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12/07/2019

Entrevista: O futuro do trabalho e as novas tecnologias

Os desafios e as dificuldades de adaptação que a sociedade terá que enfrentar nessa fase de transição da era industrial para a digital já são motivos de atenção da indústria da construção e do mercado imobiliário, tanto pelas empresas quanto pelos profissionais do setor. Estudo recente da Cia de Talentos sobre o Futuro do Trabalho, reforça a importância desse cuidado, ao mostrar que as transformações e impactos da tecnologia já estão gerando mudanças à sociedade, empresas e pessoas.

Novas empresas e novos profissionais para um novo modelo de relações de trabalho foi um dos temas de destaque da área de Responsabilidade Social da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) durante o 91º Encontro Nacional da Indústria da Construção (Enic), realizado de 15 a 17 de maio, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.

O assunto foi abordado pela publicitária, futurista e pesquisadora sobre o Futuro do Trabalho da Rede Crie Futuros, Datise Biasi, que apresentou perspectivas para o mercado de trabalho, com os avanços tecnológicos e as mudanças sociais, e como serão as novas empresas e relações trabalhistas.

Em conversa no Estúdio CBIC Serviços, instalado no 91º Enic, Datise Biasi também falou sobre o Futuro do Trabalho. Confira, a seguir, trechos da entrevista e sua íntegra no vídeo abaixo ou no Facebook CBIC Brasil:

 

Estúdio CBIC Serviços: Estamos preparados para falar sobre o futuro do trabalho? 

Datise Biasi: Estamos preparados para falar sobre o futuro e estamos nos preparando para viver esse futuro.

 

E.C.S.: Como a revolução tecnológica está mudando as relações de trabalho?

D.B.: Temos reflexos claros nessas mudanças – onde a tecnologia afeta as formas de trabalho, dando mais flexibilidade e autonomia, bem como em relação ao tempo e espaço -, mas ao longo do tempo vai impactar ainda mais, principalmente com as tecnologias emergentes. Porém, o mais interessante é notar como essas tecnologias afetam a nossa relação com o trabalho. Como a gente enxerga e compõe o nosso trabalho ao longo da vida é que está mudando cada vez mais rápido e precisa ser observado para se adaptar, como mercado. Entender quais são os anseios, o que as novas economias estão trazendo e, dessa forma, entender como é que os trabalhos estão mudando. É preciso avaliar se a carreira continua sendo vista da forma como sempre foi.

 

E.C.S.: Essas mudanças são positivas ou tem pontos negativos também?

D.B.: Toda tecnologia vem para trazer melhorias. O que pode ser negativa é a forma de reagir a essa tecnologia. A tecnologia nos traz a necessidade de se adaptar às tecnologias e transformações que estamos vivendo.

 

E.C.S: As pessoas teriam mais liberdade nesse novo modelo e, consequentemente, mais qualidade de vida?

D.B.: Sim, já estão tendo e é para isso que vem todas essas mudanças. A mudança nessa relação reflete o desejo de ter mais autonomia, mais flexibilidade, que é o que já está acontecendo e vai acontecer cada vez mais para buscar essa qualidade de vida. Temos camadas diferentes da nossa sociedade que estão ou não preparadas para viver e desfrutar dessa tecnologia e ter ou não qualidade de vida. Esse é o grande ponto que fica como desafio quando se pensa no futuro do trabalho.

 

E.C.S: Como as empresas estão se adaptando à nova realidade?

D.B.: As empresas já estão buscando mudanças, principalmente na forma de constituir suas equipes, na sua estrutura e na forma de gestão. As empresas que estão começando a se constituir, do zero, com pessoas que já passaram por uma fase longa em suas carreiras, já apresentam essa constituição mais aberta, mais horizontalizada. A grande questão é que cada vez mais cada um de nós será a sua própria empresa. Como é que a gente vai lhe dar, enquanto empresas, para reter e engajar as pessoas que estão buscando por oportunidades e querendo se desenvolver de tantas diferentes formas? Esse é outro desafio que temos pela frente.

 

E.C.S: Quais são as principais dúvidas das empresas para fazer essa mudança?

D.B.: A principal é como a gente vai capacitar as pessoas para as habilidades que o futuro exige, porque temos um contingente muito grande de pessoas que não têm consciência dessas mudanças e dessas transformações e não sabem onde procurar. Como levar isso para dentro das empresas e, como indivíduo, o que eu preciso para me adaptar. Desta forma, as maiores buscas são pelo conhecimento, pela capacitação e por novas habilidades. 

E.C.S: Considera essa mudança irreversível?

D.B.: Sim, o que é bom. Ao logo do tempo, a tecnologia foi trazendo vantagens em termos sociais e econômicos.

 

E.C.S: Como você enxerga a relação de trabalho daqui a 20 anos?

D.B.: Acho que vamos ter uma “calda longa do trabalho”. A gente vai continuar tendo organizações e modelos semelhantes aos que temos hoje, mas sinto que cada vez mais os profissionais serão suas próprias empresas e cada vez mais a quantidade de habilidades que você tiver para oferecer ao mundo será suas profissões, independente de termos carreiras lineares. Entendo que as pessoas vão se desenvolver em diferentes habilidades, vão entregá-las para o mundo e isso vai nos tornar múltiplos para as nossas próprias empresas. O trabalho autônomo, em rede, distribuído, será cada vez mais uma realidade.

 

 

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