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10/11/2017

Missão BIM – Artigo Dionyzio Antonio Martins Klavdianos (Comat/CBIC)

Antigamente, era como um ritual fazer a refeição e aguardar o início da projeção do único filme que passaria durante todo o voo intercontinental. Hoje, dispomos de tela individual e minúscula… a cada ano, repleta de mais recursos e opções e menos interessante. Paradoxalmente, a própria tecnologia oferece a solução: baixar antes o filme de interesse e levar um computador à tiracolo.

Durante a missão técnica organizada para conhecer a política pública do Reino Unido de implementação do BIM para contratação de serviços, em andamento desde 2009, o esforço dos cicerones é demonstrar como uma tecnologia custosa e exigente pode ser efetivada em nível nacional, desde que haja um direcionamento claro do governo e sejam oferecidas condições de acesso mínimas aos interessados em utilizá-la.

No Reino Unido, assim como no Brasil, mais de 90% das empresas da construção são de pequeno porte, com até dez funcionários. Portanto, sem condições de cometer os mesmos erros e barbeiragens da fabricante de avião, sob pena de falirem. Daí a importância de se utilizar com responsabilidade e conhecimento os avanços da tecnologia.

Para quem procura utilizar o atraso tecnológico do setor como barreira, um dos casos apresentados foi justamente o de uma construtora fundada em 1773.

Provavelmente, uma das que escavaram manualmente o buraco para a construção do metrô londrino, mais antigo do mundo e datado de 1860, hoje, uma das maiores do mundo. Tem avançado muito em termos de ambiente digital, ou seja, no seu caso, o BIM serviu meramente de porta de entrada.

Mas o BIM pode auxiliar mais ainda os pequenos e o escritório de Arquitetura demonstra, em gráfico, com os valores monetários explicitados, que o investimento constante em treinamento resultou num crescimento exponencial do faturamento e o número de arquitetos empregados passou de seis para vinte nos últimos anos.

A expansão bilionária do metrô londrino, 15 bilhões de libras, só pôde ser autorizada quando aprovou-se a utilização do BIM para o gerenciamento do projeto. Há cerca de um ano da inauguração, impressiona a qualidade alcançada em termos de execução e controle de projetos e dados. Mesmo no canteiro, há exemplos de detalhes construtivos viabilizados pelo uso da tecnologia, o que não impediu que a obra gigantesca cumprisse seu papel social, empregando ainda hoje mais de 1000 operários, boa parte imigrantes.

Exemplos de implantação com resultados positivos já existem também no nosso país e cabe às entidades interessadas na disseminação da tecnologia torná-la aqui acessível, abrangente e democrática e não um nicho de interesse de poucos ilustrados.

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