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AGÊNCIA CBIC

17/06/2014

Soluções verdes movimentam cadeia de fornecedores

"Cbic"
17/06/2014

Valor Econômico

Soluções verdes movimentam cadeia de fornecedores

Por Sérgio Adeodato | Para o Valor, de São Paulo 

 Uma parte dos 70 mil torcedores que deverão lotar o Maracanã nos jogos da Copa, no Rio de Janeiro, vai protagonizar uma experiência ecologicamente correta, ao ocupar cadeiras fabricadas com material desviado do lixo: o plástico de garrafas vazias, recolhidas durante uma campanha deflagrada em 2012 para a entrega do resíduo em estações de reciclagem espalhadas pela cidade.

Cada assento, 9 mil no total, corresponde a cem garrafas PET de 600 ml recicladas. O novo produto envolveu a articulação de uma cadeia de fornecedores, desde a cooperativa de catadores responsável pelo preparo e enfardamento do resíduo, à empresa recicladora que o transformou em nova matéria-prima e o fabricante do produto final, a indústria de mobiliário Giroflex. O projeto só não foi mais abrangente, porque a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) criou especificações para os assentos dos novos estádios e os fabricantes não tiveram tempo de atendê-las no prazo das obras. O plano inicial foi instalar o material reciclado também nas arenas de Brasília, fornecido pela empresa Desk, e de Belo Horizonte, a cargo da Rhodes.

"O efeito demonstrativo das soluções é importante para a população e o mercado entenderem as potencialidades dos resíduos que separamos em casa", afirma Victor Bicca Neto, diretor de sustentabilidade da Coca-Cola Brasil para a Copa. A multinacional, patrocinadora oficial do evento, investiu R$ 14 bilhões nos últimos quatro anos para preparar o mercado com ações de marketing, produção das fábricas e soluções de novos produtos e equipamentos. Um exemplo é a geladeira que usa dióxido de carbono como gás de refrigeração, menos nocivo ao ambiente, conforme a atual rotulação internacional para o produto. A Metalfrio nacionalizou os componentes do novo modelo, exceto o compressor, ainda importado.

Cinco arenas receberam 2,5 mil refrigeradores menos poluentes. "O plano é a tecnologia virar padrão para nossas operações no Brasil após o evento", revela Bicca.

A iniciativa ilustra o esforço de vincular a imagem de marcas ao apelo da sustentabilidade, aproveitando a exposição de grandes eventos. "É uma dimensão que dá visibilidade e mobiliza empresas de maior porte, cadeias de fornecedores e poder público, juntando as pontas do processo, com potencial de conferir escala a soluções sustentáveis", diz Fernando Malta, assessor de relações internacionais do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cebds).

A Copa abriu oportunidades para produtos e serviços com diferencial socioambiental. Mas as críticas e questionamentos quanto à gestão do evento e aos benefícios para o país frearam o ritmo das ações empresariais. A partir das lições aprendidas em 2014, a expectativa é de um cenário mais positivo para a Olimpíada de 2016, no Rio. Sob a demanda do Comitê Olímpico, o Cebds desenvolveu um manual para acesso a fornecedores sustentáveis. "O instrumento, construído de forma participativa pelo setor empresarial, marca uma nova etapa no processo de compra para os jogos olímpicos de agora em diante", diz Malta.

As obras das arenas incorporaram inovações, a partir da articulação da Câmara de Sustentabilidade da Copa do Mundo, do Ministério do Esporte, junto às construtoras. Até o momento, os estádios do Castelão (Fortaleza) e Fonte Nova (Salvador) receberam o atestado da certificação LEED, voltada à construção sustentável. As arenas do Recife, Rio e Belo Horizonte estão na etapa final do processo. "Grandes eventos ajudam a vencer a principal barreira para o avanço do selo verde: falta de informação", diz Felipe Faria, diretor do Green Building Council Brasil. "Nos megaeventos, com o envolvimento do governo, há um processo de influência para políticas públicas de fomento a novas práticas."

A busca pela certificação das obras incorporou o fornecimento de soluções e materiais de menor impacto ambiental, como vergalhões e tubos fabricados pela AcerlorMittal com aço carimbado pelo selo ecológico da ABNT. O foco principal é a durabilidade e segurança, com redução de matéria-prima, consumo energético, resíduos e custos. "O evento do futebol ajudou a difundir no Brasil soluções empregadas faz algum tempo lá fora", afirma Vinicius Serves, especialista da área de infraestrutura da indústria química Dow. A empresa forneceu tecnologias que protegem a estrutura de arenas contra água e corrosão.



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