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11/04/2025

Estruturas metálicas geram prazos menores e construções mais sustentáveis

O Brasil está caminhando para ter seu primeiro empreendimento 100% industrializado muito em breve. E foi sobre esse tema que o painel A produtividade da solução construtiva em aço em edifícios multipavimentos do Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) se debruçou na tarde da quinta-feira (10/04), analisando o case do W Tower Itapema, em desenvolvimento em Santa Catarina, que exemplifica os benefícios da construção em aço, como maior precisão, redução de prazos e sustentabilidade. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o evento acontece em conjunto com a 29ª edição da Feicon, no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.  

A discussão reuniu a construtora e seus fornecedores para contar como estão vencendo o desafio de colocar de pé esse edifício inovador. Com mediação de Débora Baum, gerente de Marketing da Gerdau — que destacou que a empresa não é apenas fornecedora de aço, mas também contribui com insights de design na etapa de projeto —, a conversa foi iniciada por Altair Bartolomei, presidente da Poti Júnior Construtora e Incorporadora. Ele defendeu a construção industrializada como um formato que proporciona a entrega de empreendimentos sem resíduos, sem erros e em prazos muito menores do que em obras convencionais.  

O W Tower será o residencial mais alto do país, com 190 metros de altura, 49 andares e 1.500 toneladas de estrutura metálica. “Estamos muito confiantes porque contamos com uma equipe de pessoas que entendem muito bem do que fazem. Porém, como somos os pioneiros nessa empreitada 100% industrializada, não temos parâmetros de comparação e também não estamos livres de paradigmas. Por termos escolhido o aço como matéria-prima, fomos questionados sobre a aplicação desse material em uma região litorânea — o que não é problema, já que embarcações marítimas são feitas de aço”, conta Bartolomei. 

O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo. 

Fachada industrializada – Para falar sobre a parte estrutural da obra, Juliano Lanza, gerente de Engenharia da CODEME, explicou como a empresa trouxe soluções com colunas mistas tubulares preenchidas com concreto para transformar uma obra que havia sido idealizada em concreto e foi recriada em aço, aplicando o conceito de speed core, ainda pouco disseminado no Brasil. “É uma solução que fica mais cara, porém, com a redução de tempo que ela gera, acaba compensando. Temos uma logística muito ajustada. Enquanto a equipe está fazendo a fundação, nós já estamos produzindo as colunas na fábrica.” Lanza também destacou que esse processo reduz o número de carretas circulando na cidade. 

Em seu depoimento, Daniel Gispert, presidente da SteelCorp (ecossistema de empresas especializadas em construção industrializada), explicou como a empresa inovou nesse projeto com o uso de fachada industrializada — um campo ainda pouco explorado, mas que já vem gerando economias. “Com os painéis prontos, produzidos em fábrica, fora da obra, temos uma boa redução no tempo de uso da grua, já que o nosso processo permite que, durante o dia, ela seja usada pela obra de forma geral e, à noite, subamos os painéis, que são estocados dentro da laje e montados no dia seguinte. Isso é inédito na construção civil”, comemora. 

Como segundo mediador do painel, Vinícius Benevides, vice-presidente do Sinduscon-RJ e da ADEMI-RJ, sintetizou alguns dos benefícios dos novos métodos construtivos que utilizam estruturas metálicas, como a finalização mais rápida das obras e certificações mais completas para as edificações, pois geram economia na pegada de carbono. Além disso, como o material metálico hoje possui alta circularidade, é possível ter uma elevada quantidade de material reciclado nessas estruturas. Por outro lado, Benevides também levantou a questão da reforma tributária. “A grande trava que tínhamos para a industrialização era, principalmente, o ICMS. Com a reforma, ficará muito mais fácil viabilizar a evolução da nova construção e enxergar um novo horizonte.” 

O tema está alinhado com o projeto “Construção 2030”, da Comissão de Materiais, Tecnologia, Qualidade e Produtividade (COMAT) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI). 

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