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05/06/2019

Minimalista, colaborativo, sustentável e de alto padrão: esse é o imóvel do futuro

Quais as inovações e os itens mais procurados nos produtos imobiliários de alta demanda? Essa questão foi respondida pelo arquiteto e paisagista, Benedito Abbud, e o pelo estatístico e presidente da Datastore, Marcus Araújo, no ciclo dois do roadshow sobre tendências do mercado imobiliário, promovido pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), em Curitiba/PR.

Leonardo Pissetti, presidente da Ademi-PR,

“O mercado imobiliário tem passado por grandes transformações. A maior delas está relacionada à redução das metragens para as novas famílias, bem como o surgimento de novos programas imobiliários para apartamentos e casas em que impera o minimalismo, e não apenas quanto estilo de decoração. A particularidade dessa nova demanda quanto a interesses e usos impacta diretamente a concepção dos empreendimentos”, comenta o presidente da Ademi-PR, Leonardo Pissetti.

Segundo Marcus Araújo, a tendência é de um enxugamento de 10% a 15% da área privativa dos apartamentos para qualquer programa imobiliário. Mas atenção: a redução do tamanho não vale para a suíte, nem para a varanda gourmet. “Hoje as pessoas compram o que precisam”, ressalta o presidente da Datastore.

Marcus Araújo, estatístico e presidente da Datastore

O processo de redução dos apartamentos se dá pela mudança no estilo de vida e na composição familiar da nova geração – em que as pessoas que moram sozinhas e os casais sem filhos são maioria – e se reflete numa diminuição na área dos terrenos. Araújo estima que, até 2025, os terrenos devem ficar até 50% menores do que os atuais, tendo entre 200 e 300 metros quadrados. “O tamanho dos imóveis diminuiu, mas não o padrão”, ressalta.

Os solteiros convictos entram na era digital e, segundo Araújo, a partir de 2020, os apartamentos de 1 quarto tornam-se espaços de 20 a 40 metros quadrados, com vão livre para formatar o ambiente da maneira que desejar, com direito até à varanda gourmet.

Os apartamentos de 4 quartos começam a se tornar produtos de nicho, atendendo às raras famílias com mais de um filho. E ganham um adicional em sua configuração: criam-se mini plantas dentro dos apartamentos maiores para locação nos aplicativos, como o Aibnb. As multipropriedades, baseadas mais em adesão, do que em domínio, crescem em relevância na preferência dos compradores.

Além disso, as áreas de lazer dos empreendimentos imobiliários passam por um processo de reformulação, afastando-se do conceito de condomínio-clube. “A prioridade será por itens clássicos e mais compactos, que gerem menos manutenção e um valor menor de taxa de condomínio”, explica Araújo.

Benedito Abbud, arquiteto e paisagista

Experiência – Os serviços do condomínio também devem seguir essa era de mudanças, com aplicativos para moradores com acesso a câmeras de vigilância, recados e cotidiano do condomínio e locais para armazenamento de itens comprados pela internet (inclusive espaços refrigerados). A palavra de ordem será “compartilhar”: em casa, no trabalho e até a bicicleta.

Segundo Araújo, até a forma de vender o imóvel vai passar por transformação. “A compra será ponta a ponta, ou seja, o produto será adquirido direto pelo consumidor, por meio da internet”, prevê.

A sustentabilidade vira um imperativo e o verde invade os prédios, os loteamentos e as cidades retrofitadas, explorando os cinco sentidos através do projeto arquitetônico e do paisagismo. É isso que prevê o arquiteto e paisagista, Benedito Abbud. “Entramos numa era em que o luxo é para todos, independentemente do tamanho do imóvel, e mesmo o econômico precisa ser bem feito. Morar torna-se sinônimo de experiência, especialmente para o esporte o lazer, e os projetos ganham um toque de gentileza urbana”, explica.

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