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24/01/2020

Codese diminuirá dependência econômica da Zona Franca de Manaus

Em que direção Manaus deve navegar nos próximos quatro anos? Foi para começar a responder essa pergunta que o Conselho Econômico de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico de Manaus (Codese) realizou ontem e hoje (23 e 24), na Zona Centro-Sul da capital,  o workshop ‘Uma Nova Manaus’. O evento serviu como pontapé inicial para a elaboração da ‘Carta de Navegação 2021-2024’.

A proposta colaborativa visa a implementação de políticas públicas na cidade de Manaus nos próximos quatro anos.

Três metas fundamentais comporão o documento. São elas:

  • Implantar e consolidar novas matrizes econômicas a partir de produtos essencialmente regionais que respondam por pelo menos por dois terços do Produto Interno Bruto (PIB) da capital
  • Situar a cidade entre as 10 melhores do Brasil para se viver
  • Colocar Manaus entre as 20 melhores cidades para se fazer negócios no país

A carta, que será elaborada em conjunto com diversos atores e segmentos da sociedade manauara e deve ser concluída até julho deste ano, será encaminhada aos candidatos a prefeito de Manaus no pleito de 2020.

“O Codese é o braço executivo desse projeto. Mas quem deve dizer para onde a cidade deve caminhar é a sociedade civil organizada. Nesse sentido, o Codese se prontifica a ser esse porta-voz, esse aglutinador das ideias, dos pensamentos e das soluções para os problemas da cidade”, afirma o presidente do Codese Manaus, Romero Reis.

Nesta semana, o grupo de trabalho que deve dirigir os trabalhos e é formado por profissionais de diversas áreas, com Infraestrutura, Planejamento Urbano e Tecnologia, já realizou visitas a Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifam) e ao Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

 

Para além da Zona Franca

Sobre as metas propostas, Romero Reis ressalta que, a despeito da necessidade de apoiar e fortalecer o modelo já estabelecido da Zona Franca de Manaus, é imprescindível diversificar a matriz econômica da capital, cujas vocações vão desde o turismo até a biotecnologia, com potencial de se tornar um polo digital na região.

“A curto e médio prazo, a Zona Franca é um modelo que deve ser apoiado e desenvolvido, mas, em razão dos riscos que o modelo tem hoje, precisamos consolidar matrizes econômicas capazes de gerar emprego e renda até numa proporção maior do que foi a Zona Franca nos últimos anos”, diz ele.

“Se o Distrito (Industrial de Manaus) possui até 100 bilhões de faturamento por ano, queremos chegar a 200 bilhões com piscicultura, turismo, mineração, biotecnologia, polo digital”, diz ele, em alusão à primeira das três metas propostas no documento.

 

Metodologia é diferencial

Consultora responsável pela condução do processo de construção conjunta da proposta para a cidade de Manaus no próximo quadriênio, a arquiteta e urbanista Silmara Silveira explica que a metodologia foi desenvolvida com em sua experiência de mais de 20 anos de gestão pública, nas esferas municipal, estadual e federal. No entanto, o ponto de partida é sempre o território do município, que ela sublinha como sendo o espaço onde a política pública de fato acontece.

“O território da cidade é muito diverso. Tem brancos, negros, pardos, mulheres, jovens, velhos, trabalhadores, desempregados. Então, nosso objetivo é estabelecer uma metodologia que consiga articular o que é convergente em toda essa diversidade, possibilitando diferentes personagens, atores e entidades a desenvolver um pensamento, um diagnóstico, que possa ser implementado de forma articulada e integrada”, explicou Silmara.

“É preciso lembra que as pessoas não moram no país, elas moram na cidade. E saber valorizar sua cidade é fundamental para ter uma qualidade de vida adequada, que afinal é o que felicidade para as pessoas”, diz.

 

Codese Manaus

O Codese Manaus é uma associação de direito privado, sem fins lucrativos, sem vínculo político-partidário ou religioso, formada pela sociedade civil organizada, por intermédio de entidades representantes e representativas de segmentos capazes de contribuir para o planejamento e busca de soluções para o futuro da cidade de Manaus.

Tem como objetivo possibilitar à sociedade ser protagonista do futuro da cidade, elaborando e atualizando, de forma contínua e participativa, planos, estudos, projetos e iniciativas decorrentes de tais propósitos.

Criado em 2015, o Codese é fruto do projeto ‘O Futuro da Minha Cidade’ da Comissão de Meio Ambiente (CMA) da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), em correalização com o Serviço Social da Indústria (Sesi Nacional) e patrocínio da Caixa Econômica Federal.

Instituído em 2012, ‘O Futuro da Minha Cidade’ visa desenvolver e fortalecer o protagonismo na sociedade civil organizada para pensar e atuar no planejamento de um futuro de pelo menos 20 anos para as cidades, de forma apartidária, superando as gestões públicas.

O projeto surgiu da experiência bem sucedida da cidade de Maringá-PR, por meio do seu Conselho de Desenvolvimento Econômico (Codem/Codese), que possui um caráter deliberativo e consultivo e tem como finalidade propor e fazer executar política de desenvolvimento econômico, social e planejamento urbano e tem como características a participação voluntária, visão de futuro e planejamento, suporte técnico profissional, representatividade política apartidária, foco no desenvolvimento econômico e representatividade da sociedade organizada.

 

(Com informações do Codese Manaus)

(Foto: Divulgação Codese Manaus)

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