizadores, medição individualizada, zonas de pressão, fontes alternativas, entre outros. A produção de construções que possibilitem a eficiência na utilização da água faz parte do conjunto de ações necessárias para a sustentabilidade das cidades.

C.M O setor da construção está ciente dos riscos e oportunidades relacionadas à água?

N.S: O tema Recursos Hídricos é uma das prioridades de atuação da Comissão de Meio Ambiente –  CMA/CBIC. Como preparação para a atuação do setor no Fórum Mundial da Água, em dezembro de 2017, a CBIC e o SindusCon-SP, com a correalização do Senai Nacional, realizaram em São Paulo o Workshop Técnico sobre Conservação, Uso de Fontes Alternativas de Água em Edificações, ocasião em que foram apresentados os trabalhos em torno da norma de conservação de água em edificações, compreendendo o uso eficiente de água em edifícios e o uso de fontes alternativas (potável e não potável) à água fornecida pelas concessionárias de abastecimento, no que concerne à terminologia, requisitos, procedimentos, diretrizes, projetos, gestão, execução, manutenção e operação. Ainda com atuação no tema, a CBIC lançou em 2016 e 2017 duas publicações sobre a temática: Uso Eficiente e Conservação de Água e Gestão da Demanda, disponíveis no site da entidade.

C.M Qual a importância das empresas da construção seguirem o que for definido durante o evento?

N.S: As crises de abastecimento, ocorridas nos últimos anos, têm levado a população de centros urbanos brasileiros a conviver com o racionamento no fornecimento de água e, consequentemente, gerando pressão para mudanças no planejamento no setor da construção civil, na gestão pública e nas comunidades. Em centros urbanos com adensamento populacional, parte significativa da água é utilizada para abastecimento humano. Assim a gestão da demanda e uso eficiente da água no setor da construção civil e nas concessionárias de saneamento é de suma importância para a viabilidade e sustentabilidade das cidades.

C.M A Comissão de Meio Ambiente (CMA) da CBIC pretende apresentar o resultado do Fórum Mundial da Água aos participantes do 90º Enic?

N.S: Serão apresentados os principais resultados e diretrizes do evento por completo, passando pelas mensagens iniciais, as decisões das sessões coordenadas pela CBIC e as mensagens e metas finais, discutidas durante todo o evento. O painel sobre Água será realizado no dia 17 de maio de 2018, de 16h às 18h, também trazendo boas práticas em reuso e uso de fontes alternativas desenvolvidas pelo setor da construção.

 

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