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02/07/2020

Artigo: A Covid-19 e a Importância da Prevenção nos Canteiros de Obra

Norma Araujo é médica e superintendente do Instituto de Ensino e Pesquisa Armênio Crestana (IEPAC) do Seconci-SP

Desde a declaração da pandemia pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e, considerando a vivência de mais de 100 dias da epidemia em nosso pais, podemos afirmar, à luz do conhecimento acumulado até então, que a prevenção, as medidas de distanciamento social, a frequente e correta higienização das mãos, o uso de máscaras e a limpeza reforçada dos ambientes com sanitizantes, no combate e resposta à Covid-19, têm se revelado de alta efetividade para reduzir e, preferencialmente, evitar o contagio pelo novo coronavírus.

Ou seja, a aplicação das medidas de prevenção, controle e mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 faz-se mister para preservação da vida humana. O Novo Coronavírus (Sars-Cov-2) é o responsável pela pandemia, causando a chamada Covid-19. Trata-se de um novo vírus com alto potencial de propagação entre as pessoas, sendo os principais modos de transmissão pelas gotículas respiratórias, que são expelidas quando falamos, tossimos ou espirramos.

Por se tratar de um novo vírus, vários aspectos da doença causada por ele são ainda desconhecidos para a ciência. Por isso, há um esforço concentrado dos pesquisadores do mundo todo em conhecer as particularidades da transmissão entre pessoas, do modo de ação do vírus, do tratamento específico e, principalmente, do desenvolvimento de uma vacina para a imunização da humanidade.

Por enquanto, a única maneira de se proteger, e não se contaminar com o vírus, é cumprir as precauções elencadas acima, independentemente do estágio sanitário da localidade em que o cidadão brasileiro esteja morando. Importam os comportamentos seguros não só no ambiente de trabalho. As medidas preventivas e as precauções devem ser observadas e seguidas por todo cidadão, antes de chegar ao local de trabalho, na sua moradia, na sua comunidade, durante o transporte público e durante a jornada de trabalho.

A pandemia determinou a mudança de comportamento das pessoas e também das empresas. Em meados de abril, a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) lançou um ofício circular com orientações gerais aos trabalhadores e empregadores da construção civil em razão da pandemia.

O apoio às empresas para o desenvolvimento de um plano de resposta, detalhando as ações tomadas para mitigar os riscos de transmissão da Covid-19, as iniciativas conjuntas de entidades do setor, ampliando a sinergia necessária para disseminarem, neste momento desafiador, sem precedentes, experiências exitosas no combate ao contágio, são compartilhadas com maior velocidade.

Entidades se organizaram para orientar suas cadeias produtivas, estabelecendo diretrizes, contribuindo para o desenvolvimento de ferramentas para o monitoramento do grau de implementação das ações. Tudo isso, mediante ações colaborativas para o enfrentamento da Covid-19. Como exemplos dessas mobilizações, podemos citar as recomendações publicadas pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em parceria com Seconci Brasil, Sintracon-SP e Força Sindical.

O SindusCon-SP, o Seconci-SP e o Sintracon-SP também elaboraram uma lista de recomendações, distribuídas em folhetos e cartazes nos canteiros de obras. Observa-se também o intenso trabalho desenvolvido pelos Seconcis em suas áreas de abrangência, voltados para o treinamento e disseminação de práticas sanitárias nas obras.

Em junho, a elaboração conjunta do documento ‘Diretrizes para o Combate e Resposta à Covid-19’ pela Abrainc, Seconci-SP, Secovi-SP e SindusCon-SP, que contou com o apoio do Sintracon-SP, reuniu e organizou protocolos básicos e recomendações para a continuidade das atividades da construção civil, estendendo as orientações aos escritórios e ampliando a abrangência ao setor imobiliário. A partir de subsídios advindos do Ministério da Saúde, Secretaria Especial da Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e das Sociedades Médico-Cientificas. Essas diretrizes também embasaram os Protocolos Sanitários firmados para a retomada das atividades presenciais do setor imobiliário.

Com relação às pesquisas para acompanhamento da implementação  das medidas e dos procedimentos  para mitigação dos riscos de transmissão da Covid-19 nos canteiros de obra, citamos a Abrainc que, no final de março, lançou enquete de abrangência nacional (contando com a participação voluntária de 36 empresas)  e também a iniciativa do Seconci-SP e SindusCon-SP, no início de maio, intitulada ‘Conhecendo as Ações das Construtoras Paulistas no Combate à Covid-19’ (atualmente contando com a participação voluntária de 33 empresas).

O que essas pesquisas têm evidenciado: o percentual de afastamento dos trabalhadores tem se mantido baixo e estável, o percentual de efetivo trabalhando há mais ou menos um mês se mantém acima dos 90% e o cumprimento das medidas preventivas oscila entre 97 e 100%. No elenco de medidas preventivas adicionais, está a adesão de mais de 30% das empresas pesquisadas ao Programa SOS (Seconci-SP Obra com Saúde).

Enfim, foram tantos os materiais produzidos no âmbito da construção civil, que o momento atual se refere à manutenção da vigilância das medidas preventivas, para que possamos seguir com as atividades, assegurando a saúde e segurança dos trabalhadores no ambiente de trabalho e, por consequência, contribuindo para a saúde na comunidade, cumprindo a missão social de todas as empresas.

Sigamos vigilantes e colaborativos no combate à Covid-19.

*Artigos divulgados neste espaço não necessariamente correspondem à opinião da entidade.

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