Logo da CBIC
25/04/2019

Construção civil pede na Câmara dos Deputados segurança para o Minha Casa, Minha Vida

Representantes da construção civil participaram de audiência pública na Câmara dos Deputados sobre o Programa Minha Casa, Minha Vida. Foto: PH Freitas

Representantes da construção civil defenderam nesta quinta-feira (25), na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços da Câmara dos Deputados (CDEICS), o cumprimento dos contratos assinados dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida. Para as empresas do setor, é necessário descontingenciar o orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), para permitir o fluxo normal das obras.

Com orçamento de R$ 4,17 bilhões, a iniciativa conta com aproximadamente 334 mil unidades andamento no país, e outras 50 mil paralisados. Na semana passada, a Casa Civil e o Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) anunciou que liberará uma suplementação de R$ 800 milhões, suficientes para que o programa funcione até junho. Para que as obras possam seguir até o fim do ano, seriam necessários mais R$ 800 milhões.

O integrante da Comissão de Habitação de Interesse Social da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e diretor presidente na RD Engenharia, Romero Reis, representou a entidade na audiência. Ele reforçou a urgência do descontingenciamento e a importância de o governo garantir segurança jurídica para que os empresários que operam com o Minha Casa, Minha Vida possam ter previsibilidade para os negócios. “A melhor forma de proteger nossas empresas é fazendo com que o Brasil tenha um ambiente de negócios adequado”, enfatizou.

O presidente da Federação Nacional de Pequenos Construtores (Fenapc), Fabiano Zica, também ressaltou a importância de ter normas claras para o fortalecimento do setor. “Temos casas prontas seguindo regras do ano passado, mas que não serão financiadas porque os procedimentos mudaram. Precisamos de um marco legal no qual o único risco do construtor seja não vender a casa”, argumentou.

A relevância do Minha Casa, Minha Vida como política social e como medida para enfrentar o déficit habitacional foi outro dos pontos levantados pelos participantes da audiência. “Queremos pedir a sensibilização para que se respeite a proporção do orçamento reservado para moradia digna. É importante reconhecermos o êxito desse programa e que ele precisa evoluir”, ponderou o representante da Confederação Nacional da Industria (CNI) e diretor do Sindicato da Indústria da Construção do Ceará (Sinduscon-CE), Clausens Duarte.

O deputado Neto (PT-BA), um dos parlamentares que sugeriram a audiência, endossou a afirmativa. “Precisamos definir o que é gasto e o que é investimento na vida das pessoas, na mobilidade, na condição social e na saúde”, destacou.

Representantes do governo reiteram compromisso com pagamento de contratos

O secretário de Habitação do MDR, Celso Matsuda, apresentou um histórico do Minha Casa, Minha Vida desde sua fundação. Ele explicou que as dificuldades de financiamento do programa começaram a partir de 2013, acarretadas pela crise política e econômica. O secretário reafirmou que é de interesse do governo colocar os pagamentos em dia, para evitar a interrupção do programa. “Quando assumimos, a nossa prioridade foi pagar as obras que estavam em andamento”, disse.

Segundo o diretor do Departamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) do Ministério da Economia, Igor Vilas Boas, o governo tem feito um esforço para garantir a programação financeira deste ano e dar continuidade aos contratos. “Queremos fazer o refinamento daquilo que é possível e necessário de gastar esse ano. Não é possível que se contrate e aloque recursos e, no meio do processo, haja paralisação”, comentou.

Estudo da FGV mostra geração de renda e empregos do Minha Casa, Minha Vida

Durante a audiência, a economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Ana Castelo apresentou estudo da instituição que analisa o impacto do Minha Casa, Minha Vida na economia. Até junho de 2018, o total de contratações realizadas pela iniciativa chegou a 5,3 milhões de unidades, com investimentos de R$ 484 bilhões e R$ 151 bilhões em subsídios.

De acordo com a pesquisa, os investimentos contribuíram para gerar cerca 775 mil postos de trabalho. Ao se considerar os empregos indiretos e induzidos, foram cerca de 2,4 milhões de empregos.

Em valor adicionado – isto é, contribuição de uma atividade econômica ao Produto Interno Bruto (PIB) -, o programa somou, direta e indiretamente, R$ 333,4 bilhões nesse período. O Minha Casa, Minha Vida representa também dois terços do PIB da construção civil.

Em tributos, foram arrecadados R$ 106 bilhões no próprio setor, totalizando R$ 163,4 bilhões com os impactos indiretos. “Isto significa que a arrecadação proporcionada pelo programa foi superior em 8% aos subsídios”, explicou Castelo.

A economista abordou também quais seriam as consequências caso a iniciativa sofresse um corte de R$ 1,8 bilhão. Segundo o estudo, o total de empregos diretos e indiretos gerados pelo programa em 2019 cairia em 36%.

A audiência contou ainda com a presença da coordenadora de projetos da União Nacional por Moradia Popular, Evaniza Lopes Rodrigues, e do Superintendente Nacional de Habitação Rural e Entidades Urbanas da Caixa Econômica Federal, Rodrigo Souza, que apresentou um histórico da atuação do agente financeiro com o Minha Casa, Minha Vida.

A reunião faz parte do projeto da CBIC “Continuidade e Melhoria dos Programas Habitacionais”, em correalização do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

Veja a apresentação da FGV.

Veja a apresentação do MDR.

Veja a apresentação da Caixa Econômica Federal.

Veja a apresentação da Fenapc.

COMPARTILHE!
Comissão da Indústria Imobiliária
Privacy Overview

This website uses cookies so that we can provide you with the best user experience possible. Cookie information is stored in your browser and performs functions such as recognising you when you return to our website and helping our team to understand which sections of the website you find most interesting and useful.