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10/04/2025

Setor da construção como aliado do clima: especialistas defendem ação imediata e soluções inteligentes no ENIC

A indústria da construção tem papel estratégico na resposta à crise climática e precisa assumir protagonismo na criação de cidades resilientes, sustentáveis e preparadas para os impactos ambientais cada vez mais severos. Essa foi a principal mensagem do painel Como a Engenharia pode ajudar a enfrentar as Mudanças Climáticas, realizado nesta quinta-feira (10), durante o Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC). Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) em conjunto com a Feicon, o evento acontece no pavilhão 8 da São Paulo Expo até 11 de abril.

O debate reuniu especialistas e representantes do setor público e privado para discutir os caminhos da construção rumo à maior sustentabilidade. Mediador do painel, Nilson Sarti, vice-presidente de Sustentabilidade da CBIC recebeu como painelistas Ilso Oliveira, vice-presidente de Obras Industriais e Corporativas da entidade; Virgínia Sodré, CEO da Infinitytech e Fundadora da Water Brain; Capitão Oswaldo de Andrade Filho, Diretor de Pedidos de Obras da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado de São Paulo e Mônica Porto, Professora da Escola Politécnica da USP.

Sarti, destacou a urgência de alinhar o setor às metas globais de descarbonização e enfatizou o papel transformador da construção na reestruturação urbana e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. “A construção tem responsabilidade direta na transformação urbana e precisa ser protagonista nas soluções para a crise do clima”, afirmou.

Segundo ele, a descarbonização não é mais tendência, é necessidade — e está no centro da agenda da CBIC”, destacou. A CBIC lidera o projeto “Descarbonização e Integração aos Compromissos da COP 30”, em parceria com o SENAI, para fomentar ações práticas e metas de longo prazo no setor.

O Encontro Internacional da Indústria da Construção (ENIC) é uma realização da CBIC, em parceria com a RX | FEICON, apoio do Sistema Indústria e correalização com SESI e SENAI. O evento conta com o patrocínio oficial da Caixa Econômica Federal e Governo Federal, além do patrocínio da Saint-Gobain, no Hub de Sustentabilidade e Naming Room de Sustentabilidade; do Sebrae Nacional, no Hub de Inovação, e da Mútua, no Hub de Tecnologia. Também são patrocinadores do ENIC: Itacer; Senior; Associação Brasileira de Cimento Portland – ABCP, Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – Abividro, Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas – Abrafati, Anfacer, Sienge, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos – Apex Brasil, Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial – ABDI, Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo – CAU/SP; Multiplan; Brain; COFECI-CRECI; CIMI360; Esaf; One; Agilean; Exxata; Falconi, Konstroi; Mais Controle; Penetron; Seu Manual; Totvs; Unebim, Zigurat; Yazo.

Segurança hídrica – Entre os participantes do painel, a CEO, Virgínia Sodré, apresentou soluções tecnológicas para segurança hídrica e gestão de recursos naturais. Ela ressaltou a importância de normas técnicas para drenagem urbana e defendeu maior uso de tecnologias digitais no enfrentamento da crise hídrica. “Tecnologia e sustentabilidade são indissociáveis. O futuro das cidades passa por ferramentas capazes de antecipar crises e tornar a gestão urbana mais inteligente e integrada”, pontuou.

Ainda de acordo com Sodré, a urgência deste tema trouxe uma novidade: muitas empresas estão na “Pegada Hídrica”, que pode ser comparada a onda do “crédito do carbono”. Como por exemplo, a empresa Amazon, que investiu mais de 100 milhões de Euros para a contensão de enchentes na Espanha.

Já a professora Mônica Porto, alertou para a intensificação dos eventos climáticos extremos. Segundo ela, o principal impacto das mudanças climáticas é a alteração dos regimes de chuva — com secas prolongadas e chuvas cada vez mais intensas. “É fundamental aumentar a segurança hídrica com ações que assegurem o abastecimento, preservem os ecossistemas e reduzam riscos de desastres. Para isso, precisamos de boa governança, reconhecimento de perdas e um plano sério de correção de desperdícios de água, previamente identificados”, explicou.

A professora ainda citou um tema abordado pela ONU (Organização das Nações Unidas) para prevenção ou recuperação de desastres: o “aumento de segurança hídrica“, que preconiza assegurar o abastecimento e preservação dos ecossistemas.

O Capitão Oswaldo de Andrade Filho, da Defesa Civil do Estado de São Paulo, apresentou os avanços no monitoramento climático e na resposta a emergências. Segundo ele, o Estado opera com centros de gerenciamento em tempo real, que incluem radares meteorológicos, envio de alertas via SMS e uso de drones para mapeamento de áreas de risco. Ele também citou ações preventivas, como a substituição de pontes de madeira por estruturas de concreto, e programas de capacitação junto à sociedade civil, que são realizadas em todo o Estado.

O painel ainda contou com a participação de Ilso Oliveira, vice-presidente de Obras Industriais e Corporativas da CBIC. Ele reforçou a “necessidade de articulação entre setores, inovação e políticas públicas para enfrentar os desafios ambientais que se agravam a cada ano”.

O tema tem interface com o projeto “Descarbonização e Integração aos Compromissos da COP 30”, da Comissão de Meio Ambiente e Sustentabilidade (CMA) da CBIC, em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).

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