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18/04/2018

Seminário da CBIC leva debate sobre Ética & Compliance na construção a empresariado goiano

Após passar por 15 cidades, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sesi Nacional promoveram, em Goiânia (GO), o Seminário Ética & Compliance para uma Gestão Eficaz. O evento foi realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado de Goiás (Sinduscon-GO) na manhã desta quarta-feira, 18 de abril, reunindo cerca de 70 pessoas entre empresários e dirigentes do setor, autoridades e integrantes do Judiciário local. A fim de instrumentalizar a gestão de compliance nas organizações, dentre os tópicos abordados estavam as publicações da CBIC e os primeiros passos para se implantar um programa de compliance.

Elson Ribeiro e Póvoa, vice-presidente da CBIC, comentou sobre o trabalho feito pela entidade, há mais de 25 anos, a favor da ética e contra a corrupção na construção – desde a criação do Código de Ética, em 1992, até os recentes Guia de Ética & Compliance e Código de Conduta Concorrencial, lançados em 2016. “É importante que todos compreendam a importância desse grande programa que estamos desenvolvendo. É algo sem volta. Hoje quem não tiver compliance na sua empresa terá grandes problemas de contratação no Brasil e por empresas multinacionais”, alertou.

Para apresentar o citado guia, o cientista político Leonardo Barreto, consultor da CBIC, começou falando sobre a importância da reputação e da integridade como diferencial no ambiente de negócios. “Essa questão não é coisa de advogado apenas, de administrador apenas, e não é coisa de empresa grande apenas. Pelo contrário”, ressaltou. “Na verdade, é você se preocupar com a gestão da reputação dentro da sua empresa. Definir quais são os valores e as práticas que você quer cultivar, mapear os riscos e colocar isso dentro de um plano estratégico de trabalho”.

“Já não é mais uma tendência de mercado, o compliance é uma realidade, uma necessidade”, afirmou também a advogada Karine Eslar, gerente de compliance da Potência Medições S.A, que foi responsável por expor como se dá a implantação dessas regras nas organizações. Dentre as etapas necessárias, estão a criação de mapas de risco, código de conduta e políticas para as áreas mais vulneráveis da empresa; treinamento de colaboradores; comunicação forte; auditorias e monitoramentos. “Só isso vai trazer uma mudança de cultura, de mentalidade”, sinalizou.

Ainda no seminário, o subprocurador geral aposentado do Ministério Público do Trabalho do Estado de Goiás (MPT-GO), Edson Braz da Silva, focou sua palestra no comportamento das pessoas. “Ética e honestidade devem estar presentes nas empresas e ser praticadas pelos empreendedores e todo seu corpo funcional nas relações internas e, externamente, nos negócios da empresa com seus clientes, fornecedores, órgãos públicos e na sua inserção na sociedade”, disse.

Por sua vez, a superintendente de Transparência Pública da Controladoria Geral do Estado de Goiás (CGE-GO), Maria D’Abadia Brandão, discursou sobre controle interno e transparência pública. A dirigente explicou a metodologia e os resultados da ferramenta de gestão “Identificação Preventiva de Riscos em Procedimentos (IPR)”, que, desde 2012, é aplicada em todos os órgãos da administração pública local para prevenção da corrupção no estado.

Dando um panorama do cenário atual, a ministra aposentada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, falou sobre os problemas de imagem do setor e o clamor da população por ética, combate à corrupção e seriedade do Poder Público. “Não está sendo fácil o trabalho de desconstrução – e não será fácil –, para depois haver a construção. E nesse trabalho temos avanços e recuos”, observou. Transparência, sinceridade e verdade seriam ingredientes desejados na vida em sociedade. A jurista esclareceu ainda sobre a legislação brasileira, destacando a Lei Anticorrupção Empresarial, que trouxe “três grandes instrumentos”: a colaboração premiada, o acordo de leniência e as regras de compliance. No entanto, segundo a magistrada, o compliance não depende da instalação de regras, “é preciso que se examine comportamentos. Aí, sim, é possível dizer se há resultados”.

Anfitrião do evento, o presidente do Sinduscon-GO, Eduardo Bilemjan Filho, reforçou o compromisso da entidade e do setor da construção no estado com os princípios éticos e de compliance: “A partir desse evento, assumimos o compromisso de atuar junto a nossas empresas e sociedade para combater a tão nociva prática da corrupção. Estamos prontos a enfrentar e contribuir para a necessária e tardia transformação do País”.

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