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18/06/2020

CBIC e Sinduscon Maranhão abrem ciclo de debates virtuais na área trabalhista

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Maranhão (Sinduscon-MA), em correalização com o  Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional), realizaram nesta quinta-feira (18), o debate ‘Covid-19: novos paradigmas na saúde e relacionamento com o trabalhador’. O debate foi o primeiro evento regional virtual de iniciativa da Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), abrindo o ciclo de debates da CBIC com suas entidades associadas, no âmbito das Relações do Trabalho.

Durante a live foi lançado o segundo volume da cartilha Novo Coronavírus – Recomendações para o ambiente de trabalho na indústria da construção, contemplando questões aplicáveis ao setor sobre saúde física, mental e social, além de observações quanto a legislação trabalhista. O material foi desenvolvido em parceria com os Serviços Sociais da Indústria da Construção Civil dos Estados do Brasil (Seconci Brasil), Sinduscon-GO e Seconci-PR/Noroeste.

De acordo com Fernando Guedes, presidente da CPRT, a construção tem um histórico interessante, por ser um dos setores com menos exposição à contaminação. “A própria forma de funcionamento das obras contribui para isso. Até hoje foram registrados poucos casos de trabalhadores doentes em todo o Brasil, o que significa que estamos realizando um bom trabalho de prevenção”, afirmou.

Para Guedes, a CBIC tem atuado fortemente para o combate da Covid-19 desde o início da pandemia, tanto que a primeira cartilha de recomendações para empresas dentro dos canteiros de obras foi um sucesso, “Em função do pioneirismo da iniciativa, a publicação foi utilizada por várias entidades estaduais e municípios como modelo, com protocolos a serem seguidos”, lembrou.

O segundo volume da cartilha traz as recomendações e protocolos de prevenção que as empresas devem seguir, mas o presidente da CPRT ressaltou a importância da adoção de uma postura empática com as equipes de trabalho de todos as áreas, sem distinção. “É fundamental neste novo momento manter uma comunicação mais clara, objetiva e aberta. Incluir o diálogo na rotina e instruir sobre os cuidados necessários com a saúde dos colaboradores e dos seus familiares, proporcionam um ambiente de trabalho mais saudável para o enfrentamento da pandemia”, explicou.

Guedes destacou ainda que o Maranhão é um exemplo de eficiência nas relações de saúde e segurança no trabalho, onde as empresas se anteciparam para prevenir a disseminação do vírus. “Foi um esforço conjunto da CBIC, Sesi-MA, Sinduscon-MA e FIEMA. Temos sido exitosos, dado as medidas que foram tomadas pelas entidades do estado. Isso nos dá muito orgulho, pois estamos aprendendo a lidar de forma proativa e efetiva com essa nova doença”, frisou.

Nesse sentido, o presidente do Sinduscon-MA, Fábio Nahuz, reforçou a importância de o sindicato ter tomado, precocemente, todas as medidas necessárias nos canteiros, além de ter providenciado um diálogo com os players envolvidos. “Fez toda a diferença a forma como o Sinduscon conversou com o governo e prefeituras, e principalmente a harmonia salutar com o sindicato dos trabalhadores, que pesa bastante também. Essa integração foi fundamental para sucesso das ações. Os resultados são os melhores possíveis a partir do momento que levamos para dentro dos canteiros tudo que está ao nosso alcance, inclusive a disponibilidade de um psicólogo para atender os trabalhadores”, enfatizou Nahuz.

O superintendente do Sesi-MA, Diogo Lima, acredita que a pandemia é um divisor de águas, que terá como consequência o aprimoramento da segurança e saúde no trabalho. “É um ponto paradigmático que não podemos nos afastar, esses momentos marcam início ou fim de grandes ciclos, e acho que é o fim de um ciclo para início de outro nas relações trabalhistas. É preciso criar um ambiente o mais saudável possível”, frisou.

Para Lima, se a empresa não toma medidas preventivas, como testagem e aferição de temperatura, fica impossível a gestão do absenteísmo. “Essa gestão é o ponto central do gestor, que passa a ter que analisar a saúde do trabalhador como uma questão essencial, para evitar o aumento do custo de produção. Ou seja, ao se reduzir o absenteísmo causado pela pandemia, consequentemente, aumenta-se a produtividade”, explicou.

Lima usou como referência o projeto ‘Construindo Boas Práticas’ realizado por entidades do Maranhão, com objetivo de preservar a saúde de seus trabalhadores por meio de medidas e orientações de prevenção a fim de evitar a disseminação do novo coronavírus. “Precisamos garantir aos colaboradores do setor condições de trabalho adequadas, buscando sempre levar segurança tanto do ponto de vista sanitário quanto de segurança no trabalho nos canteiros de obras”.

Já a advogada Ana Carolina Cruz, pontuou que parceria e prevenção é o caminho mais viável para alcançar o êxito nessa crise. “O Maranhão se antecipou na proteção ao equilíbrio da relação de emprego. Temos que agir de maneira preventiva pois o absenteísmo compromete e agrava o impacto econômico no setor, então prevenir é sempre melhor que remediar”.

Avaliar as medidas jurídicas possíveis e cabíveis para a saúde do trabalhador, e preparar o setor para os pós pandemia também deve ser considerado. “Muitas questões trazem dúvidas aos empregadores, que querem adequar o que for necessário dentro da empresa de modo a garantir os empregos. Mas para isso ser viável é preciso um trabalho conjunto, englobando empregador, empregado e os órgãos ligados ao setor”, concluiu Cruz.

As entidades associadas à CBIC que tenham interesse em receber este evento regional virtual devem entrar em contato com a CPRT, através do e-mail [email protected]

A ação integra o projeto ‘Realização/participação de/em eventos temáticos de RT/SST’ realizado pela CBIC, por meio de sua Comissão de Política de Relações Trabalhistas (CPRT), em parceria com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional).

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